Discurso durante a 138ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Tristeza e decepção com os resultados compilados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que apontou o Município de Macapá com pior índice de desenvolvimento municipal.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. EDUCAÇÃO.:
  • Tristeza e decepção com os resultados compilados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que apontou o Município de Macapá com pior índice de desenvolvimento municipal.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2008 - Página 29475
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • FRUSTRAÇÃO, RESULTADO, PESQUISA, INFERIORIDADE, INDICE, DESENVOLVIMENTO, MUNICIPIO, MACAPA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP), ANALISE, DADOS, CONCLUSÃO, PROGRESSO, INTERIOR, BRASIL, NECESSIDADE, MELHORIA, QUALIDADE, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO, MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA, ATENDIMENTO, CRESCIMENTO ECONOMICO.
  • COMENTARIO, VITORIA, MUNICIPIO, INDAIATUBA (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), COMPARAÇÃO, MUNICIPIOS, BRASIL, INEXISTENCIA, DESEMPREGO, EXISTENCIA, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, VALORIZAÇÃO, SALARIO, PROFESSOR, INCENTIVO, MELHORIA, ALUNO, VINCULAÇÃO, INDUSTRIA, REGIÃO, PARCERIA, PREFEITURA, GOVERNO ESTADUAL, GOVERNO FEDERAL.
  • EXPECTATIVA, POSSIBILIDADE, EXTENSÃO, MUNICIPIOS, BRASIL, METODOLOGIA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, PRIORIDADE, CURSO TECNICO, VINCULAÇÃO, EDUCAÇÃO, POLITICA DE EMPREGO.

O SR. GEOVANI BORGES (PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, peço a atenção de V. Exªs para expressar aqui a minha tristeza e decepção com os resultados compilados pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro e há poucos dias apresentados ao País. A entidade criou um índice para saber como anda o desenvolvimento dos municípios brasileiros, e o pior desempenho foi apontado como sendo o de Macapá.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro decidiu juntar doze estatísticas oficiais dos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde e criou o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.

A situação dos municípios foi avaliada em dois momentos: em 2000 e em 2005, para se saber quais foram os avanços e os retrocessos nas áreas de emprego e renda, e em educação e saúde.

Apesar da triste classificação obtida por Macapá, o indicador mostra os novos caminhos de desenvolvimento no País, porque não aponta apenas para os grandes centros urbanos. Ao contrário, mostra que os investimentos, a modernidade, o progresso segue a caminho do interior.

Das cem cidades brasileiras mais bem classificadas no levantamento, 82 são pequenas e médias. Têm até 300 mil habitantes.

Esses dados, portanto, nos colocam diante de uma certeza absoluta: a educação de qualidade é o que vai sustentar o crescimento.

Estamos enfrentando, Sr. Presidente, problemas gravíssimos de escassez de mão-de-obra especializada. E essa escassez se relaciona fundamentalmente à fragilidade de nosso sistema educacional. E neste momento chama atenção a cidade paulista de Indaiatuba, no interior de São Paulo, apontada como a cidade com melhores condições de vida, com uma taxa de desemprego próxima de zero - parece ficção, não é? -, com um ensino técnico altamente voltado para as necessidades mercadológicas da região e um programa permanente de incentivo salarial aos professores, que conseguem estimular seus alunos a obterem resultados melhores.

Senhores! Sr. Presidente Mão Santa, é preciso ter humildade e tirar o chapéu para a eficiência. O que se conseguiu naquela cidade é, de fato, uma coisa notável.

O arranjo da sociedade para tirar o jovem do drama do desemprego é espetacular e merece nosso olhar mais atento, bem como - e por que não? - os nossos elogios. Lá o ensino técnico, graças a um acerto entre a prefeitura com os governos estadual e federal, é praticamente universalizado. O curso técnico é todo ele voltado para a vocação da cidade, que possui uma série de indústrias. E, quando chega alguma nova indústria na região, a própria prefeitura se encarrega de dar a lista de quem está apto para ser contratado na própria cidade.

Quem sabe não podemos adotar esse sistema na minha querida cidade de Santana? E na cidade da nossa querida Adalgisa, Parnaíba, no Piauí, terra de V. Exª, Presidente Mão Santa? - segundo me relatou V. Exª, o início de sua vida pública foi naquela cidade.

Também é lá, em Indaiatuba, que se pratica um sistema de ensino em que os professores que têm melhor desempenho ganham melhor salário. A harmonia entre o ensino técnico e a vocação da região, combinado com o investimento e valorização do ensino público, conseguiu produzir esse modelo extraordinário de arranjo educativo local com arranjo produtivo local. Quando o aluno sai do curso técnico, não sai com aquele diploma para pregar na parede: já vai trabalhar, já vai aplicar os conhecimentos adquiridos no curso.

Eu disse que é preciso ter humildade para se curvar diante da eficiência. Mas essa mesma coragem deve conduzir-nos à coragem de agir e transformar, porque não existe nada que impeça que esse mesmo modelo de excelência seja estendido a todas as cidades brasileiras, inclusive à nossa, a minha querida Santana - e Parnaíba, no Piauí -, que apresenta, na pesquisa que hoje comento, índices tão vexatórios - não sei o caso de Parnaíba.

Temos nossa própria realidade fabril. Temos as nossas potencialidades e recursos inimagináveis. Temos a pujança de nossa região, porta de entrada da Amazônia para a Europa, nossas riquezas, e temos o bem maior que é nossa gente, que é nosso jovem, que só precisa de incentivo, de investimento na sua formação para brilhar nas estatísticas e participar efetivamente do progresso de nosso Estado e das nossas cidades.

O caminho, está provado, é a educação. É a formação acadêmica adequada, a qualificação do ensino técnico, é o aproveitamento real de tudo o que temos de bom e grandioso. E assim, quem sabe, esse humilde representante do Estado do Amapá poderá ter a honra de vir aqui apresentar uma estatística que nos encha de orgulho, Sr. Presidente.

Minha esposa, Juscileide, está fora do Estado, mas está ligada na TV Senado no Estado do Pará, vizinho do Estado do Amapá. Mando um abraço a ela e aguardo as críticas e observações da minha esposa, que já foi a primeira-dama do Município, da minha querida cidade de Santana, onde também tive a honra de ter sido Prefeito.

Encerro, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exª pela generosidade do tempo concedido.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2008 - Página 29475