Fala da Presidência durante a 101ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem ao centenário da imigração japonesa para o Brasil.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao centenário da imigração japonesa para o Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2008 - Página 19643
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, IMIGRAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, BRASIL, OPORTUNIDADE, REGISTRO, IMPORTANCIA, PRESENÇA, IMIGRANTE, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), INCENTIVO, AGRICULTURA, HORTICULTURA, MODERNIZAÇÃO, PLANTIO, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Antes de conceder a palavra ao Senador José Nery e ao Deputado Federal Presidente do Grupo Brasil-Japão, Deputado Takayama, em virtude de um compromisso que tenho no gabinete da Presidência, eu quero deixar aqui a minha saudação a todos os que aqui vieram comemorar essa grande data que assinala os 100 anos da imigração japonesa.

            Vários oradores que passaram por esta tribuna falaram da fibra e do valor do povo japonês, principalmente quando se depararam com dificuldades aqui no território nacional. Teoricamente, era uma coisa e na prática era outra. As 165 famílias, como disseram aqui os oradores, que desembarcaram no porto de Santos, em 18 de junho de 1908, a bordo do Kasato Maru e as milhares de famílias que fizeram o mesmo nos anos seguintes não deixaram de, no começo, estranhar um pouco o nosso País, pois tudo era diferente: o clima, a língua, os costumes, o vestuário, os hábitos alimentares.

            Os imigrantes também tiveram de enfrentar as doenças tropicais, tiveram de suportar as condições de trabalho nas lavouras do café e tiveram de enfrentar também o cenário mundial que colocava Brasil e Japão em campos opostos. Mas tudo isso foi sendo vencido pelo imigrante japonês.

            Aqui estão o testemunho do Senador Flexa Ribeiro sobre como se deu a imigração no seu Estado do Pará; o testemunho, agora, do Senador Jefferson Praia de como tudo aconteceu no Estado do Amazonas; e, antes, o Senador Aloizio Mercadante, subscritor do requerimento, também disse como tudo se iniciou e como hoje temos essa cooperação Brasil-Japão no maior Estado da nossa Federação.

            Portanto, Sr. Embaixador, a esta altura, dar o testemunho do meu Estado já não seria suficiente, mas também não me perdoariam os que moram no Rio Grande do Norte, na terra onde serviu o Brigadeiro Saito, não me perdoariam os meus conterrâneos se eu não dissesse o que aconteceu nos 52 anos da imigração japonesa no Rio Grande do Norte.

            Foi em 7 de julho de 1956 que dez famílias japonesas fixaram-se no vale do rio Pium, na Zona da Mata, ao sul da capital Natal.

            As famílias Tanaka, Nagashima, Kitayama, Matsunae, Miyakawa, Sekiguchi, Nakano e Morimura ocuparam, Sr. Embaixador Castro Neves, cerca de 12,5 hectares de terra.

            Já no primeiro ano, esses japoneses começaram a produção de hortaliças para o consumo da cidade de Natal.

            Além do mais, treze famílias, além dessas dez, vieram para o Punaú em 1959 e 1960. O que é certo é que o desempenho dessas famílias com relação à agricultura foi bastante satisfatório e todas elas puderam cumprir com seus compromissos assumidos inclusive na rede bancária.

            As técnicas avançadas de plantio e manejo da terra ensejaram essa produção agrícola que conquistou o respeito dos consumidores.

            O Ministério da Agricultura, ampliando os núcleos de colonização, convidou mais cinqüenta famílias japonesas e entregou-lhes cinco mil hectares. Em dois anos, as famílias de colonos estavam em condições de quitar totalmente as dívidas de compra das terras.

            Portanto, é mais um testemunho de como se processou a imigração, e do êxito que se constituiu, em mais um Estado da nossa Federação, no caso o Rio Grande do Norte.

            Eu queria acrescentar que, a despeito da principal vocação demonstrada pelos japoneses com relação à agricultura, eles também contribuíram para o desenvolvimento do Estado em outras áreas. Trouxeram para as suas colônias agrícolas o conceito do cinturão verde em torno das áreas urbanas. E trouxeram, um novo conceito de cooperativa agrícola.

            Portanto, está aí o meu depoimento com relação ao meu Estado, e queria encerrar citando as palavras de uma emigrante não identificada, que, segundo Yumiko Tanaka Lucena, que é uma descendente que mora na minha cidade há muitos anos, acho que expressam o sentimento dos homenageados, quando diz: Quem fica no Brasil não vai embora. Pode voltar para o seu país de origem, mas depois acaba voltando para o Brasil, porque aqui todo mundo se sente bem”.

            Com essas palavras, deixo aqui a minha homenagem à colônia japonesa, ao Sr. Embaixador, ao Deputado Takayama, aos Parlamentares, e peço ao Senador Marconi Perillo, um dos subscritores deste requerimento de homenagem à imigração japonesa para o Brasil juntamente com o Senador Aloizio Mercadante, que assuma a Presidência dos trabalhos, e convide o Deputado Takayama bem como o Senador José Nery que, ao final, fará o encerramento desta sessão de homenagem da maneira mais brilhante possível.

            Ficam aqui, portanto, as minhas homenagens aos japoneses e pelo o que eles fizeram pelo nosso Brasil ao longo desses 100 anos.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2008 - Página 19643