Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à memória de Leonel de Moura Brizola, pelo transcurso do quarto aniversário de seu falecimento.

Autor
Gilberto Goellner (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Gilberto Flávio Goellner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória de Leonel de Moura Brizola, pelo transcurso do quarto aniversário de seu falecimento.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2008 - Página 19013
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, LEONEL BRIZOLA, EX GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), EX-DEPUTADO, EX PREFEITO, ENGENHEIRO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. GILBERTO GOELLNER (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente; Srªs e Srs. Senadores; senhoras e senhores convidados para esta sessão de homenagem ao ilustre rio-grandense Leonel de Moura Brizola.

Sr. Presidente, gostaria de me associar às homenagens a esse grande estadista, principalmente pelo fato de ele ter sido meu conterrâneo.

Leonel Brizola nasceu em 1923. Teve vida humilde e, mesmo passando por muitas dificuldades, conseguiu se educar, porque sempre teve apoio, já que, desde menino, sempre se destacou.

Em 1937, o prefeito de sua cidade, Carazinho, conseguiu-lhe uma bolsa de estudo, paga pelo Município, oportunidade em que ele foi a Porto Alegre, de trem de ferro, que já existia àquela época em Carazinho, para iniciar seus estudos no Instituto Flores da Cunha, um colégio estadual à época.

Posteriormente, Leonel de Moura Brizola foi estudar no Colégio Técnico Agrícola de Viamão, próximo a Porto Alegre, onde completou o curso de Técnico Agrícola. Em seguida, Brizola se empregou na empresa pública dos Correios e Telégrafos, época em que trabalhava e estudava. Também eu tive uma vida semelhante à dele.

Com 14 a 15 anos, Brizola foi estudar fora, distante 230 quilômetros da sua cidade natal, São Bento, um distrito. Também eu nasci em um distrito, à época, de Carazinho: distrito de Não-Me-Toque.

Eu fico muito feliz pela coincidência de épocas. Bem depois, eu também, com quinze anos, fui estudar em Porto Alegre, e completei meus estudos agronômicos. Brizola, porém, interrompeu a Escola Técnica Agrícola e ingressou na faculdade de Engenharia Civil. E, já como estudante, candidatou-se a Deputado Estadual, elegendo-se para o seu primeiro mandato. Depois, elegeu-se Prefeito, Deputado Federal, Governador do Rio Grande do Sul, Governador do Rio de Janeiro e, depois, Senador.

Sr. Presidente, eu gostaria de destacar, da vida humilde de Brizola, o fato de que, quando ele tinha quatorze anos, ele era um conhecido engraxate da cidade de Carazinho. Meus tios o conheciam. Inclusive, tenho um tio que se vangloriava ao dizer que o Governador já havia sido o seu engraxate.

Tenho grande honra de dizer que Brizola teve no meu avô, Guilherme Augustin, o seu grande líder político, à época do PTB, em toda a região de Não-me-Toque, Victor Graeff, hoje, a grande região agrícola do Estado do Rio Grande do Sul. Todos tínhamos um grande respeito, uma grande admiração por esse grande político que foi Leonel Brizola.

Em 1951, Brizola foi Secretário de Estado, assumindo a Secretaria de Viação e Obras Públicas, mesmo contando com os seus vinte e poucos anos. À frente dessa Secretaria, surgiram as primeiras pavimentações asfálticas nas estradas de toda aquela região agrícola de Carazinho, Passo Fundo - “a estrada da produção”, que ele idealizou -, além das escolas, chamadas de “brizoletas”. Então, tudo isso nos traz tantas saudades!

Recordo-me também de uma passagem muito engraçada. Em 1958, ele, candidato a Deputado Federal, tínhamos passado a noite pintando o seu nome no asfalto, asfalto esse que ele havia proporcionado a toda a região, ligando cidades importantes, Carazinho e Não-Me-Toque, a outras cidades. Naquele mesmo asfalto já se fazia a continuidade de sua atuação política como Deputado Federal.

Então, esse empenho, essa adoração que os gaúchos tinham por Leonel Brizola se perpetua até hoje. Ele é lembrado constantemente, bem como os ideais que ele deixou, ao longo de uma vida política íntegra, que hoje se perpetuam no grande partido que é o PDT.

Meus parabéns, Senador Cristovam! V. Exª, como dileto discípulo desse grande gaúcho, que delineou a educação brasileira, V. Exª, agora, como seu maior discípulo, continua esse belo trabalho.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2008 - Página 19013