Pronunciamento de Jefferson Praia em 12/08/2008
Discurso durante a 143ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração dos vinte anos de funcionamento da Escola Nacional de Administração Pública - ENAP.
- Autor
- Jefferson Praia (PDT - Partido Democrático Trabalhista/AM)
- Nome completo: Jefferson Praia Bezerra
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Comemoração dos vinte anos de funcionamento da Escola Nacional de Administração Pública - ENAP.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/08/2008 - Página 30085
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, FUNDAÇÃO ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PUBLICA (ENAP), HISTORIA, PROCESSO, MODERNIZAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, REDEMOCRATIZAÇÃO, PAIS, MANDATO, JOSE SARNEY, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, INICIATIVA, ESPECIFICAÇÃO, ESCOLHA, ALUIZIO ALVES, MINISTRO DE ESTADO, REFORMULAÇÃO, ESTADO, BUSCA, MODELO, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, VALORIZAÇÃO, MERITO, PROFISSIONALISMO, FUNCIONARIO PUBLICO.
O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, demais autoridades que compõem a Mesa, minhas senhoras, meus senhores, Srªs e Srs. Senadores, é com imensa satisfação que venho participar desta justa homenagem aos 20 anos de funcionamento da Escola Nacional de Administração Pública, Enap. Afinal, estamos hoje aqui para celebrar não somente o surgimento de uma notável e modelar escola de Governo, mas, sobretudo, o símbolo de uma nova era da Administração Pública Federal no nosso País, pautada pelo profissionalismo e pela excelência na gestão da coisa pública.
Temos a obrigação, neste momento, de saudar o hoje Senador - aliás, um dos mais ilustres membros desta Casa - e ex-Presidente da República José Sarney pela decisão visionária e altaneira de criar no Brasil uma carreira pública de gestão, dotando-a de uma instituição de treinamento de alto nível para o seu contínuo aperfeiçoamento.
No momento auspicioso de redemocratização, urgia ao Estado brasileiro um novo modelo de gestão e desenvolvimento, voltado para o atendimento de metas sociais e direcionado pelo incremento da cidadania. Como supremo mandatário da Nação, José Sarney incumbiu-se da magnânima tarefa de modernizar a então gigantesca e amarrada máquina pública brasileira, cuja dimensão e agilidade paquidérmicas atravancavam as legítimas ambições desenvolvimentistas da Nação em progresso.
Para capitanear a execução de missão tão estratégica, o Presidente Sarney convocou um homem público cuja referência sempre me serviu como leme na vida pública: Aluízio Alves.
Aluízio Alves, do alto da sua experiência como Governador do Rio Grande do Norte e em diversos outros cargos públicos, era a pessoa talhada para levar adiante o projeto reformador das estruturas administrativas do Estado Nacional, comandando com grande habilidade a Secretaria de Administração Pública da Presidência da República.
Consolidada a vontade política para fazê-lo, deu-se prosseguimento ao intento de capacitar o País para as exigências e para os desafios da contemporaneidade. A sociedade brasileira, respirando os ares libertários da democracia depois dos longos anos de chumbo, clamava por mudanças e pela derrubada de velhos hábitos. Era mais do que necessária a instauração de métodos de governo mais modernos e condizentes com o futuro que se desejava para o País.
Buscou-se, então, na França, um modelo que se coadunasse com as pretensões nacionais de construção de uma escola de administração pública de caráter profissional, mas com grande sensibilidade social. A ÉNA francesa acabou servindo como molde para uma nova carreira de gestão pública no Brasil, despertando no coração e na mente dos nossos incipientes talentos o apreço e a vocação pela nobre tarefa de gerir, com competência, a coisa pública.
Há vinte anos, portanto, a Escola Nacional de Administração Pública abria suas portas para a primeira turma de jovens aspirantes ao cargo de “gestor público”, como se convencionou chamá-los tempos mais tarde. Naquela aula inaugural, o Ministro Aluízio Alves já asseverava, de maneira enfática, que “de qualquer modo, a carreira pública não depende mais nem do julgamento subjetivo das chefias, nem do pistolão, nem do favoritismo; dependerá do funcionário, de sua capacidade, da sua inteligência, de seu esforço”.
