O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer uma questão de ordem em cima da matéria que a Rede Globo exibiu na noite de ontem, 5 de agosto, no programa Profissão: Repórter, comandado pelo jornalista Caco Barcellos, mostrou aos telespectadores de todo o Brasil um retrato da crise da saúde pública no meu Estado do Pará, especialmente da crise em que mergulhou a Santa Casa de Misericórdia neste ano de 2008.

            A reportagem, Sr. Presidente, ressaltou que a taxa de mortalidade na UTI Neonatal da Santa Casa de Misericórdia chegou a 57%, sendo que o aceitável é apenas de 10%.

            Também foi destacada na matéria a trágica morte de cerca de 280 recém-nascidos - repito, Sr. Presidente: 280 recém-nascidos! - e o registro de onze corpos de bebês encontrados em um freezer comum - repito, Sr. Presidente: onze corpos de bebês encontrados em um freezer comum! -, embrulhados em papéis, com identificação apenas por pequenos bilhetes manuscritos à caneta, sem indicação da causa mortis.

            Sr. Presidente, amanhã falarei sobre o tema, que, com certeza, é uma tragédia para o povo do Estado do Pará, um sentimento de angústia, de pena por que passa o povo do meu Estado. Pena daquelas famílias, Sr. Presidente, que tiveram os seus sofrimentos, que passaram por essa angústia, que passaram pela perda de seus filhos - e a perda de um filho é a maior dor que um ser humano pode sentir, Sr. Presidente!

            Amanhã, darei maiores detalhes do que aconteceu. A sociedade brasileira já tem conhecimento do fato, mas são detalhes sobre os quais a sociedade brasileira ainda não tem conhecimento.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.