Discurso durante a 149ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem à Maçonaria Brasileira, pelo transcurso do Dia do Maçom, e ao Grande Oriente do Brasil, pela celebração da data de sua criação, no dia 17 de junho de 1822.

Autor
Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Maçonaria Brasileira, pelo transcurso do Dia do Maçom, e ao Grande Oriente do Brasil, pela celebração da data de sua criação, no dia 17 de junho de 1822.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2008 - Página 31169
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, MAÇONARIA, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, LOJA, BRASIL, ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, EXTENSÃO, SAUDAÇÃO, PAI, ORADOR, ESPECIFICAÇÃO, VALORIZAÇÃO, ETICA.

O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Quero agradecer ao Senador Cristovam Buarque. O Senador Mozarildo sabe que a intimação que me fez para estar presente hoje aqui foi recebida com muito carinho e com muito amor. E o Senador Cristovam Buarque, sabendo que eu tenho de presidir agora a CPI da Pedofilia para aprovar alguns requerimentos, teve a gentileza de ceder a sua vez, trocar de lugar comigo.

Senador Mozarildo Cavalcanti, eu queria saudá-lo como Presidente desta sessão, que conta algumas histórias sobre a Maçonaria do Brasil. Mais do que ninguém, V. Exª, como médico, tem sensibilidade para saber o que é importante no atendimento àqueles que mais precisam do apoio dos que podem ceder alguma coisa, a filosofia da Maçonaria. V. Exª, com seu trabalho, com sua formação profissional e com sua dedicação diária, mostra que conhece esse caminho. Não há um dia em que eu me sente ao seu lado e o senhor não fale da Maçonaria.

Eu queria saudar também o Grão-Mestre Geral da Maçonaria Brasileira Marcos José da Silva; o Grão-Mestre do Supremo Conselho da Ordem DeMolay Max Rodrigues; o Presidente da Confederação Maçônica do Brasil Héber Xavier; o Mestre Conselheiro Nacional da Ordem DeMolay Guilherme de Castro Couto Santos; o Grão-Mestre do Distrito Federal Jafé Torres; o nosso querido amigo Deputado Nelson Marchezzeli, que me deu um beijo ao chegar, o que agradeço imensamente - é que todos os maçons são irmãos, e o beijo, de origem árabe, é uma forma de saudar o amigo, é um sinal de respeito, carinho, amizade e amor.

O Senador Garibaldi Alves fez por bem marcar esta sessão a seu pedido, Senador Mozarildo Cavalcanti, e teve a honra de passar a Presidência a V. Exª.

Falaram muitos conhecedores profundos do tema, principalmente V. Exª, sobre a história da Maçonaria. Escrevi aqui algumas letras para tentar não ser repetitivo, mas, como disse o nosso Líder do PMDB, é difícil não ser repetitivo quando se fala no final, é quase impossível não repetir alguma coisa.

É com emoção que homenageio, neste dia 20 de agosto, o Dia do Maçom, a quem reverencio, agradecido, pelas contribuições dadas à sociedade por tão valorosos cidadãos. A Maçonaria é uma associação universal de homens livres e de bons costumes que cultivam a justiça social, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, sem abrir mão da fraternidade e do aperfeiçoamento intelectual. Essa Ordem Universal, formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por suas qualidades morais e intelectuais e que pautam suas vidas na construção de uma sociedade humana, alicerçada no amor a Deus, ao próximo, à família e à Pátria, tem a missão de “fazer amigos, aperfeiçoar suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus semelhantes como homens e irmãos”. Fundamentada nos princípios da Ordem, da Razão e da Justiça, a Maçonaria é exemplo para todas as gerações.

Maçom significa, em francês, “pedreiro”. Na língua inglesa, o significado é o de “construção”. Assim, os ensinamentos buscam reflexão profunda sobre os princípios filosóficos que sempre inquietaram a humanidade. Por possuir um conhecimento eclético, a Maçonaria busca, nas mais diversas vertentes, suas verdades e experiências, dando um caráter universal à sua doutrina.

Seu caráter secreto deveu-se às perseguições a que V. Exª, Líder, referiu-se aqui, à intolerância e à falta de liberdade demonstradas por regimes reinantes desde o século XVIII. Hoje, com os ventos democráticos, os maçons preferem manter-se dentro de uma discreta situação, espalhando-se por todos os países.

Neste dia 20 de agosto, homenageio a Maçonaria brasileira, assim como o Grande Oriente do Brasil, pela celebração da data de sua criação, 17 de junho de 1822.

Pediria a V. Exª, Sr. Presidente, e aos Srs. Maçons, permissão para chamá-los de “meus tios”, porque, como eu disse, todos os maçons são irmãos.

Tenho uma vida criada dentro de uma casa dirigida por um maçom. O meu querido pai foi maçon e alcançou o mais alto grau que a Maçonaria poderia oferecer. Era membro da loja Estrela da Síria em São Paulo e ajudou a fundar várias lojas maçônicas no Estado de São Paulo. Seu irmão mais velho, Tuma Miguel Tuma, foi Grão-Mestre da loja em São Paulo, foi presidente do Tribunal Maçônico.

Essa história nos envolveu durante toda a nossa vida. Por quê? Porque aqui o Álvaro fez uma referência à dignidade e ao respeito com que o maçom trata as coisas de interesse público quando designado para uma função pública. E o meu pai sempre nos ensinava isto, Senador Mozarildo: um maçom que não trata com correção e dignidade as coisas que, por obrigação, deve assim tratar não merece o respeito de outro irmão. Por isso, a própria Maçonaria o afasta, impedindo que ele continue a exercer qualquer atividade que possa macular, ainda que de longe, o nome da Maçonaria.

Então, aproveito este dia de hoje para homenagear o meu pai (Palmas).

Senador Mozarildo, lembro-me de que, quando jovem, com o primeiro salário que ganhei, fui a uma joalheria comprar um anel de rubi e pedi ao joalheiro que fizesse o compasso, que é o símbolo da Maçonaria. Meu pai usou esse anel com muito orgulho e o levou consigo para o outro mundo. A alegria dele ao ser presenteado com um anel que trazia o símbolo da Maçonaria demonstrou claramente o que era a alma e o coração de um maçom que sabia como agir com dignidade e harmonia dentro da família.

Que Deus ajude os maçons a continuar mostrando a segurança que mostram permanentemente diante de todos os fatos que se lhes apresentam ao longo da história do nosso País!

Que Deus abençoe V. Exª pela iniciativa de homenagear a Maçonaria e que abençoe também todos os que a compõem.

A bênção aos meus tios! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2008 - Página 31169