O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os jornais do dia 20 de maio divulgaram notícia de grande repercussão nos meios econômicos. A Petrobras havia ultrapassado, em valor de mercado, a gigante da informática, a Microsoft, e passou a ser a terceira maior empresa das Américas. À sua frente, figuram as tradicionais Exxon-Mobil, também do ramo petrolífero, e General Electric, gigante do ramo de equipamentos eletro-eletrônicos de todo porte. O valor de mercado da Petrobras seria de US$ 287,1 bilhões, segundo a consultoria Economática, ou US$ 295,6, pelas contas da Bloomberg.

           Importante é ressaltar que a distância que separa a Petrobras da líder Exxon-Mobil vem diminuindo: o valor da nossa estatal era de 24,1% da concorrente em 2006, tendo passado a 47,2% no ano passado e atingido os 59,3% no relatório deste ano. Desde janeiro, aliás, o valor das ações da Petrobras subiu 13,84%, enquanto o valor das ações da Exxon-Mobil patinou em 0,71%.

           Um estudo da Ernst & Young também aponta para esse crescimento: pelos seus dados, a Petrobras teria saltado do 50º lugar na lista, em 2006, para o 11º em 2007, antes de atingir a posição que ocupa hoje. Seu valor de mercado já é maior que o de toda a bolsa chilena, equivalendo também, sozinha, a 66% da bolsa mexicana.

           É com satisfação, portanto, que, mais uma vez, venho a esta tribuna para saudar novas conquistas da maior empresa do Brasil, que, por suas realizações, vem enchendo de orgulho a Nação e demonstrando para o mundo a capacidade de trabalho e a competência técnica dos brasileiros.

           A Petrobras, nos últimos 20 anos, conseguiu mudar a posição brasileira no quadro mundial do petróleo e do gás natural, de importador dependente para a virtual auto-suficiência, com seu indiscutível pioneirismo na prospecção, lavra e produção na plataforma continental, sob as lâminas d’água oceânica mais profundas. Essa posição de liderança, obtida pela Petrobras, deve-se, sem sombra de dúvida, a sua competência como empresa, que os boletins das consultorias econômicas internacionais não fazem mais que reconhecer.

           No início deste mês de maio, mais precisamente no dia 7, a Petrobras proporcionou ao Brasil mais uma bela surpresa. Refiro-me à divulgação dos resultados do prêmio Reader’s Choice (GRI), outorgado pela Global Report Iniciative, a principal referência internacional em diretrizes para relatórios de sustentabilidade.

           Pois bem, Senhoras Senadoras, Senhores Senadores, entre os relatórios de 800 empresas, de 50 países, o Balanço Social e Ambiental da Petrobras foi eleito o melhor de 2006. A escolha é feita por meio do voto dos leitores da página da GRI na Internet, divididos em quatro categorias: sociedade civil, mídia, mercado financeiro e empregados. Há um quinto prêmio para a melhor no cômputo geral. Nossa estatal venceu na categoria Sociedade Civil e no cômputo geral (all stakeholders, em inglês).

           Além disso, a GRI classificou o relatório da Petrobras no nível A+, que significa que respondeu a todos os indicadores essenciais e adicionais, além de ter sido auditado por organização externa e independente.

           Participaram da votação mais de 1.700 eleitores, residentes em 70 países, que reconheceram, no relatório da Petrobras, a transparência e a credibilidade das práticas de responsabilidade social e ambiental da empresa ali reportadas. Com efeito, para o gerente de Desenvolvimento de Sistemas de Gestão da Petrobras, Antônio Sérgio Oliveira Santana, foi um desafio em dobro: é preciso ter práticas consistentes e reconhecidas de responsabilidade social e ambiental, e, depois, relatá-las de acordo com os padrões internacionais exigidos pela GRI. Segundo a coordenadora do Balanço Social e Ambiental, Ana Paula Grether, o relatório constitui também uma ferramenta de aprimoramento da gestão da companhia. De sua elaboração participaram mais de 300 empregados, que responderam aos indicadores da GRI.

           É desde 2003 que a Petrobras segue as diretrizes da GRI, e seu Balanço vem sendo considerado, já por dois anos consecutivos, como “Relatório Notável” pelo Pacto Global da ONU. Ele vem sendo indicado também como modelo mundial em diversos congressos internacionais de gestão social e ambiental.

           Outra realização da Petrobras que eu gostaria de consignar neste pronunciamento é o do estágio atual das pesquisas sobre a utilização da água e dos resíduos sólidos do processamento do xisto betuminoso de São Mateus do Sul, no Paraná, como insumo agrícola.

           Durante três dias de abril, de 27 a 29, a Petrobras promoveu, lá na área de produção e em Curitiba, um workshop destinado a fazer conhecer, por representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, essa nova linha potencial de derivados da lavra petrolífera. Os participantes, representando Ministérios como o Mapa, o MME, o MCT e o MPOG, além da Assembléia Legislativa do Paraná, de diversas câmaras municipais daquele Estado e da Câmara dos Deputados, saíram impressionados, pois muitos não faziam idéia da possibilidade dessa utilização, nem da capacidade da empresa de pesquisar também na área de insumos agrícolas.

           Pois bem: foi revelado que a água e os resíduos sólidos da lavra do xisto podem ser empregados, na lavoura, tanto como fitoprotetores quanto como remineralizadores de solos de baixa fertilidade.

           Neste momento em que os preços dos alimentos disparam nos mercados internacionais, anunciando a possibilidade de um próximo desabastecimento, assume grande relevo a notícia da oferta de uma alternativa de fertilizante, especialmente destinada a agricultores familiares e agroecológicos. O ponto culminante do encontro, por sinal, foi a assinatura do primeiro contrato de fornecimento de água de xisto, com a empresa Terra Nossa.

           Os participantes foram informados também de outras pesquisas em curso para a utilização na agricultura de mais subprodutos da exploração do xisto betuminoso. Essas pesquisas já estão com pedidos de liberação ambiental junto ao Instituto Ambiental do Paraná. Uma vez liberados, a Petrobras poderá solicitar ao Mapa a autorização para comercialização desses produtos.

           Duas notícias, portanto, a da premiação pela GRI e a da apresentação dos derivados do xisto com aplicação agrícola, demonstram a relevância da Petrobras para o desenvolvimento nacional sustentável e sua notável capacidade para a inovação.

           Gostaria, portanto, Senhor Presidente, de deixar registrada minha saudação e meu aplauso à maior empresa brasileira, que não se cansa de nos surpreender com a demonstração de sua competência e compromisso com o progresso do Brasil.

           Muito obrigado.