Discurso durante a 97ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre o respeito que o Amapá tem com a preservação do meio ambiente.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Reflexão sobre o respeito que o Amapá tem com a preservação do meio ambiente.
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/2008 - Página 18933
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, CARACTERISTICA, ESTADO DO AMAPA (AP), SUPERIORIDADE, AREA, PRESERVAÇÃO, FLORESTA, MEIO AMBIENTE, ADOÇÃO, PLANO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, VALORIZAÇÃO, RIQUEZAS, RECURSOS NATURAIS, INVESTIMENTO, CRIAÇÃO, LEIS, ESPECIFICAÇÃO, LEGISLAÇÃO, ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL, LIGAÇÃO, ATIVIDADE ECONOMICA, EMPREGO, RENDA, ARTESANATO, TURISMO, RELEVANCIA, PATRIMONIO TURISTICO, POSIÇÃO, LIMITE GEOGRAFICO, FACILITAÇÃO, ENTRADA, ESTRANGEIRO, PAIS, EXPORTAÇÃO, PRODUTO NACIONAL.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIVULGAÇÃO, ADVERTENCIA, MARINA SILVA, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), FALTA, ATENÇÃO, PRIORIDADE, GOVERNO, MEIO AMBIENTE, NECESSIDADE, PRESERVAÇÃO, AREA, ESTABILIDADE, PRODUÇÃO.

            O SR. GEOVANI BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente Senador Papaléo Paes, pela generosidade antecipada.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, falar sobre meio ambiente após visitar Macapá, capital do Amapá, é tarefa fácil. Verdadeiramente distante do eixo Rio/São Paulo, o local tem características especiais, sobretudo no que diz respeito à preservação do meio ambiente.

            Temos, Senador Papaléo Paes, 97% de florestas absolutamente preservadas. A preocupação e o orgulho com o tema têm mais vez e voz em terras amapaenses.

            Vale lembrar algumas informações básicas sobre este nosso novo e jovem Estado que, até 1988, tinha a condição de território federal. O Amapá é o início do extremo norte do litoral brasileiro, que começa no final do rio Oiapoque (divisa com a Guiana francesa).

            Temos - repito - 97% de nossa cobertura vegetal intacta, totalmente preservada. O Estado abrange também mais de 500Km de litoral atlântico e mais de 300Km do rio Amazonas.

            Estamos fazendo um plano de desenvolvimento chamado “Amapá Produtivo”, valorizando a riqueza natural e associando desenvolvimento com conservação. Uma visão tucuju daquilo que o resto do mundo chama de “crescimento sustentável”.

            Para garantir a preservação, o Estado investe também na criação de leis, como a lei de ordenamento territorial, que alia a atividade econômica, que podem gerar emprego e renda, como o artesanato, se desenvolvida a partir de conhecimentos tecnológicos produzidos no próprio Amapá.

            Como potencial turístico, entendo que temos todas as chances do mundo, já que Macapá é a única capital cortada pela Linha do Equador e também é a única capital do Brasil que é banhada pelo Rio Amazonas.

            O Estado abriga o maior monumento da colonização portuguesa, a Fortaleza de São José de Macapá. Para torná-la atrativa, foi construída uma obra de 12 hectares chamada Parque do Forte.

            Apostamos no turismo como a principal atividade econômica do Estado para um futuro próximo - e próspero. O nosso principal diferencial é a posição geográfica, que pode servir como entrada de estrangeiros no País. Estamos em uma posição geopolítica estratégica - inclusive, a área de porto é na minha querida cidade de Santana - porque estamos na fronteira com as Guianas, muito próxima do Caribe, e com mais facilidade para chegar à Europa, já que existem vôos de Paris à Guiana Francesa com tarifas domésticas e apenas 8 horas e meia de viagem.

            Se o Estado investir na área, acreditamos que a entrada de europeus na Amazônia vai se tornar mais barata e rápida. E ainda será a porta de saída para as exportações brasileiras, já que estamos na saída do Rio Amazonas.

            Muitos produtos do Centro-Oeste e da Amazônia poderão ser transportados por meio marítimo, a partir do canal norte do Amazonas, saindo pelo Atlântico e seguindo para vários continentes.

            O maior desafio é colocar o Amapá na rota do desenvolvimento sem diminuir o seu grau de preservação.

            Ainda, hoje, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, a ex-Ministra do Meio Ambiente, a nossa querida colega Senadora Marina Silva alerta que o meio ambiente não vem recebendo do Governo a mesma prioridade para acompanhar “o pique da sociedade”. A Senadora ensina “que o Governo não pode ver as áreas preservadas como partes ‘retiradas da produção’ e, sim, como imprescindíveis à produção equilibrada e com alguma noção do bem público”.

            De fato, Sr. Presidente, os riscos ambientais tornaram-se preocupação obrigatória na vida das pessoas, das empresas e do Estado. Ninguém mais pode ignorar sua responsabilidade no futuro da humanidade e do Planeta.

            Vez por outra, como na entrevista das páginas amarelas da revista Veja desta semana, aparece uma voz dissonante nessa orquestra da consciência ambiental, como é o caso de Patrich Michaels, climatologista da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que não acredita no poder destrutivo do aquecimento global. E, para completar, ainda garante que o desmatamento da nossa Amazônia não é o grande culpado pelo aumento do aquecimento global, se for comparado com a queima de combustíveis fósseis. Ele diz com todas as letras:

            Tentar justificar a preservação com o argumento do aquecimento global é uma mentira. Acredito que a preservação das áreas silvestres é uma decisão social e econômica que as pessoas nos países em desenvolvimento precisam tomar.” 

            Bem, pelo sim, pelo não, desconfiado como bom caboclo ribeirinho, prefiro acreditar nas velhas e vigentes teses que ensinam consciência ambiental e parabenizar o meu Amapá pelo seu profundo respeito ao meio ambiente, a despeito da cobiça e do poder econômico.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, dentro do tempo regimental.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/2008 - Página 18933