O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, seguindo determinação de V. Exª e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que hoje designou a mim, o Senador José Nery, a Senadora Fátima Cleide e a Senadora Serys Slhessarenko para acompanharmos o episódio relativo ao Sargento que foi objeto de detenção do Exército, o Sargento Laci, bem como o Sargento Fernando, que estavam juntos nesse episódio.

            Há pouco, o General Salvador, responsável pelo Comando do Exército do Planalto, gentilmente fez questão de nos acompanhar ao Hospital do Exército, em Brasília, onde acompanhamos a chegada do Sargento Laci, com quem conversamos.

            Gostaríamos de dizer que ali, pelo menos, em tudo que pudemos acompanhar, houve respeito para com ele. Ele chegou, sim, algemado. Pedi que fosse retirada a algema e que pudéssemos ir ao quarto para onde ele foi levado. Ali, Sr. Presidente, nós o ouvimos por bastante tempo. Ele estava muito preocupado, sentindo-se bastante perseguido pelo Exército.

            O Sargento Laci e o Sargento Fernando, ambos, trabalham naquele mesmo hospital. Pedimos ao Tenente Lemos, o médico, que também acompanhasse boa parte do nosso diálogo.

            Fizemos a seguinte sugestão ao Tenente Laci: que ele escreva uma carta - Laci Marinho de Araújo é seu nome completo - para nós mesmos, Senadores da Comissão, e vamos encaminhá-la ao Comandante do Exército, ao Ministro da Defesa e à Justiça Militar, para que esclareça sua vontade de não ser um desertor. Ele está detido agora, como desertor, diante das circunstâncias que nos explicou em detalhes e do fato de sentir-se perseguido.

            Aguardamos e confiamos na palavra tanto do Ministro Nelson Jobim quanto do Comandante do Exército e do próprio General Salvador de que ele será tratado com o devido respeito.

            Esse é o procedimento que continuaremos a ter, seguindo as determinações de V. Exª.