Discurso durante a 137ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização do Fórum Nacional do Mercado Imobiliário. Comemoração do crescimento do setor da construção civil.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA HABITACIONAL. CONCESSÃO HONORIFICA.:
  • Registro da realização do Fórum Nacional do Mercado Imobiliário. Comemoração do crescimento do setor da construção civil.
Aparteantes
Casildo Maldaner, Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 06/08/2008 - Página 28953
Assunto
Outros > POLITICA HABITACIONAL. CONCESSÃO HONORIFICA.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, CONGRESSO, MERCADO IMOBILIARIO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), APRESENTAÇÃO, DADOS, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, INDUSTRIA, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, ANALISE, CRESCIMENTO, CONSTRUÇÃO CIVIL, BRASIL.
  • COMENTARIO, AUTO SUFICIENCIA, CONSTRUÇÃO CIVIL, PRODUÇÃO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, CAPACIDADE, AMPLIAÇÃO, MERCADO DE TRABALHO, ABSORÇÃO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA, ATUAÇÃO, MUNICIPIOS, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, COMERCIO, PEQUENA EMPRESA, INDUSTRIA, REALIZAÇÃO, OBRAS.
  • COMENTARIO, EXPANSÃO, MERCADO IMOBILIARIO, DIVULGAÇÃO, DADOS, PLANO NACIONAL DE HABITAÇÃO, VINCULAÇÃO, MINISTERIO DAS CIDADES, PREVISÃO, MANUTENÇÃO, CRESCIMENTO, FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO (FGTS), POUPANÇA, AMPLIAÇÃO, RECURSOS, FINANCIAMENTO, PROCESSO, CONSTRUÇÃO CIVIL, AUMENTO, OFERTA, EMPREGO, RENDA, REGISTRO, REDUÇÃO, DEFICIT, HABITAÇÃO, BRASIL.
  • REGISTRO, DADOS, COMPROVAÇÃO, REDUÇÃO, PREÇO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, AUMENTO, OPORTUNIDADE, POPULAÇÃO, ACESSO, HABITAÇÃO, MERCADO DE TRABALHO, VINCULAÇÃO, CONSTRUÇÃO CIVIL, CONGRATULAÇÕES, SETOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PRIORIDADE, DESENVOLVIMENTO, AREA, POSSIBILIDADE, MELHORAMENTO, QUALIDADE DE VIDA, BRASIL.
  • AGRADECIMENTO, ORADOR, RECEBIMENTO, TITULO, CIDADÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), INICIATIVA, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Agradeço, Sr. Presidente.

            Cumprimentando todos os Senadores presentes a esta sessão, gostaria de trazer dados, informações extremamente positivas, diria, inclusive, relevantes, que a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção está preparando.

            Hoje, está sendo realizado o Fórum Nacional do Mercado Imobiliário em São Paulo. E, em Santa Catarina, ocorre a abertura de um importante evento imobiliário, com a previsão de participação de 35 mil pessoas.

            Trago esses números, esses dados, ao Plenário do Senado, porque, há bastante tempo, temos atuado junto a esse setor, que, durante muito, muito tempo, ficou absolutamente estagnado. Praticamente, durante quase 30 anos, a área da construção civil - tanto o setor imobiliário quanto a indústria da construção civil e o comércio - teve um crescimento abaixo de 1% ao ano apenas. E, nos últimos dois, três anos, principalmente, todo o setor vinculado à construção civil está tendo um crescimento superior, chegando quase ao dobro do crescimento do PIB brasileiro.

            Então, há uma expectativa extremamente positiva de o crescimento da construção civil ultrapassar, este ano, Senador Pedro Simon, nada mais, nada menos do que 10%. Todos nós sabemos que esse é um setor que, em primeiro lugar, não depende de importação: tudo é produzido aqui no nosso País. É um setor que tem capilaridade, pois, em todos os Municípios brasileiros, em todos os cantos do Brasil, a área da construção civil está atuando, seja no comércio, seja na pequena indústria ou na realização das obras que envolvem o setor.

            Além de capilaridade, é um setor que tem alta empregabilidade, que gera muito emprego. E é um emprego rápido, que tem um baixo custo de implementação e que absorve, inclusive, mão-de-obra normalmente de camadas sociais de menor poder aquisitivo. Por isso, os números são extremamente contundentes.

            Dados me foram cedidos pelo Presidente da Abramat. Ele vai apresentá-los, no dia de hoje, no Fórum Nacional do Mercado Imobiliário, e gostaríamos de fazer o compartilhamento desses números tão importantes.

