Discurso durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A questão da evasão escolar. Balanço de sua atuação no Senado Federal.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. EDUCAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • A questão da evasão escolar. Balanço de sua atuação no Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 18/07/2008 - Página 27890
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. EDUCAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • COMENTARIO, ANIVERSARIO, PROMULGAÇÃO, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, BUSCA, GARANTIA, DIREITOS, MENOR, ADVERTENCIA, DIFICULDADE, CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO.
  • DEMONSTRAÇÃO, MELHORIA, SITUAÇÃO, CRIANÇA, ANTERIORIDADE, CRIAÇÃO, ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, ESPECIFICAÇÃO, MORTALIDADE INFANTIL, REDUÇÃO, DESISTENCIA, MATRICULA, SIMULTANEIDADE, OCORRENCIA, MORTE, RECEM NASCIDO, SANTA CASA DE MISERICORDIA, ESTADO DO PARA (PA).
  • ADVERTENCIA, DIFERENÇA, NUMERO, CRIANÇA, MATRICULA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, FREQUENCIA ESCOLAR, DEFESA, NECESSIDADE, PARCERIA, SISTEMA DE ENSINO, MUNICIPIOS, ESTADOS, CONSELHO TUTELAR, MINISTERIO PUBLICO, JUDICIARIO, BUSCA, SOLUÇÃO, INVESTIMENTO, PROCEDIMENTO, AUMENTO, INTERESSE, ALUNO, GARANTIA, PERMANENCIA, APRENDIZAGEM, RENDIMENTO ESCOLAR.
  • BALANÇO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, DIVERSIDADE, DISCURSO, EXERCICIO, PRESIDENCIA, SESSÃO ORDINARIA, SENADO, REGISTRO, CANDIDATURA, PREFEITURA, MUNICIPIO, SANTANA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP), SAUDAÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, DIRETOR, SECRETARIA GERAL DA MESA.

O SR. GEOVANI BORGES (PMDB - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje vou abordar três assuntos diferentes. Espero contar com a generosidade, em relação ao tempo - hoje que é a última sessão legislativa -, do nosso querido Presidente, Senador Alvaro Dias. Procurarei ser o mais sucinto possível.

Completo hoje o que me permite denominar de uma trinca de temas relacionados ao bem-estar e à dignidade das crianças, pela oportunidade celebrante dos dezoito anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído por lei federal promulgada em julho de 1990.

A data, como tantos bem o colocaram, é histórica e o instrumento nos permitiu tracejar um conjunto de normas, dispositivos e políticas criados para proteger de maneira ampla e absoluta crianças e adolescentes do Brasil.

Pois muito bem, o Estatuto, simpaticamente batizado de ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), atingiu a maioridade. No entanto, após quase duas décadas de sua implementação, algumas lacunas sociais gravíssimas permanecem dificultando os passos dessas mesmas crianças em direção a um futuro alicerçado pelo progresso e pela felicidade.

Tratei aqui sobre os exames que a ciência nos permite para diagnosticar precocemente doenças entre os recém-nascidos. Vimos que, desses testes, só um deles já recebe escopo legal, a despeito de significarem tanto para a ação preventiva.

Falamos sobre a importância da brincadeira e sobre o destino covarde que impõe a tantos brasileirinhos o sofrimento do trabalho precoce e em condições desastrosas para a formação física, intelectual e moral das crianças.

E, por fim, nessa tríade, permito-me hoje discorrer sobre outra chaga social: a evasão escolar.

Sr. Presidente, seria eu um insano se não reconhecesse, após o transcurso de dezoito anos do ECA, avanços significativos em favor das crianças e dos adolescentes de nosso País. Em 1990, de cada mil crianças que nasciam, 46 morriam antes de completar um ano. Hoje, a mortalidade caiu para 23 crianças em cada mil.

Também demos passos significativos no que toca à educação. Hoje, 98% das crianças com idade para freqüentar o ensino fundamental no Brasil estão matriculadas.

Mas, mesmo nessas áreas em que houve avanços, encontramos ainda situações gravíssimas. É só ver o caso do Pará e a ocorrência ainda recente da mortalidade de bebês em uma maternidade da rede pública de Belém. É só ver também o tema que me traz a esta tribuna, como indicador de falhas na conduta de todo esse processo. Eu me refiro à evasão escolar, ao desestímulo que faz com que tantas crianças e tantos adolescentes desistam precocemente da vida acadêmica, fracassando diante de tudo o que podiam alcançar.

