Discurso durante a 91ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. em festividades de diversos municípios do interior do Piauí. Indignação com a politização das obras do Hospital de Urgência de Teresina.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Registro da participação de S.Exa. em festividades de diversos municípios do interior do Piauí. Indignação com a politização das obras do Hospital de Urgência de Teresina.
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2008 - Página 17651
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, MUNICIPIO, CAMPO MAIOR (PI), ITAINOPOLIS (PI), TERESINA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), CERIMONIA RELIGIOSA, INAUGURAÇÃO, OBRA PUBLICA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O DIA, ESTADO DO PIAUI (PI), DENUNCIA, MANIPULAÇÃO, NATUREZA POLITICA, ABERTURA, HOSPITAL.
  • QUESTIONAMENTO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE, DIRETORIO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO PIAUI (PI), UTILIZAÇÃO, SUPERIORIDADE, RECURSOS, GOVERNO ESTADUAL, CONCLUSÃO, HOSPITAL, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, VIABILIDADE, CANDIDATURA, DEPUTADO FEDERAL, PREFEITURA, MUNICIPIO, TERESINA (PI).
  • CRITICA, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), HORARIO GRATUITO, DIVULGAÇÃO, RESPONSABILIDADE, CONSTRUÇÃO, HOSPITAL, ESTADO DO PIAUI (PI).
  • ESCLARECIMENTOS, PARTICIPAÇÃO, DIVERSIDADE, GOVERNO ESTADUAL, PREFEITURA, OBRA PUBLICA, HOSPITAL, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO PIAUI (PI), QUESTIONAMENTO, AUSENCIA, PRESIDENTE, DIRETORIO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, SITUAÇÃO, PARALISAÇÃO, METRO, PONTE, COMPETENCIA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, DEPUTADO FEDERAL, PREVISÃO, CANDIDATURA, PREFEITO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO PIAUI (PI), INCOERENCIA, CONDUTA, ANTERIORIDADE, OPOSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ATUALIDADE, FILIAÇÃO PARTIDARIA.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu caro Senador Mão Santa, estive, neste fim de semana, no nosso Estado, participando de algumas festividades em Municípios do interior. Fui a Campo Maior, onde assisti, à noite, à abertura dos festejos do glorioso Santo Antônio, padroeiro daquela cidade.

            Tive oportunidade de conversar com o prefeito, com lideranças políticas, e sabe bem V. Exª da estima e do apreço que tenho por aquela cidade, onde meu irmão Jaime trabalhou, assim como meu pai, e onde tenho uma verdadeira ligação afetiva com pessoas que fizeram parte da minha geração.

            Ontem, fui a Itainópolis, participando dos 54 anos de emancipação política daquele Município, inaugurando obras com o Prefeito Raimundo Maia e também me encontrando com lideranças políticas do Piauí.

            Estive em Teresina e assisti, em companhia do Prefeito Sílvio Mendes, ao lançamento de obras em Santa Maria da Codipe.

            Sabe, Mão Santa, fico muito feliz toda vez que vejo uma obra sendo inaugurada naquela área. V. Exª se lembra bem, era Prefeito de Parnaíba e eu, de Teresina, e a nossa capital só crescia até a margem do Rio Poty, no conhecido Poty Velho, que foi a origem da cidade. Não havia uma ligação do Poty para lá. Construí a ponte e, hoje, vejo bairros estruturados de maneira bem definida e uma nova cidade ganhando aspectos urbanos fantásticos. Participei do lançamento, inclusive, da construção de várias casa populares, de obras urbanas e, à noite, também, da inauguração da primeira etapa da continuação da Avenida Marechal Castelo Branco, que vai desafogar o tráfego, principalmente, facilitando aos que se dirigem à região do Poty Velho, Santa Maria da Codipe, mas também para os que vão ao aeroporto de Teresina.

            Mas uma coisa, Mão Santa, me deixou estarrecido na nossa capital: o palanque político.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI.) - V. Exª me permite?

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Pois não, com o maior prazer.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI.) - A política é interessante e a história faz folclore. Aliás, Sebastião Nery tem cinco volumes.

