Discurso durante a 108ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Expectativa do recebimento da mensagem que concede empréstimo para o Estado do Rio Grande do Sul.

Autor
Heráclito Fortes (DEM - Democratas/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DIVIDA PUBLICA.:
  • Expectativa do recebimento da mensagem que concede empréstimo para o Estado do Rio Grande do Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2008 - Página 22341
Assunto
Outros > DIVIDA PUBLICA.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, PEDRO SIMON, SENADOR, EXPECTATIVA, RECEBIMENTO, MENSAGEM (MSG), CONCESSÃO, EMPRESTIMO EXTERNO, BANCO MUNDIAL, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • ELOGIO, PEDRO SIMON, SENADOR, LUTA, FAVORECIMENTO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • CRITICA, BUROCRACIA, GOVERNO FEDERAL, NECESSIDADE, EMPRESTIMO, MELHORIA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, MENSAGEM (MSG), INTERNET, APOIO, SENADOR.
  • CONGRATULAÇÕES, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), PEDRO SIMON, RECEBIMENTO, MENSAGEM (MSG), CONCESSÃO, EMPRESTIMO EXTERNO, NECESSIDADE, REDUÇÃO, BUROCRACIA, GOVERNO FEDERAL.

            O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - Senador Presidente, Senador Simon, estamos vivendo aqui um momento que é o de uma vitória pessoal, Senador Simon, de V. Exª.

            É evidente que o Presidente Gim Argello e eu estamos aqui cumprindo o papel da solidariedade, solidariedade esta que não deve nunca faltar entre os homens, principalmente quando se luta por uma causa que é justa.

            O que estamos vendo aqui é exatamente a determinação de um Senador experimentado, respeitado no Brasil inteiro e que está a defender nada mais do que os interesses do seu Estado.

            Senador Simon, fique certo V. Exª de que o Senado sairá deste episódio engrandecido, porque, sem agressão, sem violência, sem ofensa, V. Exª sustentou esta sessão de sexta-feira até as 15 horas e 50 minutos. Vai sustentar por mais uns vinte minutos, pode se preparar para isso, mas vai sair daqui aliviado, porque cumpriu com o seu dever.

            E quer que lhe diga uma coisa? Talvez quem mais ganhe com este episódio seja o próprio Governo, porque talvez fatos dessa natureza não se repitam. Seria leviandade de minha parte, que sou oposicionista duro, culpar, neste caso, o Presidente da República, a Ministra da Casa Civil ou o Ministro do Planejamento. A arrogância e a prepotência muitas vezes acontecem nos escalões subalternos, e é exatamente o excesso de poder que se confere aos escalões que muitas vezes gera a desconfiança sobre a lisura dos fatos.

            Não se justifica, por hipótese nenhuma, que, num país que queira crescer, que precisa crescer e que vai crescer, o próprio Governo, de maneira descabida e injustificável, dificulte um empréstimo que só vai aquecer a economia do Rio Grande. É inconcebível, é injustificável, para não dizer inaceitável!

            Caberia aos tecnocratas do Governo correr para que esse empréstimo fosse votado: é um dinheiro limpo que vem de fora e que socorre a economia de um Estado como o Estado do Rio Grande do Sul.

            A minha solidariedade e a minha presença nesta vigília, Senador Simon, são movidas também pelo fato de não compreender o porquê desse tipo de procedimento. Há quantos meses se discute nesta Casa esse empréstimo? Se ilegal, ele não estaria aqui; se indevido, não estaria sendo discutido, mas é um empréstimo que já foi acertado, discutido e anunciado, mas que, mesmo assim, perdeu-se na burocracia, quem sabe por ranço ideológico ou de outra natureza de algum cabeça tonta ou irresponsável que prejudica o País. Ou nós queremos crescer e damos instrumentos ao crescimento ou isso tudo é uma farsa.

            V. Exª abre, no meu modo de ver, os olhos do Governo para este episódio. Esse dinheiro, repito, é um empréstimo internacional que vem para fortalecer uma unidade da Federação que é responsável, inclusive historicamente, pela industrialização deste País. Com a circulação desse dinheiro no Estado, nós vamos fortalecer os índices e os números que o Brasil tanto persegue para ganhar posições no cenário internacional.

            Não há nenhuma justificativa, Senador Simon, para estarmos aqui até esta hora a não ser a falta de visão ou a má-fé de quem segurou por tanto tempo esse empréstimo. Se isso tivesse acontecido em alguma Comissão, se fosse algum parlamentar procrastinando o andamento da matéria, seria uma manobra política que entenderíamos, porque estaria no contexto do embate e do debate político, muitas vezes não-positivo, mas que temos de aceitar. Mas não é isso. O que estamos vendo, de maneira inusitada, é que isso parte exatamente dos que são responsáveis pelo funcionamento da máquina do Governo.

            Senador Simon, recebi uma grande quantidade de e-mails, todos parabenizando V. Exª, e já há outra grande quantidade em meu gabinete. Esses e-mails, vindo do Brasil inteiro, são unânimes. Alguns, inclusive, me agradecem pela solidariedade, o que não é necessário. A minha solidariedade pessoal para com V. Exª é histórica. Chegamos juntos na luta. Quando cheguei aqui, V. Exª já pontuava, e V. Exª, juntamente com o Dr. Ulysses e o Dr. Tancredo, foram o meu andajá no Congresso Nacional, ensinaram-me a começar a percorrer os caminhos desta Casa. O fato de estarmos em partidos diferentes não nos tira a identificação naquilo que é bom para o País. Daí por que, durante esses longos anos de convivência, estivemos sempre juntos nos propósitos.

            Senador Simon, parece que agora está tudo aí. Já chegou.

            Eu gostaria, Senador Simon, de parabenizá-lo e, acima de tudo, parabenizar o Rio Grande do Sul por essa vitória da persistência. Que essa vitória seja, acima de tudo, um alerta ao Governo Federal para que não proceda, em outras questões, dessa maneira. V. Exª é o precursor de uma nova era e de um novo momento para este País.

            Quero me congratular também com o Presidente Gim Argello, que deixou, como eu, alguns compromissos, mas são perdas passageiras, Senador Simon, que valem a pena, porque nós estamos defendendo aqui o Brasil.

            Eu, pessoalmente, fico muito feliz. Essa nossa dobradinha do chimarrão com a rapadura surtiu efeito!

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2008 - Página 22341