A Constituição Federal estabelece que o ensino fundamental é obrigatório e gratuito. O Governo Federal tem, a partir do dispositivo constitucional, implementado, com sucesso, programas para inserção escolar de crianças e adolescentes, apresentando estatísticas que indicam um alto percentual de matrículas do total de crianças em idade escolar.

Não obstante, a permanência nas unidades escolares não corresponde ao número de crianças e adolescentes que nelas ingressam, fazendo com que o combate à evasão escolar seja um dos maiores problemas a ser enfrentado por toda a sociedade, em especial pelas equipes diretivas, corpo docente e família.

A evasão escolar é um problema que ocorre rotineiramente no contexto educacional brasileiro, sendo, algumas vezes, percebido com naturalidade e assimilado passivamente pelo sistema de ensino. Entretanto, sem retirar o mérito e a importância dessas ações de inclusão, podemos afirmar que apenas a garantia de acesso à escola não é suficiente. É necessário, agora, investir em procedimentos que garantam a permanência, aprendizagem e rendimento escolar satisfatório dos jovens brasileiros.

Desse modo, faz-se necessária a implementação de ações integradas entre a rede de ensino municipal e estadual, Conselho Tutelar, Ministério Público e Poder Judiciário, no sentido, Sr. Presidente, de buscar soluções efetivas para reduzir os níveis de evasão escolar.

É um tema complexo, Senhores, porque, por trás de cada criança que desiste do estudo, está uma enorme rede de deformidades que vão desde a desestrutura familiar até problemas patológicos. Mas, se o problema é grande e complexo, que seja férrea a nossa determinação de resolvê-lo.

Eu voltarei a esta tribuna para retomar ao assunto, inclusive para abordar com mais detalhamento suas causas e seus efeitos e para falar sobre uma outra vertente, já posta em curso em diversas cidades brasileiras e que me parece ser um caminho saudável para dirimir a questão - falo da escola em tempo integral.

Por hora, quero apenas registrar que aqui finalizo a seqüência de três abordagens a que me propus, agradecendo aos que me ouviram e saudando todos aqueles que, por suas ações e palavras, nos permitiram celebrar os dezoito anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Cada uma dessas pessoas certamente ajudou a semear esperança no solo da vida de tantos brasileirinhos.

Sr. Presidente, aproveitando a oportunidade em que estamos encerrando este primeiro semestre da atividade legislativa, quero fazer um ligeiro balanço para o povo brasileiro, o povo do meu querido Estado do Amapá.

Tive a oportunidade de ocupar a Presidência desta Casa no dia 9 de maio, no dia 23 de maio, no dia 6 de junho e no dia 10 de junho. Uma, duas, três, por quatro vezes sentei nessa cadeira em que V. Exª está, comandando a sessão plenária, como membro da Mesa. Tive essa honra, esse privilégio.

Também apresentei três propostas de Emendas à constituição Federal e dois projetos de lei. E hoje estou completando, exatamente neste momento, 44 discursos feitos desta tribuna sobre os mais variados temas.

Fui também relator de vários projetos, como: Projeto de Lei nº 2002, 437, 435, 15, 43, 177, 54, 63, 128, 135 e 594. Inclusive, um terminativo, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Aproveito a oportunidade para parabenizar o trabalho da Mesa, da Dª Cláudia Lyra, muito prestativa, que me proporcionou, hoje pela manhã, rapidamente, um balanço com a sua equipe. Muito obrigado! Parabéns pela equipe que comanda com tanta competência nesta Casa a nossa querida Cláudia Lyra. Parabéns também aos demais.

Estou retornando ao meu Estado, hoje, para participar desses 15 dias de recesso, quando estarei em plena campanha, concorrendo à Prefeitura da minha cidade, Santana, no Amapá, onde já tive a honra de ser Prefeito.

Senador Mozarildo Cavalcanti, nosso querido Senador por Roraima, tive o prazer de recebê-lo em meu Estado, onde estava em campanha nacional para um cargo muito importante neste País, e coloco-me à disposição. Estou-lhe aguardando agora para subirmos juntos ao palanque na minha querida cidade - Santana.

Muito obrigado, Sr. Presidente. Concluo o meu pronunciamento agradecendo a generosidade de V. Exª, que aplica o Regimento Interno com tanta competência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/07/2008 - Página 27890