O SR. JOSÉ NERY (PSOL - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, que, ao lado do Senador Efraim Morais, são autores desta sessão especial, para homenagear a Maçonaria brasileira pelo transcurso do Dia do Maçom.

Sr. Grão-Mestre Geral da Maçonaria Brasileira, Marcos José da Silva; Grão-Mestre do Supremo Conselho da Ordem DeMolay, Max Rodrigues; Sr. Presidente da Confederação Maçônica do Brasil, Heber Xavier; Mestre Conselheiro Nacional da Ordem DeMolay, Guilherme de Castro Couto Santos; Grão-Mestre do Distrito Federal, Jafé Torres, Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados, Deputado Nelson Marchezzeli, representante da Câmara dos Deputados, ilustres convidados desta sessão especial, ocupo esta tribuna para prestar minha homenagem a uma das maiores, mais antigas e importantes sociedades fraternais que existem no mundo contemporâneo.

A Maçonaria, desde os seus primórdios, foi uma organização que surgiu entre os pedreiros, que, na língua francesa, se chamam maçons, e trabalhavam na construção das grandes catedrais, notadamente no período compreendido entre os século X e XVII, em várias cidades da Europa.

Dessa forma, não poderia ser outro o ideário da Maçonaria senão o de difundir a solidariedade, a fraternidade, a igualdade e a liberdade entre as pessoas, pois os operários fundadores dessa antiga sociedade fraternal sabiam o quanto esses valores eram fundamentais para erguer sua organização e difundir suas idéias, primeiro, nos principais países da Europa, e, depois, fazendo chegar sua doutrina às colônias e países do chamado Novo Mundo.

Quero destacar, no entanto, a grande contribuição da Maçonaria na história e no processo de desenvolvimento das idéias políticas no Brasil. Há registros importantes da presença dessa organização fraternal no primeiro grande movimento pela Independência do Brasil. Alguns revolucionários mineiros, inclusive o próprio Tiradentes, teriam pertencido à Maçonaria.

Ao realizar a presente sessão, o Senado Federal resgata um de seus papéis, que é o de realizar debates, sessões e homenagens a setores que ajudaram a edificar a cidadania e o sentimento de construção de nossa nacionalidade. O próprio Senado da República abrigou grandes líderes da Maçonaria, tendo em José Bonifácio de Andrada e Silva o primeiro Grão-Mestre no País, além do Senador Vergueiro, independentemente das divisões havidas entre essas correntes da Maçonaria nesse período da história de nosso País.

Sr. Presidente, senhoras e senhores homenageados, senhoras e senhores, este momento em que homenageamos a Maçonaria e, com isso, os princípios e diretrizes que orientam essa organização é ainda mais importante por conta do contexto sociopolítico e econômico em que vivemos na atualidade, seja em nosso País, seja em qualquer parte do Planeta, pois os valores e os princípios adotados pela Maçonaria são muito importantes para construirmos o que chamamos de uma sociedade de paz e justiça social; são importantes para afirmarmos e reafirmarmos valores culturais e históricos que nos ajudem a construir uma sociedade fundada nos princípios da harmonia e de uma cultura de paz.

Portanto, ao prestarmos esta homenagem, dirijo-me a todos os maçons do Brasil, em especial, aos maçons do meu Estado, o Pará, e a razão está aqui expressa: neste momento, está à mesa o Grão-Mestre Geral da Maçonaria Brasileira, cuja participação na organização tem origem no Estado do Pará.

No ano passado, tive a honra, a alegria e a satisfação de ser recebido na Loja Maçônica Esperança da Amazônia, de onde é originário o Grão-Mestre da Maçonaria Brasileira, o Sr. Marcos José da Silva.

Naquela oportunidade, fui convidado para falar sobre a internacionalização da Amazônia. E, ali, os maçons e os dirigentes me diziam que esse tema, tratado nacionalmente nas diversas lojas maçônicas do Brasil como um programa de discussão, de estudo e de aprofundamento, é uma das grandes questões nacionais, mas que não tem recebido a atenção merecida, dada a grandiosidade do nosso território, da nossa sócio-biodiversidade, dos valores e riquezas, das culturas dos povos que habitam a Amazônia brasileira.

Tenho de fazer o registro da luta daqueles que pensam que o desenvolvimento nacional não será completo se não considerarmos a contribuição que a Amazônia pode e deve continuar oferecendo ao Brasil.

Por isso, quando a Amazônia é destinatária da cobiça, da exploração predatória dos nossos recursos naturais, da violação dos direitos das pessoas de diversas etnias, dos povos das florestas, dos índios, dos agricultores, dos homens e mulheres de bem que, naquela região, são quase 25 milhões, a ganância de uns poucos e a exploração de uns poucos acabam por não conferir e garantir à Amazônia o lugar que ela merece no desenvolvimento nacional.

A Maçonaria brasileira, preocupada com essa dimensão, propôs e realizou debates, seminários e encontros para tratar desse importante tema, e, com certeza, assim, ajudar cada maçom em sua atividade profissional, no lugar onde trabalha, no lugar onde exerce a sua cidadania, inclusive garantindo às futuras gerações, representadas pela juventude da Maçonaria, a continuidade desses valores e essa visão ampla, de tal forma que possamos conceber a construção de um Brasil mais justo, mais correto, mais desenvolvido.

A Maçonaria merece, aqui, a nossa saudação especial por ter incluído essa temática entre as suas ações e as suas preocupações.

Tive, Grão-Mestre Marcos José, a honra de ser debatedor desse tema, a convite da Loja Maçônica Esperança da Amazônia, onde se originou a sua intensa, dinâmica e brilhante atuação, e a felicidade de ter compartilhado com seus irmãos, nossos irmãos maçons, Senador Mozarildo, essa experiência que, com certeza, tem um valor extraordinário para a construção do Brasil dos nossos sonhos.

Sr. Presidente, também gostaria de fazer referência ao convite que recebi da Loja Maçônica Aurora, para participar das comemorações do aniversário da Loja Grande Oriente do Estado do Pará, a realizar-se amanhã, em Belém, Capital do nosso Estado.

Ao homenagear os maçons brasileiros, saúdo, especialmente, a todos que, no Estado do Pará, nos mais longínquos rincões, nos Municípios mais distantes, construíram e organizaram a experiência de fazer multiplicar valores, sentimentos e compromisso na construção de um País mais justo para todos.

Na atualidade, Sr. Presidente, assistimos ao engajamento da Maçonaria em outros importantes movimentos em prol da cidadania e do aperfeiçoamento da democracia em nosso País. Trata-se da constante atuação em defesa da democracia e dos direitos dos cidadãos, principalmente o das crianças e dos jovens, por meio de campanhas nacionais, lideradas pelas Lojas Maçônicas de todo o País, a exemplo do Grande Oriente do Brasil, cuja bela e imponente sede encontra-se localizada na Asa Sul, na Capital da República.

Sr. Presidente, faço esta saudação em nome do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade - a todos os maçons brasileiros.

Muito obrigado. (Palmas.)