Discurso durante a 123ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a ponte Brasil-Guiana, importante instrumento de integração regional.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Considerações sobre a ponte Brasil-Guiana, importante instrumento de integração regional.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2008 - Página 25398
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • DEFESA, RECUPERAÇÃO, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE, REQUISITOS, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESPECIFICAÇÃO, INTEGRAÇÃO, AMERICA DO SUL.
  • SAUDAÇÃO, PROXIMIDADE, CONCLUSÃO, PONTE INTERNACIONAL, LIGAÇÃO, FRONTEIRA, ESTADO DE RORAIMA (RR), PAIS ESTRANGEIRO, GUIANA, ANUNCIO, NEGOCIAÇÃO, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, RECURSOS, BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO (BID), ESTUDO, VIABILIDADE, IMPORTANCIA, ABERTURA, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a promoção do desenvolvimento do Brasil, nesta ocasião histórica de confiança nas instituições democráticas e no futuro, neste momento em que, afinal, retomamos o crescimento depois de décadas de estagnação, depende, de maneira drástica, da recuperação da infra-estrutura de transportes existente e da criação de novos corredores, sobretudo nas áreas de fronteira agrícola e nas regiões de ocupação mais recente.

Uma outra frente de ação desenvolvimentista reside na integração continental. A iniciativa da criação do Mercosul e de sua expansão é bem o exemplo de política acertada de aproveitamento das complementaridades entre as economias do Brasil e das nações-irmãs da América do Sul.

O Estado de Roraima, por sua localização extrema, do lado de lá da grande bacia do Amazonas e distante do Centro-Sul do País, constitui um caso particular de conveniência estratégica de escoamento da produção econômica pela via das vizinhas Venezuela e Guiana. Com portos situados no mar do Caribe, esses países constituem canais preferenciais de nossos produtos para o mercado norte-americano.

Roraima constitui, assim, o exemplo por excelência da articulação entre as duas frentes de ação desenvolvimentista: a da expansão da infra-estrutura de transportes e a da integração aos países vizinhos. Nesse sentido é que precisamos saudar a próxima conclusão das obras da ponte sobre o rio Tacatu, que separa o Brasil da República da Guiana na fronteira Leste do Estado.

O anúncio do término dos trabalhos de construção da ponte foi feito pelo Embaixador brasileiro na Guiana, Arthur Meyer, em entrevista ao jornal Folha de Boa Vista. Prevista para junho ou julho, a inauguração da ponte deverá contar, muito apropriadamente, com a presença dos Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Bharrat Jagdeo, do país fronteiriço.

Uma vez inaugurada a ponte, deverão ser iniciadas as negociações para a construção de uma estrada ligando essa divisa internacional à cidade guianense de Linden, a partir da qual já existe ligação ao porto de Georgetown. Uma missão técnica do Ministério dos Transportes deverá viajar ainda este mês à Guiana para, juntamente com técnicos do país vizinho, reunir-se com a firma britânica de consultoria Mott McDonald para encomendar um estudo de viabilidade econômica para a rodovia. De fato, as negociações estão avançadas e já até existem recursos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a realização dos estudos.

A publicação da versão final do estudo de viabilidade da estrada está prevista para o início do próximo ano e, a partir de então, deveremos procurar o financiamento para sua construção.

A integração de Roraima aos países vizinhos significa a abertura de novas e grandes oportunidades econômicas. O Sul da Guiana, por exemplo, é uma província mineral rica em bauxita, minério de alumínio para cujo beneficiamento o Brasil detém tecnologia.

Resta-nos insistir sobre a oportunidade e a importância do estreitamento de laços econômicos e comerciais do Brasil com os outros países da América do Sul. Roraima, por sinal, é uma das Unidades Federadas que mais têm a se beneficiar de uma ligação internacional para o escoamento de sua produção. Não deixemos de notar que essa integração internacional se dará sem prejuízo da integração mais que estratégica do Estado com o resto do País. Ao contrário: o desenvolvimento dessas áreas distantes é o melhor caminho para a afirmação da soberania nacional sobre nossas fronteiras.

Eram essas, Sr. Presidente, as impressões que gostaria de deixar aqui registradas, nesta oportunidade, sobre este importante instrumento de integração regional, a ponte Brasil-Guiana.

Muito obrigado pela atenção.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2008 - Página 25398