A ENAP, portanto, simboliza uma nova era meritocrática e especializada no funcionalismo público brasileiro. Como fórum permanente de debates sobre a realidade brasileira e de aperfeiçoamento dos altos servidores de nossa administração governamental, a instituição que hoje celebra vinte anos de pleno funcionamento já se notabilizou por ser uma verdadeira usina de talentos para nossa competente burocracia.
Minhas senhoras e meus senhores, neste dia especial em que comemoramos os vinte anos de funcionamento da Enap, congratulo-me com todos aqueles que contribuíram para lhe dar vida e sucesso, transformando-a em grande referência na área de capacitação e gestão pública.
Desejamos todos vida longa à ENAP.
Sr. Presidente, eu pediria que este discurso constasse dos Anais da Casa.
Muito obrigado pela atenção. (Palmas.)
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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR JEFFERSON PRAIA.
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O SR. JEFFERSON PRAIA (PDT - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, é com imensa satisfação que venho participar desta justa homenagem aos 20 de funcionamento da Escola Nacional de Administração Pública - a ENAP. Afinal, estamos hoje aqui para celebrar não somente o surgimento de uma notável e modelar escola de Governo, mas, sobretudo, o símbolo de uma nova era da administração pública em nosso País, pautada pelo profissionalismo e pela excelência na gestão da coisa pública.
Temos a obrigação, neste momento, de saudar o hoje Senador, aliás um dos mais ilustres membros desta Casa, e ex-Presidente da República, José Sarney, pela decisão visionária e altaneira de criar no Brasil uma carreira pública de gestão, dotando-a de uma instituição de treinamento de alto nível para o seu contínuo aperfeiçoamento.
No momento auspicioso da redemocratização, urgia ao Estado Brasileiro um novo modelo de gestão e desenvolvimento, voltado para o atendimento de metas sociais e direcionado pelo incremento da cidadania. Como supremo mandatário da nação, José Sarney incumbiu-se da magnânima tarefa de modernizar a então gigantesca e amarrada máquina pública brasileira, cuja dimensão e agilidade paquidérmicas atravancavam as legítimas ambições desenvolvimentistas da nação em progresso.
Para capitanear a execução de missão tão estratégica, o Presidente Sarney convocou um homem público cuja referência sempre me serviu como referência na vida política: Aluízio Alves. Aluízio Alves, do alto de sua experiência como Governador do Rio Grande do Norte e em diversos outros cargos públicos, era a pessoa talhada para levar adiante o projeto reformador das estruturas administrativas do Estado Nacional, comandando com grande habilidade a Secretaria de Administração Pública da Presidência da República.
Consolidada a vontade política para fazê-lo, deu-se prosseguimento ao intento de capacitar o País para as exigências e para os desafios da contemporaneidade. A sociedade brasileira, respirando os ares libertários da democracia depois dos longos anos de chumbo, clamava por mudanças e pela derrubada de velhos hábitos. Era mais do que necessária a instauração de métodos de Governo mais modernos e condizentes com o futuro que se desejava para o País.
Buscou-se, então, na França, um modelo que se coadunasse com as pretensões nacionais de construção de uma escola de administração pública de caráter profissional, mas com grande sensibilidade social. A ÉNA francesa acabou servindo como molde para uma nova carreira de gestão pública no Brasil, despertando no coração e na mente de nossos incipientes talentos o apreço e a vocação pela nobre tarefa de gerir, com competência, a coisa pública.
Há exatos vinte anos, portanto, a Escola Nacional de Administração Pública abria suas portas para a primeira turma de jovens aspirantes ao cargo de “gestor público”, como se convencionou chamá-los tempos mais tarde. Na aula inaugural, o Ministro Aluízio Alves já asseverava, de maneira enfática, que “de qualquer modo, a carreira pública não depende mais nem do julgamento subjetivo das chefias, nem do pistolão, nem do favoritismo; dependerá do funcionário, de sua capacidade, da sua inteligência, de seu esforço”.