            Quando V. Exª se inspirou e teve a coragem de fazer essa ponte, houve um vereador que disse que vestiria saia. Não sei se ele vestiu, mas sei que a ponte de V. Exª foi um fator fundamental para o desenvolvimento daquela região e me deu coragem de fazer uma no mesmo rio.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Aquilo foi até um estímulo que o então vereador, na época, o meu amigo particular, Augusto Basílio, me deu. Foi um desafio positivo. Ele duvidava de que a ponte fosse feita e inaugurada antes de dezembro. A razão dele era que se tratava de uma ponte prometida há cem anos e que não havia sido feita. Então, aceitei o desafio, consegui inaugurá-la no tempo marcado e cumpri com a palavra. Teresina ganhou muito com aquilo.

            Mão Santa, você esteve também, no final de semana, no Piauí. O que se está fazendo com o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha é uma desumanidade.

            Eu trouxe a manchete do jornal O Dia de ontem, Mão Santa: “HUT Vira Palanque Político”. Trata-se de uma briga sem qualquer sentido, Senador Mário Couto, uma vez que o hospital é municipal. A administração é do Município. O Estado participa, por meio de acordo firmado com o aval do Governo Federal, da manutenção, dentro do sistema do SUS. E, aí, aparece aquele rapaz que, quando você era Governador, Mão Santa, areava os copos da sua casa, que depois foi do PSDB e que, agora, é presidente do PT, a dizer que 60% da obra foram feitos pelo PT, o que é uma mentira, e a tentar, para prestar serviços, já que é uma barriga de aluguel, confundir a opinião pública, enquanto é o povo quem paga o preço desse crime político que se comete contra os teresinenses.

            Ninguém está interessado nas questões envolvendo o embate político que se aproxima. Todos estão interessados no funcionamento desse pronto-socorro, que, evidentemente, tem de ser um funcionamento paulatino, já que é uma obra de grande porte e tem de haver o deslocamento dos servidores da emergência do Hospital Getúlio Vargas para aquele hospital. Acontece que se travou uma briga entre o Estado e o Município, sem nenhuma razão de ser. É lamentável, é lastimável.

            Agora, se o PT, Senador Mão Santa, é tão cioso das obras de que participa, deveria prestar contas ao povo de Teresina sobre a obra do metrô, que está paralisada. Aí, sim, teria autoridade para dizer que a obra era dele. Ou então a da Ponte do Sesquicentenário, também paralisada. Agora, querer tomar para si uma obra que já foi construída e que foi produto de várias administrações...

            Eu tive a honra de começá-la, deixei-a em estado avançado e, depois disso, ela passou paralisada, Senador Mário Couto, alguns anos. Em seguida, foi retomada no Governo Fernando Henrique, por uma decisão pessoal do Ministro José Serra, que liberou outra grande quantidade de recursos.

            Acho até que o atual Governo demorou muito a liberar recursos para que o pronto-socorro pudesse ser inaugurado. Mas foi. E o Prefeito Sílvio Mendes deu uma declaração, na qual ele foi muito feliz, em que diz que o Presidente Lula e o próprio Governador do Estado, nesse episódio, foram maiores do que o Partido dos Trabalhadores.

            É uma declaração equilibrada, uma vez que - e aí quero até isentar o Governador e quero isentar o próprio Presidente da República - são aqueles cavalheiros da desavença, os tais cumpridores de ordens não dadas que querem fazer média enganando a população.

            Esse barriga de aluguel que hoje preside o PT devia era prestar conta sobre as obras do metrô, que estão paralisadas, e prestar contas sobre o andamento da Ponte do Sesquicentenário.

            É evidente que isso é uma tentativa de viabilizar a candidatura do Deputado Federal Nazareno Fonteles, que é candidato a Prefeito de Teresina.

