O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Quero cumprimentar a Srª Gyselle Saddi Tannous, Presidente da Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenasp); a Srª Lizair de Moraes Guarino, Presidente da Associação Pestalozzi de Niterói; e o Senador Flávio Arns, o primeiro subscritor do requerimento.

            Chamo à Mesa o Prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, que está entre nós. (Palmas.)

            Senhoras e senhores, eu gostaria de ficar mais tempo aqui, mas tenho outro compromisso, do próprio Senado Federal. Tenho de participar dessa nova reunião, daí por que eu gostaria de fazer uma ligeira saudação e gostaria que compreendessem minha ausência, mas serei muito bem sucedido na Presidência pelo Senador Romeu Tuma, que acabo de golpear, pois cheguei aqui e tomei seu lugar.

            Hoje, prestamos, todos nós, justa homenagem aos 60 anos da Associação Pestalozzi de Niterói, que é a terceira mais antiga do Brasil, entre as cerca de cem instituições espalhadas pelo País. De fato, são 60 anos de um trabalho meritório, voltado para o objetivo maior da plena inclusão. A sociedade não pode prescindir de pessoas que, por desassistência ou por deficiência, acabariam marginalizadas. O fato é que, Srªs e Srs. Senadores, a solidariedade social permite que tais pessoas contribuam plenamente para a construção de um Brasil cada vez melhor.

            Faço questão de evocar, ainda que brevemente, a bela figura e o belo trabalho exercido pela Srª Helena Antipoff. Do seu esforço, nasceram diretamente as três primeiras Sociedades Pestalozzi no Brasil - desculpem-me, pois parece que estou ensinando o padre-nosso ao vigário, visto que todos que aqui estão conhecem bem esse trabalho, mas quero mostrar que pelo menos conheço alguma coisa: a primeira nasceu em 1932, em Minas Gerais; a segunda foi criada em 1945, na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal; e a terceira, que hoje recebe nossa homenagem, nasceu em 1948, em Niterói.

            Helena Antipoff, russa de nascimento, psicóloga e pedagoga com sólida formação nas melhores universidades e centros de pesquisa europeus, veio para o Brasil, no final dos anos 20, a convite do governo de Minas Gerais. A idéia inicial era a de implantar uma Escola de Aperfeiçoamento pedagógico. Mas, poucos anos depois, senhoras e senhores convidados, fundava, em Belo Horizonte, juntamente com ex-alunas da Escola de Aperfeiçoamento, a primeira Sociedade Pestalozzi do Brasil, com assistência médica e psicopedagógica a crianças portadoras de deficiências mentais e ao seus pais.

            Nos cerca de 45 anos em que viveu em nosso País, Helena Antipoff foi incansável batalhadora das causas da educação e da inclusão das crianças portadoras de deficiência.

            Todos sabemos como é difícil a tarefa de lidar com a diferença. Conhecemos o esforço que é necessário desprender para eliminar barreiras e tornar viável o ideal da plena inclusão de todos. Todos sabemos disso, mas só o pai ou a mãe de uma criança com problemas mentais pode apreciar verdadeiramente a amplitude dessa dificuldade.

            Contar com pessoas como as que aqui estão, principalmente as dirigentes, e com instituições como as Associações Pestalozzi - posso avaliar - é uma benção que, certamente, alivia e conforta.

            Hoje, a Associação Pestalozzi de Niterói homenageia sua inspiradora, no Centro Experimental Helena Antipoff, voltado para a educação básica e para a educação profissional e técnica. Além do Centro, há a Escola Superior de Ensino Helena Antipoff, mais conhecida como Faculdades Pestalozzi. Ou seja, esse trabalho social resultou em bons frutos e, por isso, foi reconhecido.

            Gostaria, inclusive, de registrar a presença aqui do Prefeito de Niterói, que, certamente, tem ajudado a Faculdade e as Organizações Pestalozzi - e, a partir de hoje, S. Sª vai ajudar muito mais; vai assumir, inclusive, o compromisso com o Senado Federal de ajudá-las mais.

            Por fim, nossas congratulações pela obra exemplar e pelas seis décadas de dedicação aos que mais necessitam do nosso apoio.

            Quero também parabenizar, e não é a primeira vez que o faço, o Senador Flávio Arns, pela iniciativa de propor esta comemoração e, assim, dar-nos a oportunidade de louvar os feitos dessa entidade.

            É sempre gratificante lembrar esses belos exemplos de trabalho assistencial, como o desenvolvido pela Associação Pestalozzi.

            Enfim, a todos os que ajudaram e ajudam a concretizar o sucesso da Associação Pestalozzi de Niterói os nossos parabéns!

            O cântico daqueles que vieram da Associação Pestalozzi de Goiás que dizia “Ensina-me a viver” deve ser proferido por aqueles que fazem esse esforço, que participam desse trabalho, que estão nessa luta, sobretudo por aqueles que conseguiram se recuperar e prestar um bom serviço à sociedade.

            Por tudo isso, quero, portanto, aqui, deixar meus parabéns. (Palmas.)

            Peço ao Senador Romeu Tuma que se dirija mais uma vez à Presidência - não pense S. Exª que vai assumir ad eternum esta Presidência.

            Um grande abraço a todos! Tenho a certeza de que o Instituto Pestalozzi de Niterói é exemplo para o Brasil inteiro de como se ensina a viver melhor.

            Muito obrigado. (Palmas.)