Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encaminhamento à Mesa de pronunciamento sobre o retorno da inflação no País e os perigos advindos da crise global. Registro nos Anais do artigo intitulado "Extravagâncias Monetárias", publicado no jornal Folha de S.Paulo, de autoria de Paulo Nogueira Batista Júnior.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Encaminhamento à Mesa de pronunciamento sobre o retorno da inflação no País e os perigos advindos da crise global. Registro nos Anais do artigo intitulado "Extravagâncias Monetárias", publicado no jornal Folha de S.Paulo, de autoria de Paulo Nogueira Batista Júnior.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2008 - Página 29577
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, COMBATE, INFLAÇÃO, AUMENTO, JUROS, VALORIZAÇÃO, CAMBIO, ALEGAÇÕES, POSSIBILIDADE, AMPLIAÇÃO, POUPANÇA, NATUREZA FISCAL, CONTRADIÇÃO, CRESCIMENTO, DESPESA PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, CRIAÇÃO, MINISTERIOS, SUPERIORIDADE, CARGO DE CONFIANÇA.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, GASTOS PUBLICOS, COMPARAÇÃO, CRESCIMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), AMPLIAÇÃO, QUANTIDADE, FUNCIONARIO PUBLICO, DEFESA, REDUÇÃO, DESPESA PUBLICA, CUSTEIO, BUROCRACIA, CRISE, AMBITO NACIONAL, AMBITO INTERNACIONAL.

            O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Com a permissão do Senador Adelmir Santana, para encaminhar a V. Exª texto, cuja publicação peço que autorize nos Anais do Senado Federal, abordando essa preocupação de todos os brasileiros com o retorno da inflação no País e os perigos advindos da crise global.

            E peço também o registro nos Anais de um artigo Extravagâncias Monetárias da Folha de S.Paulo, de Paulo Nogueira Batista Júnior, abordando exatamente essa questão da ameaça do retorno da inflação, da crise global e das ações do Governo para conter esse processo. Peço a V. Exª que considere lido esse pronunciamento.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR ALVARO DIAS.

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O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Palácio do Planalto e o ministério da Fazenda procuram capitanear um debate dentro do Governo sobre a necessidade de elevar a poupança fiscal no País. O próprio Presidente da República vocaliza sua preocupação crescente com o retorno da inflação e os perigos advindos da crise global.

Não há sinceridade nem assertividade por parte do Governo ao externar tais preocupações. A gestão do Presidente Lula patrocina um vertiginoso aumento nas despesas permanentes e prossegue uma seqüência avassaladora de aparelhamento da máquina estatal.

A criação do ministério da Pesca, recém-instituído por Medida Provisória, é o mais recente exemplo de multiplicação de cargos de confiança: 295 cargos para abrigar apaniguados.

Para combater a marcha cadenciada da inflação, o Governo comete o que o economista Paulo Nogueira Batista Jr qualificou como “extravagâncias monetárias”, título de seu artigo na edição dessa quinta-feira da Folha de S. Paulo.

Destaca o economista, atual Diretor-executivo do FMI, que “o Brasil abusa dos juros altos e da valorização cambial como instrumentos de combate à inflação”.

”O Brasil lidera com folga o ranking de juros reais”, ressalta Paulo Nogueira Batista Jr. “A taxa básica brasileira, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, alcança 7,2%. A média geral é negativa em 0,2%. Nada menos que 19 países praticam taxas reais negativas - inclusive Estados Unidos, Japão, Israel, Coréia do Sul e Chile.

A política monetária de combate á inflação, não privilegia instrumentos variados e conjugados para reverter o quadro inflacionário. Toda estratégia está centrada na elevação da taxa básica de juros.

Os especialistas alertam que é questionável o efeito da elevação da taxa básica de juros para conter a demanda em algumas frentes, como as compras a prazo e os gastos com alimentação, entre outras.

Conter o gasto público e despesas que não comprometam os investimentos, não vem sendo a tônica do governo.

Falta realismo e planejamento estratégico para enfrentar o retorno da inflação. O inchaço da máquina foi promovido sem qualquer critério técnico e sem planejamento. As despesas de custeio cresceram em proporção superior ao próprio crescimento do PIB.

Estudos recentes mostram que num ano em que a economia cresceu 5% - o de 2007 - o Governo Federal aumentou os seus gastos com funcionários e encargos sociais em mais de 10%. O Mesmo ocorreu com as despesas para manter a máquina governamental, os chamados gastos de custeio.

Um dado preocupante que nos alerta o economista Paulo Nogueira Batista Jr: “o cenário internacional está muito longe de tranqüilo. Tudo indica que a fase de bonança acabou. Podemos sofrer novos choques externos e atravessar períodos de turbulência. Não é hora de extravagâncias”

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno)

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Matéria referida:

“Extravagâncias Monetárias”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2008 - Página 29577