Discurso durante a 97ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Justifica a apresentação de requerimento solicitando que o Período do Expediente de Sessão do Senado, seja dedicado a comemorar os 400 anos do Padre Antônio Vieira. Voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador Meira Filho.

Autor
Marco Maciel (DEM - Democratas/PE)
Nome completo: Marco Antônio de Oliveira Maciel
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Justifica a apresentação de requerimento solicitando que o Período do Expediente de Sessão do Senado, seja dedicado a comemorar os 400 anos do Padre Antônio Vieira. Voto de pesar pelo falecimento do ex-Senador Meira Filho.
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/2008 - Página 18922
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ANTONIO VIEIRA, SACERDOTE, ESCRITOR, POLITICO, NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, RELEVANCIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, BRASIL, IMPORTANCIA, OBRA LITERARIA, DIFUSÃO, LINGUA PORTUGUESA.
  • HOMENAGEM POSTUMA, MEIRA FILHO, EX SENADOR, DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR. MARCO MACIEL (DEM - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, nobre Senador Papaléo Paes, venho à tribuna nesta tarde para solicitar à Mesa do Senado Federal, ouvido o Plenário da Casa, e na forma do art. 160 do Regimento Interno, seja destinado o período do Expediente a assinalar a passagem dos 400 anos do aniversário de nascimento do Padre Antônio Vieira.

Nesse sentido, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ofereço alguns argumentos para justificar o Requerimento que agora estou apresentando.

Como se sabe, o Padre Antônio Vieira foi um vulto invulgar que teve uma destacada atuação no Século XVII não somente em Portugal, na Europa, mas também, e sobretudo, no Brasil.

Reconhecido pelo poeta Fernando Pessoa como “O Imperador da Língua Portuguesa”, vez que o Padre Antônio Vieira se expressava com grande esmero em nosso vernáculo.

O Padre Antonio Vieira nasceu, como já disse, nos inícios do Século XVII, em Lisboa, e, aos seis anos - leia-se em 1614 -, veio para o Brasil, posto que seu pai foi designado, pelo Governo de Portugal, escrivão na então Capitania da Bahia.

            Exerceu Padre Vieira enorme influência como orador sacro, escritor, político e missionário, entre outras atividades, durante quase todo o tempo em que viveu.

Vieira é uma personalidade por demais rica, pletórica em seu pensamento e ação, deixando-nos desconcertados com sua atuação em praticamente todos os territórios da atividade humana, quer na condição de sacerdote, quer no cumprimento de funções públicas, muitas delas inclusive de política externa.

Observa com propriedade o escritor e crítico Alcir Pécora, aliás um dos grandes conhecedores da obra e do pensamento do Padre Antonio Vieira: “não há escrito do jesuíta que não seja político. Não sê-lo para ele equivaleria a renunciar à prática da caridade cristã, deixar de intervir nas formas de vida social do homem, de modo a prepará-lo para tornar-se, pela boa escolha de seu livre arbítrio, co-autor da Providência”.

Ressalte-se que celebração de tão magna efeméride associa brasileiros e portugueses, pois não é sem razão que o Padre Antonio Vieira é considerado o cidadão de dois mundos.

Devo, por oportuno, lembrar que outro vulto da Igreja Católica Apostólica Romana também está vendo passar mais um ano de seu falecimento. Eu me refiro a José de Anchieta, beato, presbítero, missionário, que também ganhou em nosso País o título de apóstolo do Brasil pela sua dedicação ao povo nativo, especialmente aos índios, em cujo meio exerceu uma notável atividade missionária.

José de Anchieta nasceu antes do Padre Antônio Vieira, no Século XVI, em 1534, e faleceu em 1597. Ao Brasil, ele chegou em 1554 e, a partir daí, realizou um excelente trabalho ainda hoje não totalmente reconhecido.

Voltando a falar sobre o Padre Antonio Vieira, o Senado não pode deixar de estar atento à preservação da memória nacional e ao zelo pela contribuição oferecida à cultura por tão grande personalidade.

Requeiro, portanto, que seja dedicado o Período do Expediente, em data a ser marcada pela Mesa Diretora, para homenagearmos o seu fecundo legado.

Desejo, Sr. Presidente, registrar que a Embaixada de Portugal no Brasil, através do seu Embaixador Francisco Seixas da Costa, está também, juntamente com outras entidades culturais portuguesas, promovendo eventos alusivos à passagem de tão expressivo acontecimento.

Da mesma forma, entendemos nós, o Governo brasileiro, as instituições culturais brasileiras não podem ficar indiferentes à passagem de tão significativo evento, daí por que proponho a realização de homenagem ao Padre Antonio Vieira, em reconhecimento aos notáveis serviços que ele prestou quer a Portugal, quer ao Brasil e também para que, através do estudo de seus feitos, de suas ações, de seu pensamento, possamos melhor conhecer a nossa História. Em assim fazendo, estaremos iluminando o futuro, pois, como disse certa feita o historiador Carlo Levy, “o futuro tem um coração antigo” e, portanto, não podemos conhecer bem a nossa História se não olharmos para o passado.

Sr. Presidente, desejo apresentar, por fim, requerimento, também subscrito por V. Exª, nobre Senador Papaléo Paes, e pelos Senadores Paulo Paim e Geovani Borges, de pesar pelo falecimento do ex-Senador João Assis Meira Filho, que representou o Distrito Federal.

            Peço inserção em ata de voto de profundo pesar pelo seu falecimento, a apresentação de condolências a seus familiares, ao Governo do Distrito Federal e ao Clube dos Pioneiros de Brasília, instituição à qual ele pertencia.

Essas eram as considerações que gostaria de fazer, Sr. Presidente, nobre Senador Papaléo Paes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/2008 - Página 18922