Discurso durante a 129ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao Presidente do Banco do Rio Grande do Sul, Sr. Fernando Lemos.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Apoio ao Presidente do Banco do Rio Grande do Sul, Sr. Fernando Lemos.
Aparteantes
Casildo Maldaner.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2008 - Página 27008
Assunto
Outros > BANCOS. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), GOVERNO ESTADUAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • DEFESA, PRESIDENTE, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL), ACUSAÇÃO, ILEGALIDADE, GESTÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA, EFICACIA, INTEGRIDADE, ADMINISTRAÇÃO, BANCO ESTADUAL.
  • COMENTARIO, POSIÇÃO, FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), DEFESA, SUPERIORIDADE, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL).
  • DEFESA, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ACUSAÇÃO, CORRUPÇÃO, CRITICA, AUSENCIA, APOIO, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, CONFLITO, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), VICE-GOVERNADOR, ACUSAÇÃO, CORRUPÇÃO, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL), DEFESA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ADMINISTRAÇÃO, BANCOS.
  • COMENTARIO, AÇÃO JUDICIAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), QUESTIONAMENTO, VICE-GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), EX SERVIDOR, CHEFE, CASA CIVIL, INFORMAÇÕES, FAVORECIMENTO, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL), ANULAÇÃO, PROCESSO, AUSENCIA, MOTIVO.
  • REGISTRO, OFERTA, BANCO DO BRASIL, AQUISIÇÃO, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL), COMPARAÇÃO, VENDA, BANCO DO ESTADO DE SÃO PAULO S/A (BANESPA).
  • REGISTRO, EFICACIA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), INEFICACIA, COMISSÃO PARLAMENTAR, CONGRESSO NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), CARTÃO DE CREDITO, FAVORECIMENTO, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, EFICACIA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), QUESTIONAMENTO, CONDUTA, OMISSÃO, GOVERNO FEDERAL, COMBATE, CORRUPÇÃO.
  • COMENTARIO, APOIO, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), PRESIDENTE, BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A (BANRISUL), CRITICA, FALTA, VERDADE, ACUSAÇÃO, CORRUPÇÃO.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço, Senador João Tenório, do fundo do coração. Muito obrigado.

Ontem, Sr. Presidente, naquele longo debate que houve aqui no plenário, foi feita uma referência ao Presidente do Banco do Rio Grande do Sul. E foi feita uma referência no sentido de que, se alguém está ilegal, é o Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul.

Ora, eu sou obrigado a falar, Sr. Presidente. O Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Sr. Fernando Lemos, é um jovem brilhante, de importante atuação na vida pública. Começou aqui, em Brasília, como Secretário do querido Deputado Siegfried Heuser, trabalhou no meu governo e no governo Sinval Guazzelli. Quando Guazzelli me substituiu, foi Presidente da Caixa Econômica Estadual. No governo de Antônio Britto, foi Diretor do Banco. No governo Rigotto, foi Presidente do Banco. E, no governo da Srª Governadora Yeda, ele continua na Presidência do Banco.

O desempenho dele na sua vida pública é absolutamente respeitável. E, na direção do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, é absolutamente digno de aplauso. O Banco do Rio Grande vem sendo considerado, inclusive pela Fundação Getúlio Vargas, o melhor banco público do Brasil. O Banco do Rio Grande do Sul fez uma operação espetacular, na qual abriu parte das suas ações, conservando o monopólio e adquirindo uma verba superior a R$2 bilhões.

O Banco do Rio Grande do Sul se impõe ao respeito e admiração do Brasil inteiro na figura de Fernando Lemos, um homem digno, um homem correto, um homem que vem fazendo o Banco crescer, avançar em desenvolvimento.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador Pedro Simon?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Pois não, Senador Casildo Maldaner.

