O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Quero inicialmente agradecer ao Senador Azeredo pela concessão da troca.

            Mas, Sr. Presidente, o que me traz à tribuna nesta tarde é o registro que desejo fazer de um fato de extrema relevância. A matéria trata de uma organização da qual, de fato, não sou membro, mas tive oportunidade de participar hoje de um evento relacionado a ela. Refiro-me a uma grande sessão solene de posse que ocorreu, hoje, na Loja Grande Oriente do Brasil. Hoje, foi dada posse ao Sr. Marcos José da Silva como Grão-Mestre-Geral das Lojas Grande Oriente do Brasil daquela potência maçônica.

            E o interessante - eu pude compreender, pois, como disse, não sou um iniciado nessa matéria - é que a maçonaria funciona mais ou menos como funciona a República. Tem lá os vários poderes da maçonaria: o poder executivo, o poder legislativo e o poder judiciário. E dava-se posse hoje - fazendo essa inter-relação ou esse comparativo - à figura do dirigente maior, o dirigente executivo da maçonaria, pelo menos do Grande Oriente do Brasil.

            Então, Sr. Presidente, eu queria registrar esse acontecimento, porque eu senti a importância dele. Primeiro pelo grande público que se fazia presente. Era uma sessão que estava aberta a outros não-maçônicos. E lá se faziam presentes várias autoridades. A maçonaria - foi dito e revelado - está presente no Brasil há séculos. Então, é uma instituição extremamente importante. Eu pude sentir isso pelas presenças lá. Além do Senador que lhes fala, estavam presentes o Líder do Governo, o Governador do Distrito Federal e outras autoridades civis.

            Havia ali naquela posse, como se tratava do Poder Central, a representação das 27 unidades federativas do Brasil. Estavam ali, certamente representando, como na República, os poderes estaduais, os Grãos-Mestres dos mestrados estaduais e do Distrito Federal. Além dessas delegações estaduais, além do público em geral, dos parentes, dos sobrinhos (como eles fazem referência) e do público não-maçônico, também tive a oportunidade de verificar que se faziam presentes delegações internacionais representando: Estados Unidos, Inglaterra, Itália, França, Portugal, Noruega, Paraguai, Bolívia. Cada país, com as suas peculiaridades, fazia-se presente ali.

            E tivemos a oportunidade de observar que eles agraciavam o Grão-Mestre brasileiro com condecorações, colares, enfim, comendas vindas de cada um desses países.

            Chamou-me a atenção para fazer o registro desse acontecimento a impressão que me causou da importância para o mundo maçônico dessa posse na tarde de hoje.

            A solenidade foi realizada aqui em Brasília, como não poderia deixar de ser, levando em conta que aqui está o poder central da República e, por determinação constitucional maçônica, da sua própria constituição, também aqui se situa o poder central da maçonaria no País.

            Então, funciona como funciona a República. Aqui é a sede central das Lojas Grande Oriente do Brasil. A posse se deu em dois dias. Desde ontem que eles estão em processo de solenidade de posse.

            Ontem, certamente, foi reservada em determinados momentos apenas para os componentes da Grande Loja; e hoje, uma solenidade aberta da qual eu tive oportunidade de participar. Vi, portanto, a presença de autoridades maçônicas, autoridades do Legislativo, do Judiciário que estavam ou se faziam presentes naquela solenidade.

            E há um forte comparecimento de autoridades não maçônicas. Foi o que chamou a atenção e por isso é que eu peço, Sr. Presidente, o registro desse acontecimento.

            Uma outra coisa que me chamou a atenção foi a preocupação da maçonaria. Lá, nesses dois dias, eles trataram de temas de grande significado para todos nós. Trataram, por exemplo, da preservação da Amazônia, que V. Exª bem conhece e representa nesta Casa. E o tema preservação da Amazônia esteve ligada à temática de brasilidade, a região amazônica tratada com brasilidade, como uma questão brasileira, a preservação daquela vasta área do País como sendo uma temática de brasilidade. Então, a maçonaria, por meio de suas autoridades maçônicas, trataram dessa temática com grande desenvoltura, com conhecimento, uma vez que tinham lá representantes também da região amazônica, como não poderiam ser diferente, dos Estados que compõem aquela região.

            Uma outra temática que eles trataram e que me chamou a atenção e que causou boa impressão em todos nós, além da preocupação com a Amazônia, foi a própria preservação ambiental e a questão da soberania ambiental, que estava acoplada a essas discussões.

            Então, são discussões de temas de grande importância, temas que tratam das questões brasileiras que nós tratamos aqui no Parlamento e que chegam ao fórum das lojas maçônicas.

            Além disso, um dos temas tratados no encontro maçônico nesses dias foi o das drogas.

            Vejam, portanto, que a maçonaria, uma instituição secular, está focada nos problemas muito atuais: problemas amazônicos, problema de brasilidade, de soberania nacional e a questão das drogas.

            Então, Sr. Presidente, faço o registro desse acontecimento à Casa e quero dizer que entendo, mesmo sem fazer parte daquele movimento, sem ser elemento da maçonaria, que foi um acontecimento de grande relevância para a nossa cidade e para o País.

            Era este o registro que eu gostaria de fazer, agradecendo ao Senador Azeredo pela concessão do tempo que seria dele.