Discurso durante a 126ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração pelo transcurso do octogésimo sexto Dia Internacional do Cooperativismo.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. COOPERATIVISMO.:
  • Comemoração pelo transcurso do octogésimo sexto Dia Internacional do Cooperativismo.
Publicação
Publicação no DSF de 08/07/2008 - Página 25872
Assunto
Outros > HOMENAGEM. COOPERATIVISMO.
Indexação
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, COOPERATIVISMO, COMENTARIO, IMPORTANCIA, AUXILIO, PEQUENA EMPRESA, PEQUENO AGRICULTOR, ZONA RURAL, ZONA URBANA.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, COOPERATIVISMO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, COMENTARIO, EXPERIENCIA, BANCOS, DESENVOLVIMENTO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), PARTICIPAÇÃO, ORADOR.
  • ELOGIO, COOPERATIVA RURAL, AUXILIO, DESENVOLVIMENTO, PEQUENO AGRICULTOR, AUMENTO, RENDA.
  • SAUDAÇÃO, COOPERATIVISMO, MUNDO, ESPECIFICAÇÃO, BRASIL, REGIÃO SUL, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de, nesta tarde, trazer alguns comentários sobre o cooperativismo internacional, que neste ano comemora o seu 86º aniversário de fundação.

            Aqui no Brasil, no início de julho, costuma-se comemorar e enaltecer o cooperativismo em si, que é uma espécie de associativismo. Eu diria que o cooperativismo, hoje, na sua vasta atividade, procura reunir principalmente os desprotegidos, ou os pequenos, para terem condições de levar avante alguma atividade. E isso acontece em todos os setores, no âmbito rural ou urbano.

            Hoje, o cooperativismo existe em todas as categorias da sociedade organizada. Na verdade, ele é uma organização da sociedade. Para enfrentar alguma coisa, muitas vezes as pessoas se organizam; principalmente, como eu disse antes, os pequenos. Seja numa cooperativa para a saúde, seja no trabalho, seja em relação aos transportes, seja para fazer uma eletrificação rural.

            Começar alguma coisa, como eu disse, na área rural ou na urbana, juntando, aglomerando pessoas, cada uma delas colocando um pouquinho, para formar daí, aos poucos, alguma coisa que tenha começo, meio e fim. Essa é uma fórmula de, principalmente, os desprotegidos se organizarem e terem um lugar ao sol.

            Como eu disse, o cooperativismo, em todos os setores, como o habitacional, o creditício, o educacional, enfim, onde se imaginar que possa existir uma pequena organização, que, ao se juntar, possa crescer de acordo com as características da região onde essas pessoas moram, tem existido e vai se organizando cada vez mais.

            Então, nesse sentido, Sr. Presidente, nobres Colegas, é que eu gostaria de, no dia de hoje, enaltecer o cooperativismo organizado como algo que ajuda.

            No meu Estado, Santa Catarina, principalmente no sul do Brasil, onde conheço o cooperativismo organizado, o urbano e o rural, nós temos diversos exemplos de cooperativismo, principalmente na região de atuação do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, de que tenho a honra de participar desde 2003, por indicação do nosso Governador, Luiz Henrique. Lá, nós sentimos de perto essa organização.

            Quando eu falo do cooperativismo, urbano ou rural, devo citar o agronegócio, por exemplo, Sr. Presidente, aquele em que pequenos produtores se organizam e formam uma cooperativa. Muitas vezes, quem tem uma pequena propriedade não tem condições de, sozinho, levar avante um projeto; juntam-se diversos pequenos produtores, formam uma cooperativa e começam a produzir leite, desenvolvem a suinocultura, a avicultura.

            Nessa cooperativa, às vezes há uma queda d’água. Hoje, em Santa Catarina, eles aproveitam essa queda d’água para gerar energia, que são as conhecidas PCHs. Geram energia dentro dessa cooperativa, distribuem para os cooperados e, sobrando energia, distribuem para a rede maior. Vendem a energia que sobra.

            Além de gerar energia, por exemplo, há os reflorestamentos. Conhecemos vários exemplos de florestas. As pequenas propriedades, às vezes, com 10, 15 ou 20 hectares, produzem isso, produzem aquilo, produzem frutas, formam pastagens para as vacas de leite, mecanizam, plantam grãos - a soja, o milho, o feijão. Às vezes, na parte que ele não mecaniza, é incentivado a plantar florestas, às vezes, poucos hectares. Planta uma floresta, mas essa floresta, com o tempo, Sr. Presidente, ele sozinho não teria condições de beneficiar, de levá-la avante. A cooperativa em si, organizada - às vezes com quinhentos, mil, dois mil, três mil cooperados, que produzem pequenos pedaços de floresta -, conduz essa floresta para fabricar móveis, para fabricar papel, para fabricar produtos originários da madeira, ou, então, para aproveitar os resíduos da madeira.

            Além dos móveis de madeira, você pode, com os resíduos, gerar biomassa. Dela você gera energia, que pode ser consumida pelos cooperados para tocar uma pequena indústria, feita pela própria cooperativa.

            São “n” alternativas que existem. E, com esse aproveitamento geral da biomassa, ajuda-se a fazer o seqüestro de carbono, para fazer a competitividade neutra da atmosfera, pois estamos vivendo hoje o mundo do aquecimento global.

            Então, estão crescendo muito no cooperativismo essas questões, Senador Buarque. Hoje se aproveita tudo. E para o pequeno, que não tem condições de sozinho realizar isso, por meio da cooperativa, torna-se possível a produção. É possível organizar o pequeno, que diversifica a sua propriedade com a floresta, com a pastagem, com o cultivo do alimento, com o que se possa imaginar, de acordo com a vocação da região. A cooperativa então faz o armazém, recebe o produto e o coloca no mercado para o consumo, e assim sucessivamente.

            Então, tudo que se imaginar que tenha começo, meio e fim, quando sozinho ele não pode, a cooperativa torna possível. No cooperativismo isso é possível. O cooperativismo de crédito, de produção, no setor industrial, no agronegócio, urbano ou rural, dá resultados extraordinários.

            E, como estamos a comemorar hoje o 86º aniversário do cooperativismo no mundo, eu gostaria de enaltecê-lo, principalmente porque conheço de perto o cooperativismo, principalmente no Sul do Brasil, no nosso Estado, Santa Catarina.

            Não poderíamos deixar de, neste momento, Sr. Presidente, registrar, da tribuna do Senado, um acontecimento que envolve milhões e milhões de pessoas, principalmente, como disse, as menos assistidas, as de pequenas posses, porque elas dependem umas das outras e, ao formarem grupos, formam uma corrente, um conjunto que reúne forças para levar avante as suas propostas, o que não conseguiriam sozinhas.

            Então, neste momento, Sr. Presidente, nobres Colegas, eu gostaria de enaltecer um fato tão importante que se comemora no mundo inteiro.

            Eram as considerações, Sr. Presidente, que gostaria de trazer na tarde de hoje.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/07/2008 - Página 25872