O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Gostaria de aproveitar a oportunidade, porque já tive a honra de presidir o BRDE. Sou ligado ao BRDE até por decisão dos três governos do Sul, a começar pelo nosso Governador Luiz Henrique. E, na época, desde 2003, fui conduzido à Presidência do BRDE, que tem a sede em Porto Alegre, embora tenha uma superintendência em Florianópolis e outra em Curitiba, pois atua nos três Estados do Sul. E há uma parceria muito forte com o Banrisul. Há projetos, principalmente no Rio Grande do Sul, entre o Banrisul, a Caixa/RS e o BRDE. Muitas vezes, existem essas parcerias para atender aos projetos no Rio Grande. Comecei a conhecer Fernando Lemos quando assumi a Presidência do BRDE e ele, a do Banrisul, em 2003. E até nos hospedávamos, nos primeiros dias, no mesmo hotel. Ele levantava cedo, eu me lembro da sua vontade de lutar: “Vamos ter que tocar o barco, vamos levar à frente”. E nos debates, nos encontros, nas parcerias, nos projetos que desenvolvemos, muitas vezes, o Banrisul liderava projetos, como os de PCH e de novos empreendimentos no Rio Grande. Trocávamos idéias e fazíamos reuniões. E, quando vejo V. Exª, Senador Pedro Simon - e ele serviu no seu governo também -, tecer comentários em relação a Fernando Lemos, eu, que até ontem fazia parte da instituição - estou aqui de passagem e devo voltar à instituição -, não poderia deixar passar este momento sem trazer o testemunho dos catarinenses em relação ao Banrisul e, principalmente, em relação ao Presidente da instituição. Hoje, o Banrisul é um caminho, é o respeito, é uma liderança, uma bandeira no campo econômico e social, no desenvolvimento. Aquilo transpira, é uma alegria, estão todos satisfeitos. Portanto, Senador Pedro Simon, não poderia deixar de trazer este testemunho, neste momento, com relação ao Presidente Fernando Lemos, do Banrisul.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Se há uma figura respeitável no Rio Grande do Sul é o Presidente Fernando Lemos. O Vice-Governador vem tendo uma situação de discrepância com a Srª Governadora, Governadora do PSDB, que apoiamos no segundo turno. A Governadora vem se mantendo com dignidade e com respeito, enfrentando um milhão de dificuldades, inclusive incompreensão por parte do Governo Federal. Mas vem vencendo, com muita galhardia. E, desentendendo-se com a Governadora, o Vice-Governador entrou por um terreno delicado, complicado, difícil, confundindo a inimizade com a Governadora com uma espécie de inimizade com o Rio Grande do Sul. O PMDB entrou em juízo contra o Vice-Governador e contra o ex-Chefe da Casa Civil, porque, numa conversa, o Chefe da Casa Civil foi procurar o Vice-Governador, desafeto da Governadora, para tentar fazer uma aproximação, e tiveram uma longa conversa. O Sr. Chefe da Casa Civil não sabia que o Vice-Governador estava gravando a palestra, a conversa dos dois, de uma hora e meia. O Vice-Governador selecionou vinte minutos, desgravou o resto e distribuiu para a imprensa, via Partido dos Trabalhadores.

Com relação a essa palestra, o PMDB entrou em juízo, interpelando o Vice-Governador e o Sr. Cézar Busatto, então Chefe da Casa Civil, para que digam quando, em que momento, com que pessoa, em que situação, o Banco do Rio Grande do Sul deu qualquer tipo de favorecimento ao PMDB ou a alguma pessoa ligada ao PMDB. Mas, por causa disso, o Vice-Governador passou a exigir a renúncia do Presidente. E, como a Governadora não aceitou a renúncia do Presidente, ele continua nessa... Falou que o Presidente estava sendo processado e condenado, o que não é verdade. O processo já se extinguiu, porque, aqui em Brasília, o Superior Tribunal declarou que a causa estava sem efeito, anulou o processo por falta de motivação.

Eu estranho uma insistência como essa com relação a uma figura da dignidade do Presidente, mas, de certa forma, querendo atingir o nosso Banco. E, no auge dessa bateria do Sr. Vice-Governador ao Banco e ao seu Presidente, o Presidente do Banco do Brasil faz uma oferta pública e diz que o Banco do Brasil tem interesse em comprar o Banco do Rio Grande do Sul. Imaginem qual foi a repercussão, no meio financeiro, de uma notícia como essa! O Banco do Rio Grande deve estar mal, e o Banco do Brasil está-se aproveitando para abocanhar o Banco do Rio Grande do Sul, como abocanhou o Banco do Estado de São Paulo e tantos outros por este Brasil afora.

