O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Mão Santa, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, não foi possível falar no dia de ontem, pelos trabalhos. Ontem foi o Dia Nacional do Geógrafo - são profissionais muito importantes para o nosso País, de muitas contribuições ao País, à América Latina -, e hoje é o Dia Nacional do Geólogo.

Ontem, dia 29, comemorou-se o Dia do Geógrafo. Esse profissional, que tem atuação regulamentada pela Lei nº 6.669/69, presta relevantes serviços à sociedade pelo tributo dado para a compreensão da complexidade de um território continental como o Brasil. A história dessa profissão no Brasil retoma aos anos 30 do século passado com a implantação dos primeiros cursos superiores de Geografia na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e com a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, são vários cursos de graduação e de pós-graduação espalhados pelo País. Ainda nos anos 30, foi criada a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), entidade nacional com representações em várias cidades brasileiras, congregando profissionais da Geografia. Nesses mais de 70 anos da Geografia brasileira, vários professores e pesquisadores destacaram o Brasil como um centro importante da produção científica nessa área de conhecimento.

Destaco alguns brasileiros ilustres que dedicaram suas vidas à Geografia, como Milton Santos, Manoel Corrêa de Andrade, Orlando Valverde, só para citar alguns que faleceram recentemente. Destaco os geógrafos que estudam a Amazônia, como Aziz Ab’Saber, Bertha Becker, Ariovaldo Umbelino de Oliveira e Carlos Walter Porto Gonçalves. Destaco também uma geração de novos geógrafos da Amazônia que completaram a formação de doutorado a partir dos anos 90 e que, ao retornarem para a região, estão desenvolvendo pesquisas, formando pessoas e criando os primeiros cursos de mestrado em Geografia no Norte do Brasil, como os cursos recém-criados na Universidade do Pará, do Amazonas e de Rondônia, Sr. Presidente.

Quero destacar aqui, como grande geógrafo do Amazonas, o Professor da Universidade Federal do Amazonas, Secretário da Faculdade de Ciência e Tecnologia, atualmente, no Governo do Estado do Amazonas, o Professor José Aldemir.

Quero destacar aqui também, porque ontem foi esse dia importante, um geógrafo que freqüentou esta Casa e que, há poucos dias, nos deixou, que é o Senador Sibá Machado.

Finalmente, neste dia do geógrafo, quero congratular-me com o Departamento de Geografia da USP, um dos mais importantes do Brasil e do mundo, que está iniciando, no segundo semestre de 2008, o curso de mestrado e de doutorado em Geografia na cidade de Manaus, em convênio com a Universidade do Amazonas, para formar 58 mestres e doutores para atuar nessa região estratégica para o Brasil.

Quero chamar a atenção para esse convênio com nossa Universidade Estadual, a nossa UEA, lá no Amazonas, que é muito bem dirigida pela Doutora Professora Marilene Corrêa. Essa ação, que é parte de um ambicioso programa de ciência e tecnologia, representa um grande esforço do Governo do Presidente Lula e mostra o compromisso do nosso Governo com a formação e a fixação de recursos humanos qualificados para o desenvolvimento da Amazônia e do Brasil.

Aproveito o ensejo para registrar também, neste dia 30, o Dia do Geólogo, que é comemorado de forma importante. É de grande significado a carreira dos geólogos. São profissionais igualmente relevantes para o País, que atuam em instituições como a Petrobras, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e também em empresas privadas.

Assim, parabenizo os geógrafos e geólogos brasileiros pelo dia de ontem, pelo dia de hoje e pela importância desses profissionais para o conhecimento e para o desenvolvimento do Brasil, Sr. Presidente.

Para finalizar, quero, nesta manhã, fazer ainda dois registros, Sr. Presidente. No fim de semana passado, tivemos a dor de perder nosso Senador Jefferson Péres, liderança do PDT, liderança importante da política nacional, e, nesta semana, dois dias atrás, perdi uma grande companheira. Falo de companheira, porque é companheira do meu Partido, do Partido dos Trabalhadores: Iolanda da Silva Brilhante, carinhosamente conhecida como Loló, nossa querida Loló, mulher de muita fibra, mãe, militante política, militante social, mulher que tinha a utopia da sociedade justa, a utopia do socialismo, a utopia da democracia, a utopia de uma Amazônia respeitada, reconhecida. Iolanda nos fará muita falta na militância do PT e, com certeza, deixará a falta do seu companheirismo, da sua lucidez e da sua tranqüilidade ao seu esposo, Alberto Siqueira Brilhante, e a seu filhos, Iury Alberto da Silva Brilhante, Janaína da Silva Brilhante e Igor da Silva Brilhante.

Quero registrar aqui essa perda. Estou apresentando um voto de pesar à família, ao Alberto Siqueira Brilhante, conhecido como Brilhante, esse pai, esse grande companheiro, pelo momento que a família está passando. Loló fará falta à sua família e ao Partido dos Trabalhadores.

Quero dizer ainda, Sr. Presidente, que, há dois dias, fui surpreendido de forma positiva. Apresentei, no final do ano passado, o Projeto de Lei nº 662, que propõe a criação da Universidade do Pacto da Amazônia, com sede em Manaus, entendendo que a Amazônia carece de uma instituição, de uma academia para trabalhar a pesquisa, a ciência, o saber, os saberes, em todos os países que compreendem a Amazônia. Proponho a criação de uma universidade que represente o pensamento dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Caiena, esse departamento da França que compõe a Amazônia, não faz parte da OTCA, mas é Amazônia, compõe a Pan-Amazônia.

O Projeto já está em tramitação. Inclusive, hoje, viajarei às 12 horas para São Luís do Maranhão para uma discussão com reitores de universidades federais que se encontram em um evento da Associação das Universidades da Amazônia (Unamaz), que engloba não apenas universidades do Brasil como também universidades públicas dos países que compõem a Amazônia. Amanhã, haverá uma reunião para discutir a pesquisa e o ensino na Amazônia.

Pois bem, o Projeto está em tramitação e teve como Relator o Senador Jefferson Péres. Fiquei curioso para saber se S. Exª havia concluído o parecer, Senador Heráclito Fortes. Fui surpreendido, porque o Senador Jefferson Péres deixou o parecer pronto. É claro que, naqueles minutos e segundos, fiquei curioso para saber o conteúdo do parecer do Senador acerca do Projeto. Eu o li e tive uma surpresa agradável, principalmente conhecendo o rigor do Senador Jefferson Péres, que deu parecer favorável ao Projeto, que já se encontra na Comissão de Educação, presidida pelo Senador Cristovam Buarque.

Faço esse registro por conta dos acontecimentos, também por conhecer a lucidez e o compromisso do Senador Jefferson Péres e por S. Exª ter apresentado um voto pela aprovação do Projeto e ter escrito coisas tão bonitas, como “o Projeto é meritório e digno de acolhida por esta Comissão”. O parecer ainda vai à votação na Comissão, mas externo minha alegria pelo trabalho realizado pelo grande Senador Jefferson Péres, Senador do Brasil, Senador do Amazonas, Senador que está fazendo falta a esta Casa.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.