O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com grata satisfação que comunico aos meus pares do Senado que o curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso foi consagrado como o melhor na formação dessa profissão no País. É um momento de júbilo para os intelectuais da região que lutam pela qualificação científica de nosso ensino há dois séculos.

            Faço uma especial homenagem ao Dr. Gabriel Novis Neves, que criou a Escola de Medicina, ainda como Secretário Estadual de Educação no Governo Pedro Pedrossian, em setembro de 1970. Dez anos depois, na década de 80, coube ao mesmo Dr. Gabriel implantar o curso como reitor da Universidade Federal de Mato Grosso.

            Desde a sua inauguração, a Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso já formou 22 turmas, meu caro Presidente Mão Santa, que é médico, sendo que a primeira chegou ao mercado nacional em 1986.

            Portanto, o resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - Enade, é a coroação do trabalho de muitos mestres que dedicaram suas vidas à nobre tarefa de ensinar os métodos da cura e da saúde. Como disse o próprio Gabriel Novis, ao comemorar esse resultado, “a gente nunca começa nada; a gente apenas continua o que muitos se dedicaram a fazer. Quis o destino que eu criasse e implantasse o curso de Medicina em Mato Grosso, mas este sonho começou em 1808”, meu caro Senador, também médico, Mozarildo Cavalcanti.

            As palavras desse conceituado médico ginecologista são humildes e sábias, pois a primeira tentativa de fundação de um curso de Medicina em nosso Estado ocorreu em 1808, portanto há 200 anos, com o advento da chegada da família real portuguesa ao Brasil. Naquela época, os monarcas lusitanos não concebiam habitar uma terra onde não houvesse uma escola de Medicina. E o capitão-mor de Mato Grosso, acometido por moléstias tropicais, chegou a inaugurar um curso de Medicina com estrutura parecida com as das academias modernas, na fronteira do País com a Bolívia. Infelizmente, o sonho durou pouco. Mas a idéia jamais sucumbiu.

            Assim sendo, ao honrar o nome do mestre Gabriel Novis Neves, eu gostaria também de expressar meus cumprimentos ao Dr. Domingos Tabajara, atual coordenador do curso de Medicina da nossa UFMT, bem como a todos os docentes dessa instituição, aos seus servidores e, principalmente, aos alunos, que mostram que no coração do Brasil pulsa a inteligência, a dedicação e a obstinação de jovens que tiveram a coragem de abraçar uma profissão espinhosa, difícil, mas que promove a saúde e a vida.

            Concedo o aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti.

            O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Jayme Campos, fico muito feliz de ver o registro que V. Exª faz. Nunca me contentava - e o Senador Mão Santa, como médico, deve ter percebido isso no Piauí - com a concentração das escolas de Medicina no Sul e no Sudeste. Eu me formei em Belém e, naquele ano, 1969, a minha faculdade completou 50 anos. Depois de formado, fomos para Roraima, e eu ficava pensando que a faculdade de Medicina mais próxima era em Belém do Pará. Fomos ter, muito tempo depois, uma outra faculdade em Manaus, no Amazonas. Como Deputado Federal, tive a sorte de aprovar um projeto de lei que, embora autorizativo, criava a Universidade Federal de Roraima. Depois, dentro dela, fui um dos participantes da criação do projeto da Faculdade de Medicina de Roraima, que hoje é a mais bem avaliada do Norte, dado o modelo que foi implantado de módulos, muito inspirado em professores cubanos que nos ajudaram a instalar o curso de Medicina. Então, quero cumprimentá-lo pela criação do curso de Medicina, na qual a participação de V. Exª foi decisiva. Precisávamos ter no Brasil uma política para descentralizar o ensino de modo geral, mas notadamente o da Medicina, porque, por incrível que pareça, temos mais médicos do que precisamos. Só que os médicos estão concentrados nos grandes centros ou nas capitais, eles não vão para o interior. E não o fazem por não quererem nem por serem elitistas, mas porque ganham pouco e não têm sequer equipamentos para trabalhar. Então, se tivermos uma escola de Medicina em cada Estado, principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, começaremos a fixar os médicos lá até por osmose, até por questão geográfica. Então, quero cumprimentar V. Exª e o curso de Medicina do seu Estado e dizer da honra que tenho de ter também no meu Estado de Roraima já um curso de Medicina.

            O SR. JAYME CAMPOS (DEM - MT) - Muito obrigado, Senador Mozarildo Cavalcanti. Incorporo seu aparte também no meu discurso.

            Sr. Presidente, companheiro Senador Mão Santa, reafirmo os meus votos de parabéns a todos os professores e funcionários da Universidade Federal na pessoa do seu reitor, Paulo Speller, desejando que o exemplo de nossos jovens estudantes de Medicina da UFMT se frutifique na prestação de um serviço de saúde digno, honrado e socialmente justo.

            Encerro minhas palavras, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dizendo da minha satisfação, da minha alegria em ver que a Universidade Federal de Mato Grosso é um exemplo, sobretudo, quando se divulga agora, por meio do Enade, a formação dos nossos profissionais colocados no topo, ou seja, no ranking dos bons profissionais da saúde do nosso Brasil.

            Ficam aqui meus cumprimentos, sobretudo, ao valoroso professor, mestre, médico de escol, Dr. Gabriel Novis Neves, que foi com certeza o grande baluarte da instalação desse curso de Medicina da nossa universidade.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.