A Enap, portanto, simboliza uma nova era meritocrática e especializada no funcionalismo público brasileiro. Como fórum permanente de debates sobre a realidade brasileira e de aperfeiçoamento dos altos servidores de nossa administração governamental, a instituição que hoje celebra vintes anos de pleno funcionamento já se notabilizou por ser uma verdadeira usina de talentos para a nossa competente burocracia.
Desde 1988, passaram por seus afamados bancos muitos dos maiores e melhores quadros de nosso serviço público. Da mesma forma, nesses profícuos vinte anos de existência, professores e instrutores do mais alto nível acadêmico e intelectual, e de diversas origens e nacionalidades, ministraram cursos que engrandeceram a capacidade funcional de nossos servidores e colaboradores.
Minhas Senhoras e meus Senhores, o exemplo da Enap ¾ do espírito visionário de seus criadores e idealizadores, da revolução que ela representou no sentido da profissionalização e capacitação de nossos servidores ¾ deve servir como inspiração para todos os gestores do patrimônio público de nosso País!
Nos dias atuais, não se admite mais aquelas práticas nefastas que tanto contaminaram a gestão do Estado Brasileiro. A conduta patrimonialista, desgraçadamente incrustrada no DNA histórico de nossa cultura administrativa, já se mostrou absolutamente incondizente com os princípios democráticos e gerenciais modernos.
O que o País hoje precisa, e exige, é de um corpo funcional cuja excelência meritocrática esteja muito acima de apadrinhamentos, de indicações políticas ou por linhas de parentesco. O que o Estado Brasileiro requer, e com esta Casa Legislativa também não é diferente, é servidores recrutados e treinados sob os parâmetros mais elevados de conhecimento e especialidade.
Sou um grande entusiasta do instituto do concurso público. No ano em que igualmente celebramos os vintes anos da Carta Magna de nosso País, a Constituição Cidadã, como a batizou o Dr. Ulysses Guimarães, não podemos deixar de enaltecer um de seus maiores e mais importantes legados: a obrigatoriedade do concurso público para ingresso nas carreiras do Estado.
O êxito funcional da Enap, que tem sua gênese e sua legitimação essencialmente vinculadas à seleção meritocrática de seus alunos, não nos deixa mentir. Não há como desvincular sua excelência no treinamento e na capacitação do espírito estritamente republicano que presidiu seu nascedouro.
Ao idealizar o estabelecimento da Escola Nacional de Administração Pública, estou certo de que José Sarney e Aluízio Alves não intencionavam apenas oferecer mais alguns cursos e palestras para os servidores públicos brasileiros. Ambicionavam muito mais: a implantação de um novo padrão de comportamento na gestão de nossa máquina administrativa, uma revolução benigna que destronaria o antigo e arcaico modus operandi da administração pública brasileira.
Hoje, decorridos 20 anos, podemos constatar que a luta encampada por esses visionários não foi em vão! É claro que a gestão pública em nosso País ainda enfrenta imensos desafios, assim como amarras burocráticas e legais que atravancam seu processo modernizador. Mas os avanços ocorridos ao longo de todos esses anos são absolutamente inquestionáveis, a começar pelo surgimento de qualificadas escolas de governo como a que aqui hoje celebramos.
Srªs e Srs. Senadores, minhas Senhoras e meus Senhores, a abertura da Escola Nacional de Administração Pública, há exatas duas décadas, representou, como já disse, o marco inaugural de uma nova forma de gestão pública em nosso País. Uma forma mais profissional e especializada, marcada sobretudo pelo respeito aos princípios da impessoalidade, da ética e da eficiência.
Aqueles que por ela passaram - e são muitos! - acabaram por aplicar seus princípios e preciosos ensinamentos em suas práticas funcionais, dotando a administração pública brasileira de melhores procedimentos e padrões.
Neste dia especial, em que comemoramos os vinte anos de funcionamento da Enap, congratulo-me com todos aqueles que contribuíram para lhe dar vida e sucesso, transformando-a em grande referência na área de capacitação e gestão pública.
Desejamos todos vida longa à Enap!
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.