O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de Manaus, no meu Estado, e de Baturité, no Ceará, destaco duas cartas que recebi. Ambas de pessoas simples. As duas, mais do que cartas, são lamentos de uma população desassistida. De aposentados. São cartas tristes e deixam à mostra o contrário do que tanto se apregoa no País, pelo Governo Federal e pelo Governo do Amazonas.

Nas duas cartas, a mesma súplica, quase uma oração! Os aposentados, neste País, estão jogados ao esquecimento. Seus proventos já não são suficientes e, como li nas duas cartas, ou eles compram comida ou compram remédios.

Recentemente no lamento que recebi de Baturité, um aposentado de 76 anos estranha que, depois de uma vida inteira de trabalho e de contribuições para a Previdência, recebe R$732,00. “E quem nada pagou, recebe R$415,00, de um desses programas assistenciais do Governo.”

Esse humilde brasileiro do Ceará pede a ajuda do Legislativo, para minorar sua triste situação de aposentado com salário de fome.

Daqui desta tribuna - e pela TV Senado ou pela Rádio Senado - podemos afirmar que o Congresso Nacional tenta proteger essa tão desprotegida parcela de brasileiros. Não faz muito tempo, aprovamos duas proposições do Senador Paulo Paim, que, sem dúvida, se não resolvem, ao menos melhoram os ganhos dos aposentados brasileiros. O Governo, no entanto, não apoiou a idéia e os projetos, que estão na Câmara, podem ser aprovados também ali. Nas Comissões técnicas, o projeto foi acolhido.

Restará, depois, a sanção pelo Presidente da República. Pelas informações que chegam ao Congresso, os Projetos não seriam bem vistos pelo Palácio do Planalto.

De Baturité para Manaus, o mesmo e triste cenário. Os aposentados do Amazonas, como os de qualquer outro ponto do País, enfrentam problemas assemelhados, sem saber se compram comida ou remédio.

O aposentado amazonense que me escreveu lembra, com razão, que tudo aumenta: água, luz, condomínio, gás e principalmente remédios e alimentos.

Aspas para a súplica desse aposentado de Manaus: “Ninguém está agüentando mais: tudo encarece e os salários estão sem aumento há muito tempo!”

No Amazonas, denuncia o aposentado, “o Governador Eduardo Braga nem de longe se importa com o problema dos servidores. Vive esbanjando dinheiro público e enriquecendo cada vez mais.”

Mais aspas para o aposentado de Manaus:

O Governador enriquece comprando de empresa de sua propriedade veículos para o Estado. E não apenas veículos; também motocicletas para a Polícia Militar.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.