Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 80 anos do produtor Luiz Carlos Barreto.

Autor
Roseana Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: Roseana Sarney Murad
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 80 anos do produtor Luiz Carlos Barreto.
Publicação
Publicação no DSF de 04/06/2008 - Página 18077
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, PRODUTOR, CINEMA, ESTADO DO CEARA (CE), IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REALIZAÇÃO, DIVERSIDADE, FILME NACIONAL, DEFESA, DESENVOLVIMENTO, VALORIZAÇÃO, CULTURA, BRASIL.
  • HOMENAGEM, ATOR, CINEMA, TEATRO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), RECEBIMENTO, PREMIO, FESTIVAL, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA.
  • DEFESA, PRIORIDADE, GOVERNO, POLITICA CULTURAL, CONTRIBUIÇÃO, CONGRESSISTA, OBTENÇÃO, VINCULAÇÃO, PERCENTAGEM, RECEITA TRIBUTARIA, UNIÃO FEDERAL, ORÇAMENTO, MINISTERIO DA CULTURA (MINC), APROVAÇÃO, PLANO NACIONAL, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS.

A SRª ROSEANA SARNEY (PMDB - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em maio, uma figura ímpar do cenário cultural brasileiro celebrou 80 anos de vida - metade dos quais dedicados a difícil arte de fazer cinema. Falo do produtor Luiz Carlos Barreto, o cearense que fez sua história no Rio de Janeiro, e soma a produção de 85 filmes, com duas indicações para o Oscar, pelos filmes “O Quatrilho” e “O Que É Isso, Companheiro”, além de um recorde nacional de bilheteria: o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos levou 12 milhões de espectadores aos cinemas.

O Brasil tem pluralidade e imensa riqueza cultural. Somos um povo criativo e talentoso. A arte brasileira tem personalidade e vôo próprio, que rompe as fronteiras nacionais para encantar o mundo. Nossa música e nosso cinema têm sido os principais divulgadores da alma brasileira mundo afora. São tradutores dos nossos sentimentos e da nossa imensurável criatividade. Também espelham nossa realidade, sem retoques - com nossos méritos e nossas dificuldades.

Mesmo com toda essa grandeza e potencialidade, atuar na área de cultura no Brasil não é tarefa fácil, porque ao longo de nossa História temos carecido de uma efetiva e constante política cultural, que valorize e impulsione de forma permanente toda a potencialidade de nossa cultura, como fonte de riqueza, de empregos, de fortalecimento da identidade nacional e de divulgação do País - dentro e fora de nossas fronteiras. Há momentos de abandono e outros em que receber melhor tratamento oficial, como ocorreu, por exemplo, nos Governos JK, José Sarney e Itamar Franco. Quando isso acontece nossos artistas brilham mais. Felizmente, agora, no Governo Lula, nossa cultura brasileira tem merecido a atenção especial que merece, graças ao carinho do Presidente pela área e ao empenho do Ministério, sob o comandante de Gilberto Gil - um dos grandes nomes da música brasileira.

Brasileiros como Luiz Carlos Barreto, portanto, Sr. Presidente, merecem homenagens, como essa que faço aqui. Barreto simboliza os valentes batalhadores da cultura brasileira. Gente que, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa História, não abriu mão de acreditar que temos capacidade de fazer arte em pé de igualdade com os grandes produtores mundiais de cultura. Essa crença e essa força sempre nos trazem bons frutos. Cito como exemplo, o prêmio de melhor atriz do Festival de Cinema de Cannes, recebido na semana passada por Sandra Corveloni, que atua no teatro em São Paulo e faz sua estréia no cinema. Aqui, também parabenizo Sandra por ter honrado o Brasil com o prêmio, que é mais um reconhecimento da qualidade de nossos artistas.

Luiz Carlos Barreto - o Barretão, como é conhecido na seara do cinema -, sonhador e grande contador de casos, sempre marca presença em Brasília e no Congresso Nacional nas lutas do cinema, particularmente, mas também de todas as artes brasileiras. Vem pedir nosso apoio, vem reclamar providências, vem oferecer solidariedade ou celebrar vitórias. Tem a grandeza de não atuar apenas em causa própria, mas trabalha pelo maior - respeito, apoio e investimentos na cultura brasileira.

Assim, não só pelos muitos bons frutos de seu trabalho como produtor de cinema, mas também por sua atuação em favor da política do setor, Luiz Carlos Barreto vincula seu nome à História cultural contemporânea, merecendo nossos aplausos.

Com essa homenagem ao Barretão, manifesto também minha confiança que, daqui para frente - e cada vez mais -, a política cultural será prioridade de Estado. Com a ajuda de nós parlamentares, conseguirá inclusive alcançar a sonhada vinculação de 2% das receitas fiscais da União para o orçamento do Ministério da Cultura e a aprovação do Plano Nacional da Cultura, já em tramitação na Câmara. Assim, a nossa comunidade artística poderá exercer, sem sustos ou retrocessos, todo o seu talento, trazendo prêmios e divisas para o Brasil. Cultura é bom negócio, Sr. Presidente. E o melhor exemplo disso é o cinema americano, que emprega milhares de pessoas, sendo uma das grandes fontes de renda daquele país.

Parabéns, Luiz Carlos Barreto - o grandalhão dócil e amável do cinema brasileiro - por não desistir nunca de brigar por mais e melhores filmes e pela nossa cultura. Parabéns pelos filhos talentosos - Bruno, Fábio e Paula -, que seguem sua boa trilha no Cinema Nacional. Parabéns pela forte parceria com a sua Lucy, companheira de anos de vida e sócia na empreitada de fazer filmes. Que seu presente dos 80 anos seja a realização de seu sonho do momento, que é levar para as telas a história do Presidente Lula. Tomara que, em breve, esse filme também esteja lotando cinemas e trazendo mais prêmios para o talento brasileiro.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/06/2008 - Página 18077