            Tudo bem, é uma questão política. Mas ela não pode comprometer a população de Teresina de maneira nenhuma. E aí, Senador Mão Santa, o PT se trai nas suas intenções. Se V. Exª assistir às inserções feitas pelo Partido dos Trabalhadores no horário gratuito, vai vê-lo exatamente trazendo para si - e aí politizando o fato - a obra do pronto-socorro como uma obra do Partido dos Trabalhadores. Aliás, é uma verdadeira vontade de imitar o corrupião, aquele passarinho que não constrói seu ninho e apodera-se do ninhos alheios. É a vocação de corrupião. É exatamente isso que nós estamos vendo, Senador Mário Couto. No Pará praticam a mesma coisa: apropriam-se das obras alheias. Pegam algumas obras em fase terminal, ou então obras já concluídas, apenas as pintam, dão-lhes um novo nome em alguns casos e as inauguram como se fossem suas.

            Quanto à história do pronto-socorro, espero que a Procuradoria-Geral da Presidência da República veja não só essa luta insana que está sendo travada pelo Estado, uma vez que a administração pertence ao município, mas também o uso desse fato na propaganda partidária do Partido dos Trabalhadores - o que é passar recibo da politicagem que estão fazendo.

            É só os teresinenses que nos assistem neste momento verem no programa gratuito, nas inserções gratuitas que a Constituição assegura ao Partido dos Trabalhadores, o que estou dizendo. Por incrível que pareça, não mostram obras, não mostram as obras estruturantes. Por exemplo, eu gostaria de ver obras no município de Bom Jesus, de Gurguéia, terra do nosso barriga de aluguel, o Presidente do Partido. Ele poderia mostrar o que está fazendo pelo município, o que o Governo do Estado está fazendo. Mas não. Eles não têm obra e apoderam-se das obras dos outros.

            Agora, eu quero fazer um apelo ao bom senso, para que essa briga política não possa de maneira nenhuma prejudicar a população, até para se poder cobrar amanhã ou depois da prefeitura de Teresina a eficiência do funcionamento daquele pronto-socorro. Deixem o pronto-socorro funcionar! Cumpram com o acordo firmado, repassem os recursos e deixem esse extraordinário hospital servir á população de Teresina, o que aliás foi o seu objetivo!

            Não vou responder ao Nazareno, porque diz que crime é ofender o PT. Ele responde na verdade sobre essa questão ao Prefeito, mas me cita porque o Nazareno foi quem mais ofendeu o PT durante metade do seu primeiro mandato. De um momento para o outro, fez um acordo - que não sei até hoje por que - e agora pacificou. Mas era quem mais criticava o PT, era quem mais criticava as alianças do PT, era quem mais criticava a gestão do PT, a maneira como o PT conduzia o processo administrativo no Piauí. Chegou até a afastar-se do Governador durante muito tempo.

            Eu queria dizer ao Nazareno que, em questão de hospitais, embora ele seja médico, não temos muito o que discutir, porque eu construí um pronto-socorro e ele quis fechar a maternidade Evangelina Rosa, mesmo sabendo da impossibilidade, da falta de condições de se encerrarem as atividades daquela maternidade, que presta um serviço grande a Teresina e a todo o estado do Piauí.

            Faço esse registro, agradecendo a V. Exª, Presidente Mão Santa, a paciência, mas não podia deixar de registrar a minha indignação com o uso que se está fazendo, meu caro Mão Santa, de uma obra que é de todos. Até pode-se dizer que ele é um dos participantes desse mutirão, mas, entre isso e ser dono, entre isso e usar o programa gratuito para botar como obra sua, é mistificar, é enganar - e não se pode mais enganar o povo de Teresina, porque esse povo não aceita mais esse tipo de enganação.

            Meu caro prefeito Sílvio Mendes, louvo a atitude que V. Exª vem tendo pelo equilíbrio com que vem tratando a questão. Se o presidente do Partido e o Nazareno querem dar bom exemplo, que consigam tocar imediatamente a obra do metrô, dotem Teresina de um meio de transporte de massa e ajudem a concluir a Ponte do Sesquicentenário. Aí, sim, poderão falar de cátedra de uma obra da qual participaram. Dessa não, violão.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2008 - Página 17651