O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Eu sempre devotei o maior respeito ao Senador Epitácio Cafeteira, meu amigo há tantos anos, desde a Câmara dos Deputados. Confesso que não compreendo esse seu gesto inusitado, já que o que fiz foi realmente prestar uma homenagem. Cada um presta homenagem da forma que melhor lhe aprouver. Entendi que essa era a melhor forma de homenagem, pela conduta de Ricardo Izar à frente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

            Certamente, a melhor homenagem que deseja o povo brasileiro se preste sempre a todas as figuras humanas que desaparecem do cenário nacional é a homenagem do trabalho. Imaginei estar trabalhando ao proferir esse pronunciamento, que tive a intenção de registrar nos Anais do Senado Federal, pela sua importância. Sou um modesto Senador. Assumo com humildade as minhas limitações, mas considero este talvez o mais importante discurso que pronunciei neste ano. E o fiz exatamente, calculadamente, neste momento, em homenagem ao Deputado Ricardo Izar.

            Peço a compreensão do Senador Epitácio Cafeteira, mas, se não a tiver, paciência, porque eu o fiz exatamente com a tranqüilidade de consciência que sempre me sustenta em todas as minhas atividades.

            Quanto ao tempo utilizado, não há como restringir tempo para alguns e não restringir para outros. Tem sido essa a prática na condução dos trabalhos, inclusive quando eu estou presidindo, Senador Mão Santa, até porque tem prevalecido sobre as normas regimentais o bom senso, mesmo porque este Regimento está superado. Este Regimento apresenta, inclusive, normas inconstitucionais. Precisa ser modernizado. Já há estudos para a sua atualização. Certamente, depois da atualização deste Regimento, todos nós deveremos assumir o compromisso de respeitá-lo de forma inteira.

            Sinceramente, Senador Epitácio Cafeteira, preservo o respeito e a estima que tenho por V. Exª. Peço a V. Exª que respeite a minha liberdade de exercitar na plenitude o meu mandato e de utilizar um instrumento de que dispomos, principalmente nós, os oposicionistas, pois, se não utilizarmos a tribuna como ferramenta política, o que fazemos no Congresso Nacional? Obviamente, todos os espaços disponíveis devem ser utilizados.

            Agradeço a V. Exª pela compreensão e conto com ela.