O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª Senadora Ideli Salvatti, quero assinar os dois requerimentos, colegas que fomos na Câmara dos Deputados de Adhemar Ghisi.

Estive com ele no domingo retrasado e, neste domingo, ele mandou um cartão me cumprimentando pelo aniversário, que recebi, retribuí ontem e que ele certamente não recebeu. As nossas condolências à família desse grande catarinense que foi um exemplo de homem público no País.

Sr. Presidente, o Governador Paulo Hartung tem enfatizado muito em seus pronunciamentos, quando vai inaugurar uma estrada, quando vai inaugurar uma escola, a paternidade responsável. O Governo do Espírito Santo tem feito campanhas sobre a paternidade responsável, a importância que representa um filho e como o pai deve ter desvelo pela criação do filho. Ele costuma dizer que a educação não é tarefa da escola. A educação começa na família, porque, se a família não impõe limites ao menino, nem o professor consegue dar aulas para aquele menino depois. Ele costuma dizer que professor é ótimo para ensinar Matemática, Geografia, Física, mas, para ensinar limites, ensinar a ser cidadão, ensinar a respeitar as pessoas, só pai e mãe. E ninguém substitui o pai ou a mãe.

Vi ontem na televisão, acompanhei hoje nos jornais e vou falar hoje, nesta abertura de sessão, sobre a paternidade, no caso daquele pai amazonense que procurou por 49 dias, no meio da mata, o seu filho. A polícia desistiu, o Exército desistiu, a Aeronáutica desistiu, os amigos desistiram, mas o pai ficou 49 dias, dois meses levando mordida de mosquito, de besouro, de cobra, atrás do seu filho, até que o encontrou vivo. E diz ele que, quando abraçou o menino vivo, acha que o menino pensou: “Cheguei em casa”. E morreu nos braços dele, sem falar uma palavra. Vejam que exemplo de paternidade responsável.

Eu queria sugerir à Comissão de Assuntos Sociais, no Dia dos Pais, agora em agosto, que chamasse esse pai e prestasse a ele uma homenagem. É um exemplo para os pais do Brasil o que representou esse pai. O filho, quem era esse menino impressionante? Disse a mãe dele que, quando faltava comida em casa, ele ia caçar tatu e paca para ela, no meio do mato. Morreu atrás de comida para sua família.

Esse pai é um exemplo monumental de paternidade responsável. Esse pai é um exemplo para o Brasil. Preciso falar o nome dele aqui. Ele é do Município de Presidente Figueiredo, que fica a 107 quilômetros de Manaus. O menino se chamava Jonathan, e o pai, Edilson Santos.

Durante 49 dias, ele ficou procurando o filho, rodando a mata. E disse ele: “A mata é muito fechada, muito perigosa, tem muito mosquito, muito inseto, muita onça”. E disse o chefe dos bombeiros: “A gente admira muito ele ter resistido esse tempo todo. Há pessoas que perecem no terceiro, no quarto dia, e ele passou 49 dias lá. Foi um herói.”

Então, Sr. Presidente, queria sugerir à Mesa que, no Dia dos Pais, em agosto, pudéssemos trazer aqui esse pai, para que ele fosse homenageado como um exemplo, em um tempo em que, às vezes, assistimos à falência da família, às famílias se desfazendo, e se vê um pai como esse, durante 49 dias, no mato, procurando o filho, e o exemplo do filho, que, faltando proteína na mesa, pegava a espingarda e ia para o mato caçar bicho, para que sua mãe alimentasse sua família.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.