Discurso durante a 101ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao centenário de imigração japonesa para o Brasil.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao centenário de imigração japonesa para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2008 - Página 19653
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, BRASIL, OPORTUNIDADE, REGISTRO, AMPLIAÇÃO, COMUNIDADE, DESCENDENTE, IMIGRANTE, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESTADO DO PARANA (PR).
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, ESTADO DE RORAIMA (RR), FAMILIA, IMIGRANTE, EMPENHO, CRIAÇÃO, ENTIDADE, COLONIA, DIVULGAÇÃO, CULTURA, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, COMENTARIO, HISTORIA, INICIO, IMIGRAÇÃO, TERRITORIO FEDERAL DE RIO BRANCO.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srs. e Srs. Senadores, este ano o Brasil comemora o centenário da imigração japonesa. No Brasil reside atualmente a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão.

Cerca de 1,5 milhão de descendentes de japoneses vivem em nosso País, segundo dados do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros.  
Atualmente, 75% dos descendentes estão concentrados no Estado de São Paulo, sendo que 40% dos nipo-brasileiros vivem somente na Grande São Paulo. Outros 15 % encontram-se no sul do Brasil, com grande concentração no Estado de Paraná, e o 10% no restante dos outros Estados.

De acordo com dados do Ministério da Justiça do Japão, em 2006, 313 mil nipo-brasileiros estão no Japão trabalhando como dekasseguis ou trabalhadores temporários. 

Fico alegre de poder dizer aqui nesta tribuna, senhor presidente, que meu Estado, Roraima, também recebeu famílias de imigrantes japoneses. Atualmente, vivem lá cerca de 30 família de nipo-roraimenses.

E, daqui da tribuna do Senado, quero fazer uma homenagem aos nipo-roraimenses que estão aproveitando o ano do centenário da imigração japonesa, para finalmente criar uma associação da colônia nipônica no Estado, visando divulgar a cultura japonesa em Roraima. O trabalho está sendo coordenado pelas empresárias roraimenses que moram em Boa Vista Clarice Tsuji e Elizabeth Mitie Fukuda.

Atualmente, o representante da colônia japonesa em Roraima é o empresário Kazu Tsuji.

A chegada dos imigrantes japoneses em Roraima ocorreu há 53 anos. Nesta época, o Estado de Roraima ainda era conhecido como Território Federal do Rio Branco.

Os primeiros imigrantes não vieram diretamente do Japão para Roraima. Eles estavam no Pará, mais precisamente na fazenda de borracha de Belterra. Os imigrantes mais antigos contam que a transferência para Roraima ocorreu porque o governo paraense não conseguiu manter todas as famílias japonesas e por isso, foi necessária a redistribuição.

De acordo com a empresária Haruyo Tsukuda, que hoje mora em Boa Vista e atua no comércio de produtos eletrônicos, houve um sorteio para saber quais famílias viriam para Roraima.

Os primeiros descendentes japoneses que chegaram ao meu Estado, passaram por dificuldades antes de se adaptarem ao clima, às doenças tropicais, à falta de infra-estrutura para escoar a produção das lavouras.

Os imigrantes japoneses eram obrigados a trabalhar na agricultura por exigência do governo brasileiro durante, pelo menos, quatro anos.

A história contada por descendentes das primeiras famílias relata dificuldade financeira, morte de alguns parentes por malária e outras doenças típicas da região e também a adaptação ao calor e à cultura local.

No início, duas famílias ficaram na Capital e 11 foram para a Colônia do Taiano, local de difícil acesso e que não tinha estradas para o escoamento da produção agrícola.

Depois do primeiro grupo de japoneses, outras famílias foram chegando ao Estado para trabalhar na agricultura. Porém, após os quatro anos do contrato, somente alguns permaneceram no campo.

Atualmente, a maior parte das famílias atua na área do comércio, rizicultura, produção de hortifrutigranjeiros e na política. Outros descendentes já se mudaram de Roraima, passaram em concursos públicos ou são funcionários federais transferidos para o Estado.

Fico feliz de poder fazer essa homenagem, daqui da tribuna do Senado, ao centenário da imigração japonesa no Brasil e principalmente aos nipo-roraimenses que hoje ainda vivem no meu Estado. Por isso, vou citar o nome de alguns desses bravos imigrantes para fazer minha homenagem:

- FAMÍLIA DOI: que hoje se dedica ao comércio. Quero fazer uma menção especial a senhora MOYO DOI, viúva de KENZABURO DOI.

- FAMÍLIA EDA: que se destaca na área de hortifrutigranjeiro e serviços. Quero fazer uma homenagem especial ao patriarca dessa família MASARU EDA e ao vereador MASAMY EDA.

- FAMÍLIA TISUJI: que se destaca na avicultura. Quero homenagear especialmente a senhora IKU TISUJI, cujo marido KASUO TISUJI faleceu há poucos dias.

- FAMÍLIA TSUKUDA: que se destaca no comércio e a qual quero cumprimentar na figura de SHIZUKO TSUKUDA

- FAMÍLIA NAKAMURA: que desenvolve a agricultura na Região Taiano, Município de Alto Alegre. Quero fazer uma homenagem especial ao patriarca PERUGAN NAKAMURA.

- FAMÍLIA NAKAIAMA do Município de Iracema

- FAMÍLIA KATO: que se destaca na produção de hortifrutigranjeiros e fruticultura na Região do Passarão em boa vista. Quero lembrar aqui o nome do senhor KATO

- FAMÍLIA ITIKAWA: que se destaca na rizicultura e a qual quero cumprimentar lembrando o nome do senhor NELSON ITIKAWA.

            - Também quero homenagear outras famílias como os MIKI, os KUSHIDA e os RIDESHIMA e todos os outros quem não foram mencionados aqui.

Era isso o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2008 - Página 19653