Discurso durante a 144ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Dia do Economista. (como Líder)

Autor
Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.:
  • Homenagem ao Dia do Economista. (como Líder)
Aparteantes
Eduardo Azeredo, Eduardo Suplicy, Jefferson Praia.
Publicação
Publicação no DSF de 14/08/2008 - Página 30511
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EXERCICIO PROFISSIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, ECONOMISTA, ANALISE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, AMBITO, SETOR PUBLICO, SETOR PRIVADO, NECESSIDADE, BUSCA, JUSTIÇA SOCIAL, MELHORIA, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, ESPECIFICAÇÃO, SITUAÇÃO, ECONOMIA INTERNACIONAL, GLOBALIZAÇÃO, COMENTARIO, REGULAMENTAÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, PERIODO, GESTÃO, GETULIO VARGAS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • MANIFESTAÇÃO, VOTO FAVORAVEL, PROJETO DE LEI, AUTORIA, INACIO ARRUDA, SENADOR, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, ATUALIZAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO, CATEGORIA PROFISSIONAL, ECONOMISTA, TRAMITAÇÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (CAS), PARTICIPAÇÃO, ORADOR.

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Pela Liderança. Sem revisão da oradora.) - Obrigada.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna, hoje, para comemorar nesta quarta-feira, 13 de agosto, o Dia do Economista. Lembro, aqui, que foi o então Presidente da República Getúlio Vargas que, em 1951, sancionou e regulamentou a profissão no País.

Segundo informações do Conselho Federal de Economia (Cofecon), somente no Estado de Goiás, 1.272 profissionais são registrados no Conselho Regional.

Ser economista significa compreender de que forma as sociedades usam os seus recursos materiais e humanos com vistas a produzir e distribuir bens e serviços.

Já em 1926, o famoso Economista J. M. Keynes afirmava que “O problema político da humanidade é combinar três questões: eficiência econômica, justiça social e liberdade individual”.

Desde então, todos os ciclos históricos vividos pelas sociedades atestaram a veracidade da afirmação de Keynes.

As crises financeiras vivenciadas pelo mundo e pelos governos, o inexorável processo de globalização, a explosão do processo de urbanização, a concretização da chamada “aldeia global” através da rede de Internet e a formação de blocos econômicos colocaram em xeque o próprio modelo de Estado Social.

Nesse contexto, o papel do economista se avultou como intérprete, juntamente com os outros cientistas sociais, de todo o complexo em que se viu lançado o mundo.

A eficiência econômica passou a ser meta dos governos de todos os países, articulando-se com propostas sociais em busca de uma adequada distribuição de renda e, conseqüentemente, de justiça social.

Até por estar falando desta tribuna, não poderia deixar de atestar que é a política que organiza toda a vida social, notadamente a economia. Em outras palavras, não existe uma economia pura, desligada das relações sociais. Pensar assim é uma ficção maléfica para todos os povos.

Por sua vez, sem a organização do poder político de forma responsável, da boa governança, ético, republicano, não há atividade econômica que possa ser desenvolvida. E, se o for, não será para o bem-estar da população, mas de uns poucos privilegiados.

O economista atua basicamente em duas dimensões: na macro e na microeconomia. Na macroeconomia, esse profissional se dedica às atividades e relações econômicas e financeiras internacionais de um país, de uma região ou de uma comunidade. Trata de política econômica, de distribuição de renda, de gastos e investimentos públicos e relaciona a situação do mercado com a economia como um todo.

Na microeconomia, que diz respeito ao desenvolvimento e à viabilidade da indústria e do comércio, o economista orienta o planejamento econômico e financeiro do negócio, controlando gastos e custos e fazendo previsões sobre os nichos de mercado.

Senhoras e senhores, o nobre Senador Inácio Arruda apresentou recentemente o Projeto de Lei nº 658, de 2007, que altera a Lei nº 1.411, de 13 de agosto de 1951, para atualizar a regulamentação do exercício da profissão de Economista.

O projeto é fruto de vários meses de trabalho do Conselho Federal de Economia, envolvendo consultas aos economistas de todo o País através dos Conselhos Regionais.

Atualmente, o projeto aguarda, na Comissão de Assuntos Sociais, da qual faço parte, apresentação de relatório do nobre Senador Expedito Júnior. Assim que estiver na pauta de votação, terá o meu voto favorável.

Senhoras e senhores, embora devido à sua amplitude, ao desconhecimento do público em geral e às dificuldades advindas de suas técnicas, e do jargão de seus profissionais, ser economista é uma profissão que, ao longo do tempo, tende a ganhar cada vez mais espaço na sociedade.

