O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores convidados, quero fazer uma justa homenagem, daqui da tribuna do Senado, ao homem, ao político, que ainda hoje simboliza a ética, a coragem, a confiança no povo brasileiro, a luta contra a corrupção: Leonel de Moura Brizola.

Infelizmente, há quatro anos, perdemos um pedaço da história política do Brasil; há 4 anos, perdemos um homem que sempre esteve disposto a lutar por um país mais justo.

A morte de Brizola deixou em mim o mesmo gosto amargo e a sensação de perda de alguém da família que faleceu repentinamente.

O ex-Governador e Deputado Federal foi um legítimo representante da classe política do Brasil, classe política com P maiúsculo. Com ele, aprendemos a respeitar a legalidade e a Constituição Federal; com ele, adquirimos o conhecimento de como enfrentar os poderosos na defesa do povo brasileiro.

A verdade é que a sua participação na vida política foi marcada pela mais profunda vocação, orientada por um inquestionável compromisso com as causas populares.

Este foi Leonel Brizola: um homem sensível, sensato e humilde, que continuou assim, mesmo quando, em diversas ocasiões, desferiram golpes mortais contra ele.

Ninguém pode negar o seu espírito de nacionalismo intenso, a sua preocupação com as camadas mais pobres deste País e a sua visão trabalhista da política.

Os jornais estamparam o seu pranto quando perdeu a sigla do PTB, mas ressurgiu das cinzas e fundou o Partido Democrático Trabalhista - PDT.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, além desse patrimônio político, Leonel Brizola era considerado um dos principais líderes mundiais na defesa das causas populares.

Leonel Brizola foi, ao lado de Willy Brandt, Mário Soares, Felipe Gonzáles e François Mitterrand, um dos grandes nomes da Internacional Socialista. Na América Latina, ao lado de outros líderes latino-americanos, o fato repete-se: está entre os primeiros, entre os mais lembrados pelo povo do continente.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, respeitando o seu tempo.

Muito obrigado. (Palmas.)