Discurso durante a 145ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão acerca do debate sobre as eleições municipais.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Reflexão acerca do debate sobre as eleições municipais.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2008 - Página 30584
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • IMPORTANCIA, DEBATE, MUNICIPIOS, CAMPANHA ELEITORAL, NECESSIDADE, PARTICIPAÇÃO, SENADOR, ANUNCIO, VIAGEM, FIM DE SEMANA, ORADOR, INTERIOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), DISCUSSÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, OPORTUNIDADE, ELEIÇÃO MUNICIPAL, PREFEITO, VEREADOR, DIVULGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PROGRAMA, COLABORAÇÃO, ENTIDADE, SINDICATO, ASSOCIAÇÕES, SOCIEDADE CIVIL, EXPECTATIVA, DATA, INICIO, PROPAGANDA ELEITORAL, HORARIO GRATUITO, RADIO, TELEVISÃO, SAUDAÇÃO, PROCESSO, COMPROMISSO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), DIVERSIDADE, COLIGAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, BUSCA, PROPOSTA, CIDADANIA.

            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC. Pronuncia o seguinte o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente e nobres colegas, diversos temas estão sendo abordados nesta Casa. Aliás, é compromisso de cada um dos Srs. Parlamentares debater o Brasil. Ainda hoje, nós debatemos a questão da Amazônia, ouvimos os relatos para conhecermos a Amazônia. E, agora, assistimos ao Senador Efraim, pela Paraíba, discutir sobre os menos aquinhoados, os que sofrem com as estiagens, as enchentes e as intempéries. É preciso ter condições para prosseguir, para sobreviver. Enfim, aqui é um desaguadouro das questões nacionais, na Câmara e aqui no Senado. Não se pode fugir disso.

            Neste momento, no Brasil, eu diria que nos cinco mil e poucos Municípios do País, porque agora, início de outubro, teremos eleições municipais, forma-se um grande debate. E, em cada uma das unidades municipalistas, reflete-se e mergulha-se neste assunto, que, diuturnamente, agora é debatido, que por nós, catarinenses, quer por qualquer um dos senhores representantes dos Estados da Federação. Ainda há pouco, o Senador Mozarildo, que preside esta sessão, lá de Boa Vista, lá da longínqua Roraima, me dizia: “eu só tenho compromisso em 2014, pois o meu mandato vai até 2014, mas eu não posso abrir mão de participar das eleições municipais da minha longínqua Boa Vista, lá em Roraima”.

            Veja bem: com um mandato até 2014, mesmo assim, o Senador Mozarildo vai participar das eleições municipais lá em Roraima, um dos lugares mais distantes aqui da nossa Capital Federal, e vai lá palmilhar, vai viajar, vai discutir, vai sentar com os companheiros, com as pessoas, com as entidades, e debater as questões de cada um dos Municípios. E, assim, queiramos ou não, nós aqui do Senado temos que fazer isso no Brasil inteiro, porque, nos cinco mil e poucos Municípios do Brasil, este assunto, diuturnamente, como disse antes, é debatido agora.

            Eu, da mesma forma, amanhã, começo uma programação na região serrana do meu Estado. Domingo à noite, estarei na região mais fria do Brasil, que é São Joaquim, Urupema, onde vão ser as nossas reuniões. Estarei em Lages, em Anita Garibaldi, em Bocaina, em Campo Belo, enfim, estarei nos Municípios da região serrana este fim de semana, como outros Senadores e Deputados.

            Discutiremos, nessas caminhadas, as questões que acontecem no dia-a-dia, ali na base, ali nos Municípios, não só na sede, mas nos distritos, nas vilas, nas comunidades, nos salões das igrejas, dos clubes ou em lugar menor, debaixo de uma árvore, às vezes, protegendo-nos do calor, ou em qualquer lugar, debatendo as questões da rua, do bairro, do meio rural, da agroindústria, da educação, da saúde, do crescimento, o que se faz, como se desenvolve, a questão do emprego, a questão do saneamento básico, tudo isso. Uma coisa bem eclética é debatida lá na célula-mater, na célula municipalista, onde as coisas acontecem na eleição agora dos Prefeitos e Vereadores.

            Eu sempre digo que os Vereadores, na verdade, são os verdadeiros Deputados Municipais não só porque, aos 20 anos, eu tive a honra de ser Vereador. Do meu longínquo Município de Modelo, no oeste catarinense, para chegar à Câmara Municipal, lá do interior, eu ia a cavalo - naquele tempo era assim -, para debater as questões que envolviam os moradores, que envolviam os lugares onde o Vereador muitas vezes é Juiz de Paz; o Vereador é o casamenteiro. Ele, às vezes, acerta, aconselha nas separações ou não; ele aconselha as famílias. Ele é o verdadeiro conselheiro em tudo que é sentido. Muitas vezes acontece também de o Prefeito ter que desempenhar esse papel.

