Discurso durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Esclarece que a sua conduta foi uma tentativa de preservação da imagem do Senador Arthur Virgílio, quando soube que o acusavam de vazamento do dossiê com gastos do governo Fernando Henrique à imprensa.

Autor
Tião Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Afonso Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Esclarece que a sua conduta foi uma tentativa de preservação da imagem do Senador Arthur Virgílio, quando soube que o acusavam de vazamento do dossiê com gastos do governo Fernando Henrique à imprensa.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2008 - Página 15335
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • REGISTRO, FRUSTRAÇÃO, PRONUNCIAMENTO, ARTHUR VIRGILIO, SENADOR, DEMONSTRAÇÃO, TENTATIVA, ORADOR, PRESERVAÇÃO, CONGRESSISTA, ACUSAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DOCUMENTO SIGILOSO.

            O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Presidente, estava chegando ao Senado agora e fui informado pela Assessoria de que o Senador Arthur Virgílio, após uma indagação do Deputado Nilson Mourão, na CPI, haveria feito considerações muito críticas à minha pessoa, dito que era uma decepção de uma relação de amizade que ele tinha e, depois, falou para a imprensa que viria me denunciar em plenário.

            Quero dizer a V. Exª que a decepção, se está havendo, é minha porque, no dia de ontem, a um amigo eu dirigi a palavra e a mais ninguém, a nenhum parlamentar, após saber, pelo meu chefe de gabinete e por um jornalista que trabalha no meu gabinete, que um chefe de gabinete do Senador Alvaro Dias, de nome Silio, havia dito para os dois assessores que fora o Senador Arthur Virgílio que havia vazado para a Folha de S.Paulo os documentos.

            Eu disse: “Arthur, por ser seu amigo, por saber que você assim agiria comigo e por saber o respeito que você tem pelo ex-presidente Fernando Henrique, tenho o dever de informá-lo do que houve: teria sido Valter, assessor dele, que teria pego, dado para ele e que teria ido à Folha”. E disse: “Não acredito nisso”.

            Transmiti ao Senador Arthur Virgílio e, desde então, não falei com qualquer Parlamentar ou do meu Partido, de Ideli a qualquer Parlamentar, sobre o ocorrido. Aí vem o Senador Arthur Virgílio e rompe uma relação de amizade e respeito baseado num comentário que o Deputado Nilson Mourão fez. E mais, eu disse: “Já tem comentários em setores da imprensa, Senador Arthur”. Aí, de repente, fico sendo alvo de dúvida?

            Do caso do caseiro, Senador Arthur Virgílio, eu disse a V. Exª, numa ligação que tivemos - não lembro se fui eu que liguei ou se foi V. Exª que me ligou -, que jamais me envolveria com coisa suja contra qualquer pessoa. A minha ação contra o caseiro foi à luz do dia, na Comissão, defendendo a Constituição do meu País, que era não aceitar que se entrasse na intimidade de uma pessoa de família e se partisse para a desonra.

            Então, se alguém está decepcionado aqui com o amigo, sou eu, porque não aceito um juízo de valor precipitado sobre a minha conduta de ordem moral e de respeito a um amigo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2008 - Página 15335