O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senador Jefferson Péres não morreu. Não morreu, porque homens desse calibre, homens do calibre de Ulisses Guimarães, Mario Covas e tantos outros que fulguraram no cenário político brasileiro não morrem, apenas transcendem ao sereno e tranqüilo pedestal da imortalidade, operada pelo exemplo, dedicação e afinco, características marcantes das trajetórias de suas vidas no Congresso Nacional.

           Nosso Jefferson Péres, nosso porque passou a nos pertencer no Senado Federal como referência ética e moral, nosso porque passou a resplandecer como um marco do comportamento retilíneo e inabalável para os cidadãos comuns de Norte a Sul, de Leste a Oeste... Nosso Jefferson Péres colocava-se como um homem a serviço do Amazonas e do Brasil.

           Um homem a serviço do Amazonas e do Brasil, por estar a nos lembrar permanentemente que a política se constrói não por meio de campanhas milionárias, mas pela oferta da conduta e da honra como referência do político voltado a servir, com simplicidade e maestria, os eleitores, o seu Estado e a Nação.

           Como assinalou o jornal Opinião, a vida do Senador Jefferson Péres deixa um recado para que nenhum político, nem o jovem vereador que se lança à primeira campanha eleitoral, nem os mais antigos que se consolidaram como Parlamentares, deve desistir de acreditar que as pessoas nas ruas procuram um político ético em quem votar.

           As pessoas ainda procuram um homem simples, de idéias sólidas, sem evasivas ou artimanhas. Idéias tão embasadas que não nos atrevíamos a analisar qualquer matéria sobre a conduta de qualquer Senador sem auscultar o pensamento do ilustre Jefferson Péres.

           Por quê? Porque nosso saudoso homenageado parecia ter o condão de fazer a todos refletir um pouco mais, ponderar, equilibrar ou desequilibrar as bases aparentemente inabaláveis de determinado raciocínio. Quando o Senador Jefferson Péres falava, ouvia-se a voz da sabedoria.

           A sabedoria no mais estrito sentido, a sabedoria de Minerva, a sabedoria da prudência, moderação, temperança, sensatez; a sabedoria do conhecimento justo das coisas e da razão, que somente o andar da vida tem o poder de ensinar.

           Cremos, portanto, que outra não poderia ser a homenagem adequada e própria do Senado Federal, quando, por iniciativa do nobre Senador Epitácio Cafeteira, aprovamos por unanimidade a resolução que dá o nome de Senador Jefferson Péres ao Plenário da Sala de Reuniões da Comissão de Ética do Senado Federal.

           Será uma forma singela, Sr. Presidente, para todos nós, que por aqui passamos, e para os futuros Senadores, que para aqui virão, lembrarmos dessa figura serena, de conduta ilibada, de quem tanta falta sentiremos. Sem o Senador Jefferson Péres, nossas discussões não serão mais as mesmas. Sem o Senador Jefferson Péres nossos debates perderão brilho e luz.

           Mas cremos, Srªs e Srs. Senadores, que um homem como o Senador Jefferson Peres, quando parte, deixa fincada, deixa enraizada uma aroeira da admiração e do saber, que não se corrói nem com o tempo, nem com o vento, nem com o sereno nem com o calor.

           Nestes corredores, nestas Comissões, neste Plenário do Senado Federal, há pegadas de um homem honesto, probo e humilde, há pegadas de um homem sábio e ético, que ficarão como referência permanente para quem desejar trilhar o caminho da política pelo povo, para o povo, pelo Brasil e para a Nação.

           Muito obrigado.