Discurso durante a 104ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à memória do ex-Senador Jefferson Péres.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à memória do ex-Senador Jefferson Péres.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2008 - Página 20944
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JEFFERSON PERES, SENADOR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, ETICA, VIDA PUBLICA, MELHORIA, DIGNIDADE, LEGISLATIVO.

O EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srª Marlídice, filhos de Jefferson Péres, Prefeito Serafim, Presidente do Tribunal de Justiça, quero trazer aqui a minha homenagem também a Jefferson Péres, um colega que honrava todos nós pela forma ética, pela forma transparente de se posicionar e dar seus votos.

Uma das facetas de Jefferson Péres que mais me chamava a atenção era exatamente a sua ojeriza à demagogia. Várias vezes eu o ouvi nas comissões até emburrado dizer que sabia que a imprensa não queria que nós votássemos a favor, mas ele ia votar a favor; ou, então, que havia muita gente contra, mas ele queria votar a favor; ou o inverso, queriam que votássemos a favor, mas ele ia votar contra, porque a sua convicção era a de que esse devia ser o seu voto.

Era a forma permanente de o Jefferson se posicionar. Quanto tinha convicção, ele fazia o que considerava correto. Ele não se rendia à demagogia. Eu, desde o início da minha vida pública, me identifiquei com essa posição dele. Considero a demagogia a corrupção da esperança, porque ela ilude as pessoas, ilude a população. A proposta demagógica dá uma esperança às pessoas, elas se iludem, quando na verdade sabe-se de antemão que aquilo é impossível, não vai funcionar, não vai ter encaminhamento. Por isso, devemos ter muita preocupação com a sinceridade, a objetividade. Dizer a uma pessoa que ela vai ter um salário mínimo de R$5.000,00 (cinco mil reais), é demagogia, pois isso não é possível, não se vai conseguir isso.

Daí precisamos ter essa preocupação da sinceridade e da objetividade. Dizer a uma pessoa: olha, você vai ter um salário mínimo de R$5.000,00. É demagogia, isso não vai ser possível, não se vai conseguir isso. E o pobre coitado vai ficar iludido pensando: um senador disse isso; um prefeito, um político, um jornalista disse que é válido. E ele vai levando.

Essa era uma faceta muito importante de Jefferson Péres.

Eu, por acaso, me encontrei, no ano passado, com D. Marlídice, em uma viagem que eu fazia em nome do Senado, e ela me disse: “O Jefferson não gosta de viajar. Estou aqui com os meus filhos”. Quando cheguei eu disse: Péres, encontrei lá sua senhora com os seus filhos. Ah, eu não gosto de viajar; gosto de ficar mais quieto por aqui. Esse é o meu jeito, o meu jeito de ficar preso ao meu dia-a-dia, às minhas funções no Senado, ao meu amor pelo Amazonas”.

Então, a falta dele é muito sentida por todos nós no dia-a-dia do Senado. Ele foi, sem dúvida alguma, um Senador que honrou o Senado da República, um Senador que sempre se posicionou de maneira corajosa, de maneira séria e que serviu e servirá sempre de exemplo na política brasileira, não só na política do Amazonas.

Minha homenagem sentida a esse que foi um grande Senador da República: Senador Jefferson Péres. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2008 - Página 20944