            A cadeia produtiva da construção civil representou, no ano passado, 2007, nada mais, nada menos do que 8,5% do PIB brasileiro. Ou seja, a riqueza vinculada à construção civil foi nada mais, nada menos do que 8,5% da riqueza gerada no Brasil, no ano passado; esteve, portanto, diretamente ligada ao PIB.

            E a contribuição para a riqueza brasileira da cadeia produtiva da construção civil foi nada mais, nada menos do que R$187 bilhões, sendo que a parte da construção gerou nada mais, nada menos do que 68,4% a mais de emprego no ano passado, seguida pelo comércio de materiais de construção, que teve um crescimento de 9%.

            Para se ter uma idéia do que isso significa em termos de pessoal ocupado, há na construção aproximadamente 6,5 milhões de trabalhadores; na área da indústria de materiais, meio milhão de trabalhadores; na área de serviços, também aproximadamente meio milhão de trabalhadores; no comércio de materiais de construção, mais de 800 mil trabalhadores; vinculados a outros fornecedores, aproximadamente um milhão; e, no setor de máquinas e equipamentos para a construção, quase 50 mil trabalhadores em todo Brasil.

            Portanto, é um volume significativo de pessoas que estão empregadas nesse setor, o qual contribui, de forma efetiva, para a geração de emprego e renda, ampliando a oferta.

            O mercado imobiliário teve uma forte expansão entre 2004 e 2007. Segundo o gráfico - não sei se pode ser visível -, a poupança teve um crescimento significativo: pulou de R$2,2 bilhões para R$18 bilhões; portanto, o valor foi multiplicado por seis, entre 2003 e 2007. Em quatro anos, houve uma multiplicação significativa dos recursos que puderam ser aplicados. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que também financia o setor, teve um crescimento, mas não tão acentuado quanto o da poupança: pulou de R$3,9 bilhões para R$6,9 bilhões; também dobraram os recursos para financiar o nosso processo de construção das habitações.

            Aqui há um outro gráfico, que também é muito interessante, porque compara o PIB da construção civil com o PIB brasileiro. Então, em 2001, o PIB da construção civil decresceu, foi negativo, comparado com o PIB brasileiro. Em 2002, também, o PIB da construção civil, negativo, e o PIB brasileiro, positivo. Em 2003, o PIB da construção civil ainda continuou negativo, comparado com o PIB brasileiro.

            A partir de 2004, nós já tivemos o PIB da construção civil maior do que o PIB brasileiro. Em 2005, tivemos, ainda, não negativo, mas, menor. E a partir de 2006, 2007 e a previsão para 2008 é um crescimento bastante maior. Sendo que, neste ano, agora em 2008, praticamente o PIB da construção civil vai crescer o dobro. Vamos ter o dobro do crescimento de todo o setor da construção civil comparado com o crescimento da economia em geral.

            Portanto, isso mostra o desenvolvimento do setor e o quanto esse setor está, agora, sim, gerando emprego. O gráfico de geração de emprego é fantástico, porque 2001, 2002, 2003 decrescente e a partir de 2004, 2005, 2006, 2007, numa curva muito ascendente, muito exponencial, eu diria, numa demonstração clara de como as medidas adotadas de desoneração, redução de carga, retirada de impostos federais, a melhoria de ampliação do crédito, as modificações legislativas, inclusive que nós aprovamos aqui, no patrimônio de afetação , acabou repercutindo de forma tão significativa.

            O emprego na construção civil, que não chegava, em 2001, a um milhão e trezentos mil empregos, chega agora, no início de 2008, a aproximadamente um milhão e setecentos mil empregos.

            Nós temos ainda perspectivas extremamente positivas para o setor.

            Nós temos, para o ano de 2008, uma previsão de 25 bilhões advindos da poupança e mais 10 bilhões advindos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Isto representa, em termos de poupança, 37% a mais de financiamento para este setor do que em 2008; e, vindos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, 53% a mais do que foi financiado ao setor imobiliário.

            Para o período de 2009 a 2023, hipótese levantada pelo Plano Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, nós vamos ter crescimentos da ordem de 10% a 15% para este próximo período, tanto da poupança quanto do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

            Temos ainda uma perspectiva para o próximo período que é extremamente otimista para este setor. Enquanto nós temos o PIB nacional com uma perspectiva de 4,8%, 4,9%, no máximo 5% no cenário médio, e, no cenário otimista, 5%, 5,2%, a construção civil está projetando crescimento da ordem de 10,2%; em um cenário mais otimista, até 14% ao ano. Portanto, é um setor que vai continuar se desenvolvendo, gerando emprego, gerando renda e permitindo, inclusive, que nós possamos ter uma perspectiva concreta de diminuição do déficit habitacional no nosso País, que é muito elevado.

