Discurso durante a 107ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Transcurso do centenário da imigração japonesa para o Brasil.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso do centenário da imigração japonesa para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 20/06/2008 - Página 21848
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PREFEITO, MUNICIPIO, GUARANTÃ DO NORTE (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), PRESENÇA, PLENARIO, SENADO.
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, IMPORTANCIA, PARTICIPAÇÃO, IMIGRANTE, DESENVOLVIMENTO, BRASIL, AGREGAÇÃO, CULTURA.
  • COMENTARIO, SUPERIORIDADE, NUMERO, IMIGRANTE, DESCENDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, PREVALENCIA, COLONIA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, ADAPTAÇÃO, INTEGRAÇÃO, BRASIL.

O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Antes de tudo, agradeço ao Senador Magno Malta por ter-me cedido a sua oportunidade de falar nesta tribuna. Sou muito grato.

Primeiramente, quero cumprimentar aqui o ilustre Prefeito José Humberto, da Cidade de Guarantã do Norte, que nos visita hoje no Senado Federal. É um grande Prefeito, valoroso, operoso, competente e, acima de tudo, ético. Seja bem-vindo, companheiro, Prefeito José Humberto.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, afortunadamente somos uma Nação abençoada por Deus. O Brasil é um País de muitas raças, muitos sotaques e uma exuberante diversidade cultural.

Fomos descobertos no século XVI pelos portugueses e redescobertos por outros povos várias vezes ao longo de nossa história. Ontem, comemoramos o centenário da imigração japonesa à nossa Pátria.

No dia 18 de junho de 1908, aportou em Santos o navio Kasato Maru, com as primeiras 165 famílias de camponeses vindas do Japão. Começava aí uma epopéia de imigração que culminou com a plena integração dessa comunidade oriental com o estilo de vida dos brasileiros. Nos dias atuais, não é mais possível imaginar nosso País sem a contribuição nipônica à nossa cultura, à nossa economia e ao nosso pensamento.

Em tempos de expansão da lavoura cafeeira, no início do século passado, chegaram ao Brasil, em dez anos, mais de quinze mil japoneses. Foi um período difícil de uma sofrida adaptação aos nossos costumes; mas a vontade de trabalhar e o apego à sua filosofia fizeram com que os colonos fincassem suas raízes nesse solo e ajudassem a produzir um país mais rico e próspero.

De simples lavradores, os japoneses se tornaram uma força de trabalho altamente especializada e compromissada com a evolução científica. Ou seja, na transição do campo para a cidade, os imigrantes japoneses e seus descendentes transformaram-se numa espécie de massa crítica do setor tecnológico nacional.

Atualmente, 1,5 milhão de japoneses e seus ascendentes vivem no Brasil, consolidando a integração entre os dois povos irmãos.

Nos dias de hoje, não é mais possível identificar um oriental apenas pelos traços étnicos, porque a maioria deles traz no coração o amor absoluto pelo Brasil. São brasileiros na essência e na alma. Assim como os brasileiros de longa ascendência, também carregam no espírito as influências de seus irmãos nipônicos, que se manifestam na culinária, nos esportes, na filosofia de vida, nas artes e nas crenças.

Somos um pouco japoneses...

Vale lembrar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que o Brasil detém a maior comunidade nipônica fora do Japão, com forte concentração no Estado de São Paulo, que abriga 80% de seus remanescentes. Outro fato curioso é que, hoje, 90% da comunidade japonesa vive na área urbana, evidenciando a integração dos migrantes e seus descendentes com a sociedade brasileira. Outro aspecto que reforça essa assimilação é que 60% dos japoneses e seus descendentes professam a fé cristã.

Em Mato Grosso, o fenômeno migratório ocorre na década de 50, notadamente na região do Rio Ferro, atual Município de Feliz Natal, sendo que, quando nosso Estado ainda não havia sido dividido, existia forte ocupação de nipônicos no território que hoje constitui o Estado de Mato Grosso do Sul.

Mas, Srs. Senadores, um povo que chegou há 100 anos para plantar sonhos, colheu uma bela história de prosperidade e integração com nossa gente.

Portanto, celebrar o centenário da imigração japonesa ao Brasil representa festejar nossa própria identidade cultural, que, felizmente, não é monolítica, mas plural. E, certamente, muito do que somos hoje como raça devemos a esses irmãos do Oriente, que trouxeram para cá seu denodo, sua fé no trabalho e sua filosofia milenar.

O Brasil é um pedaço do Japão encravado no Novo Mundo. Uma porção sentimental das velhas e modernas tradições nipo-brasileiras.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esta minha fala, este breve pronunciamento era para ter acontecido no dia de ontem. Entretanto, tendo em vista o número bastante elevado de inscritos, preferi falar hoje para prestar aqui as minhas homenagens à colônia nipo-brasileira, especialmente aos que vivem no Estado de Mato Grosso, até porque contribuíram sobremaneira com a tecnologia e com a cultura moderna, principalmente nos avanços que conseguimos nos últimos anos em relação à agricultura no nosso Estado.

Quero, nesta oportunidade, dizer que me sinto honrado sobremaneira de estar aqui nesta tarde, homenageando todas as famílias japonesas que vivem por este imenso Brasil afora.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/06/2008 - Página 21848