Discurso durante a 154ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do recebimento Relatório Anual de Atividades de Atenção Integral à Saúde Indígena/2007 e cumprimentos ao Ministério da Saúde e à Funasa pelo sucesso que vêm obtendo nos esforços em favor da melhoria das condições de saúde e de vida das populações indígenas brasileiras.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDIGENISTA. SAUDE.:
  • Registro do recebimento Relatório Anual de Atividades de Atenção Integral à Saúde Indígena/2007 e cumprimentos ao Ministério da Saúde e à Funasa pelo sucesso que vêm obtendo nos esforços em favor da melhoria das condições de saúde e de vida das populações indígenas brasileiras.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/2008 - Página 34995
Assunto
Outros > POLITICA INDIGENISTA. SAUDE.
Indexação
  • COMENTARIO, GESTÃO, ORADOR, DIRETOR, FUNDAÇÃO NACIONAL DO INDIO (FUNAI), PERIODO, GOVERNO, JOSE SARNEY, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUTA, PROMOÇÃO, MELHORIA, ASSISTENCIA MEDICA, INDIO, BUSCA, ARTICULAÇÃO, DIVERSIDADE, ORGÃO PUBLICO, GRAVIDADE, ANTERIORIDADE, SITUAÇÃO, ELOGIO, ATUALIDADE, TRABALHO, PARCERIA, FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE, CONSOLIDAÇÃO, POLITICA NACIONAL DE SAUDE, COMUNIDADE INDIGENA.
  • REGISTRO, RECEBIMENTO, RELATORIO, BALANÇO ANUAL, PRESTAÇÃO DE CONTAS, FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE, ASSISTENCIA MEDICA, INDIO, COMENTARIO, GRADUAÇÃO, MELHORIA, SAUDE, QUALIDADE DE VIDA, GRUPO ETNICO, IMPORTANCIA, MEDICINA PREVENTIVA, APRESENTAÇÃO, DADOS, REDUÇÃO, MORTALIDADE INFANTIL, AUMENTO, IMUNIZAÇÃO, CONTROLE, DOENÇA TRANSMISSIVEL, PREVISÃO, AMPLIAÇÃO, VACINAÇÃO, MELHORAMENTO, SITUAÇÃO, ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO, EFEITO, DISTRIBUIÇÃO, ALIMENTOS.
  • ELOGIO, REORGANIZAÇÃO, SISTEMA DE INFORMAÇÃO, UNIFICAÇÃO, LEVANTAMENTO DE DADOS, INDIO, VIABILIDADE, AVALIAÇÃO, SITUAÇÃO, SAUDE, COMUNIDADE INDIGENA, COMENTARIO, BENEFICIO, SETOR, SAUDAÇÃO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAUDE, QUALIDADE, ATUAÇÃO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma das questões que enfrentei e defendi de forma bastante enfática durante o período em que o Presidente José Sarney honrou-me com a direção da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi aquela relativa à saúde indígena. Desde sempre ponto de honra para todos os que se dedicaram à causa dos índios brasileiros e à preservação das diversas etnias, um conjunto de fatores tradicionalmente de difícil controle conspirou para fragilizar e debilitar o bem-estar das diversas comunidades indígenas.

Assim, nos anos em que presidi a Funai -- e lá se vão duas décadas --, sempre orientei minha assessoria imediata e os diversos órgãos da Fundação a adotarem ações concertadas a fim de que conseguíssemos minorar, ou mesmo estancar, os gravíssimos problemas de saúde que atingiam os índios. Além disso, busquei ampliar e intensificar a articulação com os órgãos próprios do Governo para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas eficazes. Naquele período, lutávamos contra várias precariedades estruturais, como o fato de a própria Funai responder pela saúde dessas populações. Recordando aqueles anos, creio que recolhemos muitos êxitos, embora por vezes limitados, em nossa missão primordial: manter vivas e saudáveis as diversas etnias que compõem o nosso formidável mosaico humano indígena.