            O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Senadora Ideli Salvatti, V. Exª me permite um aparte?

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Pois não, Senador Casildo Maldaner, ouço o aparte de V. Exª.

            O Sr. Casildo Maldaner (PMDB - SC) - Senadora Ideli, no momento em que cumprimento V. Exª pelo evento ocorrido ontem à noite, em Florianópolis, quando a Assembléia Legislativa lhe concedeu o título de cidadã catarinense, quero aproveitar a oportunidade em que o Congresso Nacional acompanha esse encontro do setor imobiliário, que ocorre em São Paulo e também em Santa Catarina, nosso Estado, para me associar a esse fato. Porque nada melhor para a família que não tem sua casa, sua habitação, um dia poder adquiri-la. A construção civil está em ritmo de crescimento, o que enseja as famílias ficarem mais felizes; quer dizer, as pessoas se realizarem. Nesse sentido, gostaria de me associar à condecoração de V. Exª e à notícia de que a construção civil cresce no País, visando com isso mais moradia para a nossa população.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço, Senador Casildo, e, aproveitando o ensejo - depois eu iria fazer um agradecimento em um outro momento - quero agradecer a honra que a Assembléia Legislativa me concedeu mais uma vez, em nome do povo catarinense, o título de cidadã daquele Estado, que amo de paixão.

            Para completar, gostaria ainda de mencionar um último dado. Existe o crédito imobiliário, que está permitindo o crescimento da construção civil de forma significativa; a indústria cresce; agora, tem um setor que talvez seja o melhor termômetro da importância da construção civil, que é o comércio, o pequeno comércio, que dá exatamente a dimensão do quanto as pessoas estão reformando, ampliando, mudando, construindo, da forma como a grande maioria da população brasileira faz, de pouquinho em pouquinho, no mutirão da família, do “puxadinho”, daquela forma de ir ajeitando e melhorando a sua moradia. Quem mede isso de forma mais concreta, a maneira de a gente saber se isso está efetivamente movimentando o setor da construção civil pelo efeito “formiguinha”, como o próprio segmento chama, é a questão das vendas no mercado interno, como o setor varejista do mercado interno da construção civil, como as lojas estão atuando, estão tendo desempenho. É esse dado extremamente significativo.

            Há vinte e cinco meses consecutivos temos dados positivos de crescimento em comparação ao mês anterior das lojas de material de construção. Inclusive, os índices mais elevados são os mais recentes, sendo que em janeiro de 2008, deste ano, foi 28% a mais do que em dezembro. Depois, tivemos 35% a mais em fevereiro, 16% a mais em março, 33% a mais em abril, 23% a mais em maio e, no mês de junho, 34%. Portanto, o comparativo de um mês para outro, todos eles extremamente significativos, o que demonstra que a população está tendo possibilidade, através da geração de emprego e do aumento da renda, de melhorar a sua condição de moradia por meio das mudanças, das reformas e das ampliações, que normalmente as famílias fazem até por conta própria, o comércio varejista da construção civil, que é o principal indicador.

            Portanto, eu queria parabenizar todo o setor da construção civil mais uma vez, pela decisão corretíssima do Presidente Lula quando, em 2005, decidiu priorizar esse setor, pela capilaridade, pela repercussão e pela melhoria concreta em termos de volume de renda e de volume de riqueza que gera e que distribui em todo o Brasil. Esses não são dados de Governo, são dados do próprio setor, da Associação Brasileira dos Materiais de Construção.

            Se o Presidente permitir, concedo o aparte ainda ao Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Também para cumprimentá-la, Senadora Ideli Salvatti, por ter sido homenageada com o título de cidadã de Santa Catarina pela Assembléia Legislativa de seu Estado, onde V. Exª também ali primou por ser sempre tão batalhadora e assertiva. Obviamente, os Deputados Estaduais, ao lhe concederem esse título, estão reconhecendo a sua contínua combatividade e também por estar sempre aqui registrando os aspectos positivos da administração do Presidente Lula.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço, Senador Suplicy, e agradeço também ao Presidente pela gentileza dos minutinhos a mais.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/08/2008 - Página 28953