            Então, ali no seu bairro, na sua rua, os moradores estão envolvidos.

            Neste momento, os Partidos políticos estão nessa preparação, nos programas para desenvolver os Municípios, nos programas para desenvolver as questões fundamentais, para ouvir as lideranças, as entidades organizadas, os sindicatos, as associações comerciais e industriais, os clubes de serviço, todos eles se envolvem em torno dos partidos que organizaram, que lançaram seus candidatos, que estão nas ruas propondo seus programas de Governo, discutindo as propostas de cada candidatura com a comunidade organizada. Este é o momento no Brasil inteiro.

            Queiramos ou não, isso começa agora, num aquecimento, eu diria, nessa ante-sala, num aquecimento para entrar num movimento maior, que começa agora, no dia 19, através do rádio e da televisão, aumentado cada mais vez mais o debate.

            No final de agosto, começo de setembro e daí em diante, será o assunto do dia. E, queiramos ou não, haverá sessões deliberativas e, nos fins de semana, vamos estar em nossos Estados. Vamos caminhar juntos, porque não há como ficarmos alheios a esse debate das grandes questões, para abastecer, inclusive a nós, para trazermos essas questões para um debate nacional, para sentirmos o que ocorre, colocando o ouvido no chão para conhecermos o clamor das ruas. E, para ouvirmos a idéia, o clamor das ruas, é preciso estar junto, ouvir o que o chão diz. Com isso, é possível trazer subsídios para um debate em nível nacional. Este é o momento. Queiramos ou não, é a grande fundamentação para alimentarmos o debate na Câmara dos Deputados, no Senado ou nas assembléias legislativas, pois os deputados estaduais do Brasil inteiro também estarão participando dessa verdadeira caminhada, porque o grande debate nacional ocorre nas células, nos Municípios, e envolvem todos os temas, das coisas mais ecléticas possíveis e imagináveis.

            É isto que se faz: é trazer a universidade; é trazer a faculdade; é trazer a escola técnica; é trazer o ensino médio ou aquele lugar que tem o transporte escolar que não funciona; é melhorar ou trazer um atendimento 24 horas para a saúde; é trazer um mini-hospital; é melhorar a cidadania no Município, ou seja, são os compromissos que os candidatos assumem com a comunidade. Esse é o debate verdadeiro que ocorre no Brasil inteiro.

            Então, Sr. Presidente e nobres colegas, ainda que em poucas palavras, eu não podia deixar de trazer ao Senado hoje o que passa na cabeça dos candidatos todos em cinco mil e poucos Municípios no Brasil, candidatos a vereador, candidatos a vice-prefeitos e a prefeitos de todos os partidos, que são os debates entre os partidos... E é bom que haja isso. Em alguns lugares há coligações, é feito um entendimento, um compromisso mútuo entre os partidos com programas comuns; fazem um entendimento e levam à sociedade para debater; são coligações de acordo com o que prevê a Justiça Eleitoral e, portanto, há esse debate.

            Em outros lugares são diferentes. Em outros lugares não têm coligações, porque entendem que as propostas são dessa forma ou são daquela. Mas é o grande debate: um fiscalizando o outro, a lei eleitoral aí presente, os partidos colocando os seus delegados para fiscalizar, a Justiça Eleitoral também vigiando. Enfim, é o grande debate que há agora para encontrar as saídas e a grande responsabilidade, também, no esclarecimento dos eleitores para escolherem os melhores candidatos.

            Nós do nosso Partido - eu, que pertenço ao PMDB e tenho a honra de ser o presidente de honra do meu Partido em Santa Catarina -, os outros partidos com seus compromissos, em vários lugares estamos coligados, como disse antes, com os mesmos pensamentos, mas em outros lugares, não, embora nos respeitando e, acima de tudo, levantando as questões em cada lugar, em cada região, com as suas peculiaridades melhores para sua região.

            Esse é o grande debate que eu tinha que trazer na tarde de hoje ao Senado, porque, queiramos ou não, não podemos fugir dele.

            Agradeço por ter-me permitido ultrapassar um pouco o tempo, Sr. Presidente, mas era o momento que eu tinha para trazer uma reflexão sobre o que ocorre de agora até as eleições. Queiramos ou não, é o grande debate nacional.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2008 - Página 30584