Meu amigo Fernando Lemos já pensou várias vezes em sair; nós é que não deixamos; a Governadora é que não deixa. Ele acha que o mal que o Sr. Vice-Governador está fazendo ao Banco é muito grave, muito sério.

Lá no Rio Grande do Sul, houve uma CPI. O velho PT do Rio Grande do Sul continua batalhador, lutador, ao contrário do PT aqui em Brasília, onde as CPIs terminam em nada, como foi o caso da CPI dos Cartões Corporativos: zero; como está sendo o caso da CPI das ONGs: zero. No Rio Grande do Sul, não, o PT fez o espalhafato que achou que deveria fazer, como nos velhos tempos em que era oposição. Ao contrário do que houve nas duas CPIs - das ONGs e dos Cartões Corporativos -, sobre as quais a Polícia Federal ainda não disse nada, na do Rio Grande do Sul, ela agiu com rapidez: ouviu, gravou, apresentou as denúncias, entregou ao promotor. O promotor fez a denúncia e entregou à Juíza Federal de Santa Maria, que denunciou quarenta e tantos. E a CPI concluiu, aceitando a denúncia contra esses quarenta e tantos. Lá, funcionou. A CPI no Rio Grande do Sul funcionou ao tempo das CPIs que funcionavam no Congresso Nacional, que hoje não existem mais.

Algumas jornalistas e alguns órgãos de imprensa perguntaram: “Mas onde está o Pedro Simon, que não fala?”. O Pedro Simon está na mesma posição em que sempre esteve: a favor da moral, da ética, da dignidade e da seriedade. Na hora de criar ou não a CPI, o PMDB foi a favor: que se crie essa CPI! Na hora de discutir com quem vai ficar a Presidência ou não, o PMDB foi favorável: que o PT assuma a Presidência! Na hora de fazer as convocações: que se façam as convocações! Lá, funcionou. Lá, o PT continua sendo o PT: apaixonado, exacerbado; queria até uma chance de pedir o impeachment da Governadora, embora ela não tivesse absolutamente nada a ver com esses fatos.

O Pedro Simon agiu como sempre agiu. A Governadora foi ao procurador, ao tribunal, aos promotores, pediu uma comissão especial, abriu as portas, afastou todos os funcionários que foram citados, coisa que não acontece aqui em Brasília. Então, fiz o que tinha de fazer: assisti às coisas que estavam sendo feitas. E, lá no Rio Grande do Sul, o PMDB, embora não seja o partido da Governadora, está no Governo - à minha revelia, porque eu queria que apoiássemos a Governadora, mas não fizéssemos parte do Governo. Mas, lá, a Assembléia Legislativa é uma instituição independente: rejeitou, mais de uma vez, o aumento de imposto. Ela vota de acordo com a sua consciência.

Então, meus amigos da imprensa do Rio Grande do Sul...

(Interrupção do som.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - É verdade que, na última vez em que estive aí, abordei essa questão durante uma hora e meia, atendendo às solicitações da imprensa do Rio Grande do Sul. Mas, depois, houve o incidente relativo a remete-ou-não-remete o processo da dívida do Rio Grande. Falei mais de quatro horas, e a imprensa não deu o devido destaque. Eu mandei cópia. Tirei uma cópia dessa parte e a enviei.

E agora estou dizendo de novo: aproveito essa notícia que a imprensa publicou, com relação à manifestação do Presidente do Banco, primeiro para dizer que ele não está ilegal. Ele está absolutamente legal, na posição de Presidente do Banco, com o respeito de todos e com a dignidade a toda a prova. E o Pedro Simon está onde sempre esteve: com as mesmas idéias e com os mesmos princípios.

Que bom eu poder dizer: no meu Estado, houve fatos? Houve. Mas eles foram apurados. Não se escondeu nada debaixo do tapete. Eles foram debatidos ampla e abertamente. E não apenas isso. O PT aproveitou a conclusão da CPI e levou, inclusive, um parecer paralelo, separado, dos três, quatro ou cinco votos divergentes, e o entregou ao Promotor. O Promotor o está recebendo e haverá de fazer as conclusões.

Agradeço, Sr. Presidente, repetindo: não falei ontem, porque não ouvi; o orador estava fora do microfone. A imprensa ouviu, mas eu daqui não ouvi, por isso estou falando hoje.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Obrigado, com muito carinho, a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2008 - Página 27008