O conhecimento da realidade do mercado e do ambiente político-legal, conjugado com uma ampla gama de informações sobre as operações diárias da empresa, fornecidas pelos administradores, contadores, analistas de sistemas, advogados e engenheiros, permite ao economista planejar as ações estratégicas, como volume de oferta, política de preços, etc.

Concedo o aparte ao Senador Jefferson Praia.

O Sr. Jefferson Praia (PDT - AM) - Muito obrigado pela oportunidade do aparte. Quero parabenizá-la por ressaltar hoje o Dia do Economista. Eu não poderia deixar, como ex-Presidente do Corecon do Estado do Amazonas e Roraima e ex-membro também do Conselho Federal de Economia, de aproveitar essa oportunidade e cumprimentar todos os membros do Conselho Federal de Economia e de todos os Corecons do Brasil inteiro, especialmente os lá do meu Amazonas, a todos os economistas que contribuem com a economia daquele Estado. Muito obrigado. Parabéns a V. Exª

A SRª. LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO) - Agradeço ao Senador Jefferson Praia. Quero também cumprimentá-lo por este dia.

Concedo um aparte ao Senador Eduardo Azeredo.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senadora Lúcia Vânia, também quero manifestar o meu apoio ao seu pronunciamento, a lembrança e a homenagem a todos os economistas o Brasil, lembrando que, no fundo, nós todos acabamos sendo economistas práticos também. Na época da inflação alta, todos tinham que entender um pouco de economia, mas é o momento também de homenagear esses economistas que nos livraram daquela inflação de quase 30 anos. Então, eu me permito lembrar aqui de Edmar Bacha, de Pérsio Arida, de André Lara Resende, os três grandes economistas que fizeram a concepção do Plano Real, e foi aquele plano, depois de outros cinco, seis, que conseguiu realmente vencer a inflação.

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO) - Agradeço ao Senador Eduardo Azeredo e quero fazer de suas palavras as minhas, uma vez que todos nós, brasileiros, somos orgulhosos pelo Plano Real.

Concedo um aparte ao Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Também quero cumprimentá-la, prezada Senadora Lúcia Vânia, por estar hoje enaltecendo os economistas no Dia do Economista. V. Exª aqui nos recorda das observações daquele que é considerado o maior economista do século XX, um dos maiores economistas da história, John Maynard Keynes. V. Exª lembrou um trecho importante da sua contribuição. Permita-me que eu lembre um outro que tem sentido semelhante, mas que reforça ainda mais o que V. Exª aqui nos disse. Em 1930, John Maynard Keynes escreveu sobre as possibilidades econômicas para nossos netos. Justamente nesse ensaio, ele disse que, se a humanidade resolvesse acabar com as guerras, resolvesse aproveitar o conhecimento dos cientistas no sentido mais amplo e aprendesse a planejar melhor o número de suas crianças nascidas, em 100 anos - portanto, em 2030 -, com certeza, haveria possibilidade de se garantir a sobrevivência de todos os seres humanos. Eu tenho a convicção de que isso é possível. Tenho também a convicção de que V. Exª, inclusive quando Ministra responsável pela área social no Governo Fernando Henrique Cardoso, contribuiu nessa direção, pois foi responsável pelo desenvolvimento de programas sociais como o próprio Peti e outros que hoje estão consubstanciados nos programas de benefício continuado, no Programa Bolsa Família, nos programas referentes à Loas e assim por diante. Tenho a convicção - e V. Exª sabe - de que, consistente com essa previsão de Keynes, está a instituição do que já é lei e deve ser instituída por etapas, gradualmente. V. Exª votou na proposição para quando instituirmos a renda básica de cidadania. Quando ela estiver em vigor, estaremos bastante próximos de realizar nosso objetivo. Ainda mais porque, felizmente, no Brasil e na América Latina não tem havido guerras. Inclusive, uma das proposições de Keynes já estamos realizando, pois a taxa de natalidade no Brasil está diminuindo. Não está longe, e quem sabe em 2030 tenhamos alcançado aquilo que Keynes colocou como um objetivo para os seus netos. Meus cumprimentos a V. Exª.

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO) - Agradeço a V. Exª, Senador Eduardo Suplicy.

(Interrupção do som.)

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO) - Quero acrescentar, Senador Suplicy, as colocações de V. Exª ao meu discurso.

Cumprimento V. Exª, que também é economista, e principalmente pela sua luta em favor do social neste País. É uma luta conhecida por todos os brasileiros. Parabéns.

O economista também analisa o retorno dos investimentos da empresa, prevê o comportamento da demanda, entre outras atividades, de simulação e planejamento.

Sr. Presidente, portanto, é importante reforçar a idéia de que, acima de tudo, a Economia é uma ciência humana, e o economista, um ator social por excelência.

Por todos os motivos aqui expostos, quero, mais uma vez, parabenizar neste dia todos os economistas do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/08/2008 - Página 30511