Faço essa breve digressão para destacar o trabalho que, na atualidade, vem sendo desenvolvido pelo Ministério da Saúde, por intermédio do Departamento de Saúde Indígena, órgão da Funasa, Fundação Nacional de Saúde, que tem como encargo a operacionalização e a consolidação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas no Subsistema de Saúde Indígena do SUS.

O documento intitulado Relatório Anual de Atividades de Atenção Integral à Saúde Indígena -- 2007, que tive o prazer de receber na segunda quinzena de junho último, é um esforço legítimo e oportuno de realizar uma prestação de contas à sociedade sobre os trabalhos da Funasa voltados para as comunidades indígenas brasileiras. Em 10 capítulos, são abordadas as diversas facetas dos cuidados profissionais dedicados aos indígenas.

Saúde da mulher e da criança, vigilância alimentar e nutricional, imunização, saúde bucal, vigilância e controle da tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, vigilância e controle da malária, vigilância ambiental e saúde mental formam o conjunto de preocupações com a higidez das populações indígenas. Cuida também o documento de destacar pontos de relevo do Siasi -- Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena. Todos esses dados recolhidos criteriosamente explicitam a ação integrada e integral desenvolvida pela Funasa.

Como se pode constatar pela leitura do documento, muitos avanços vêm sendo paulatinamente registrados, com melhoras significativas na saúde e na qualidade de vida das populações indígenas brasileiras. Tudo isso confirma, quando se trata de saúde, a convicção antiga de que a ação preventiva e integrada é muitas vezes superior e inequivocamente mais eficaz que a ação isolada.

Quero destacar, Sr. Presidente, apenas alguns números que demonstram o importante trabalho que a Funasa, por meio do Departamento de Saúde Indígena, tem feito em prol das populações indígenas. No que se refere à mortalidade infantil, por exemplo, percebe-se uma clara tendência de recuo. Em 2000, a mortalidade alcançava um coeficiente de 74,61 mortes por mil índios nascidos vivos; seis anos mais tarde, esse coeficiente recuou para 48,57. É verdade que ainda estamos longe do coeficiente de mortalidade infantil geral do Brasil, que em 2006 era de 21.2, e ainda alto. Contudo, inegavelmente, houve um decréscimo apreciável que ainda precisa ser bastante reduzido.

Outro item da atenção integral à saúde indígena que merece ser sublinhado refere-se à imunização. Como observado no Relatório, as doenças imunopreveníveis constituem o grupo de doenças transmissíveis cujas estratégias de controle, eliminação e erradicação têm sido bem-sucedidas. E isso, mesmo em contextos caracterizados pelas especificidades socioeconômicas e ambientais ou pela diversidade cultural verificadas nas populações indígenas. A proposta para os próximos anos é ampliar as coberturas vacinais, disseminando ainda mais a prevenção.

Por seu turno, o SISVAN -- Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - vem apresentando consistentes avanços, com o diagnóstico e o acompanhamento da situação alimentar e nutricional dos povos indígenas e de seus fatores determinantes. No ano passado, foi registrada uma média mensal de 24.449 crianças acompanhadas, na faixa etária de 0 a 59 meses. Com o propósito de melhorar a nutrição das crianças indígenas, o Sisvan constatou a necessidade de implementar e reforçar outras estratégias. Assim, foram propostos o incremento na distribuição de cestas de alimentos e a suplementação de ferro e ácido fólico, bem como a suplementação de megadoses de vitamina A, em crianças de 6 a 59 meses de idade.

Por fim, quero mencionar o SIASI -- Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena -, que, atualmente, encontra-se em processo de revisão e reorientação de estratégias. Desde o ano 2000, o Siasi vem sendo alimentado com o cadastramento nominal dos indígenas, permitindo-lhe que, no ano passado, por exemplo, já contasse com 448.441 indígenas cadastrados em suas bases de dados. Com o sistema único de informação é possível avaliar agravos e riscos nos cuidados da saúde indígena no Brasil. Esse é um avanço extraordinário, que merece ser estimulado e saudado.

Concluindo, Sr. Presidente, quero cumprimentar o Ministério da Saúde e a Funasa pelo sucesso que vêm obtendo nos esforços em favor da melhoria das condições de saúde e de vida das populações indígenas brasileiras.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/2008 - Página 34995