Discurso durante a 163ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro das ações do governo do Distrito Federal em transporte e cultura.

Autor
Adelmir Santana (DEM - Democratas/DF)
Nome completo: Adelmir Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF). POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA CULTURAL.:
  • Registro das ações do governo do Distrito Federal em transporte e cultura.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2008 - Página 36814
Assunto
Outros > GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF). POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • REGISTRO, ACOMPANHAMENTO, ORADOR, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), SECRETARIO DE GOVERNO, TRANSPORTE, SOLENIDADE, ENTREGA, FROTA, ONIBUS, ELOGIO, ATUAÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), CESSAÇÃO, ILEGALIDADE, TRANSPORTE COLETIVO, RENOVAÇÃO, REDUÇÃO, MEDIA, UTILIZAÇÃO, VEICULO AUTOMOTOR, TRANSPORTE COLETIVO URBANO, SUPERIORIDADE, IMPORTANCIA, FACILITAÇÃO, ACESSO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.
  • ELOGIO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO (SESC), PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO CULTURAL, POPULAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF), INCENTIVO, ACESSO, PEÇA TEATRAL, OBRA MUSICAL, PARCERIA, PROGRAMA, ASSISTENCIA SOCIAL, ALIMENTAÇÃO, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, DIVERSIDADE, ESPETACULO, REGISTRO, AUMENTO, INVESTIMENTO, SETOR, DEFESA, POLITICA CULTURAL, BENEFICIO, NATUREZA SOCIAL, REDUÇÃO, CRIME, VIOLENCIA, JUVENTUDE.

            O SR. ADELMIR SANTANA (DEM - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado e senhores ouvintes da Rádio Senado, venho à tribuna para fazer dois registros.

            O primeiro deles diz respeito a algo que aconteceu esta manhã, quando tive oportunidade de acompanhar o Sr. Governador José Roberto Arruda e o Secretário de Transportes, Deputado Alberto Fraga, a um evento da maior importância para o Distrito Federal: a colocação em circulação de mais 32 ônibus novos e 30 microônibus, também novos, na frota do transporte coletivo do Distrito Federal.

            Em janeiro de 2007, quando o Governador José Roberto Arruda assumiu o governo, a média de idade dos veículos de transporte coletivo no Distrito Federal era de doze anos. Não é preciso dizer que eram veículos velhos, estragados, em péssimas condições de uso. Por isso mesmo, a cidade era preenchida, nos transportes coletivos, pelas famosas vans ou transporte pirata.

            Um governo corajoso, decidido, não se preocupou em tomar medidas impopulares e conseguiu, neste ano e pouco de funcionamento, fazer uma mudança radical na área de transportes coletivos, retirando todo o transporte pirata que circulava em Brasília.

            É bom que se diga que Brasília é a única grande capital do País que conseguiu, até agora, solucionar definitivamente essa questão do transporte pirata. Em Brasília, não funciona mais esse transporte pirata. Trata-se de uma medida impopular, que criou muitas dificuldades, muitas ameaças, mas que condiz com um governo da legalidade, de medidas que são legais, em que a concessão de linhas é baseada em licitações.

            Por tudo isso, era importante fazer o registro desse fato ocorrido esta manhã.

            A média de anos de uso dos quase três mil veículos que circulam no Distrito Federal, que, em janeiro de 2007, era de doze anos, com a entrada de mais de mil veículos novos, caiu significativamente, e hoje é de onze anos - era de doze anos, mas entraram mil ônibus, caiu significativamente a média de uso desses veículos.

            De acordo com o que foi revelado nesta manhã, essa é uma tendência de substituição que continuará. Já existe a previsão de 650 novos ônibus, que substituirão os mais antigos, o que significa, portanto, que vamos alcançar uma média de uso bem próxima do desejável e não manter uma frota velha, carcomida e cheia de defeitos.

            Um destaque que chamou a atenção, Sr. Presidente, é que a maioria desses ônibus que foram colocados hoje em circulação são dotados de elevadores, escadas especiais, o que facilitará a acessibilidade universal. Isto é, às pessoas que têm alguma dificuldade física, está assegurado o uso do transporte coletivo, com poltronas estofadas, vidro fumê, programação visual, eletrônica, frontal e lateral, enfim, uma mudança radical nos transportes coletivos.

            Ao fazer este registro, parabenizo o Sr. Governador José Roberto Arruda, do nosso partido, o Democratas, e o Secretário Alberto Fraga, que dotam a cidade desse meio de transporte extremamente moderno e que melhora a qualidade de vida dos cidadãos que usam o transporte coletivo.

            Um outro registro que queria fazer, Sr. Presidente, diz respeito à questão cultural em nossa cidade, à inclusão da sociedade nas questões culturais de Brasília.

            Em apenas 48 anos de vida - estamos próximos dos cinqüenta anos -, Brasília tornou-se uma usina cultural. Com sua característica peculiar de reunir pessoas que vieram do norte ao sul do Brasil, a Capital da República é um verdadeiro caldeirão de cultura. Uma mistura que, apesar de curiosa, tem sido muito enriquecedora.

            No último sábado, presenciei uma noite memorável. Mais de 25 mil pessoas, segundo dados da Polícia Militar, foram à Esplanada dos Ministérios para assistir a um espetáculo que, até então, era quase inacessível ao grande público: a montagem da ópera de Mozart A Flauta Mágica.

            Nem a chuva que caiu no final do último ato espantou o público presente. Uma demonstração clara de como a cultura acrescenta valor à vida das pessoas. É fundamental que governos e estados reconheçam essa importância.

            No final do mês de julho, também tive oportunidade de estar presente ao festival Porão do Rock, que foi realizado no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, aqui em Brasília. Em dois dias, o evento reuniu mais de 35 mil pessoas e teve, ainda, um caráter social, com a cobrança de um quilo de alimento não-perecível, como complementação do valor do ingresso, de todas as pessoas que queriam participar do festival.

            Em duas noites, foram arrecadadas 150 toneladas de alimentos, alimentos esses que foram doados a um projeto chamado Mesa Brasil Sesc, um programa permanente de combate à fome e ao desperdício de alimentos, de caráter nacional, lançado pela Confederação Nacional do Comércio, pelo Sesc nacional, pelo nosso presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, e que atende, só aqui no Distrito Federal, mais de 150 instituições assistenciais por meio da doação de alimentos.

            Nessa minha programação cultural que eu relato aos senhores e ao Sr. Presidente, eu também tive o prazer de participar, no mês de agosto, de outro grande programa, um programa espetacular. Dessa vez, foi na Ceilândia, Sr. Presidente, uma cidade-satélite do Distrito Federal, onde aconteceu o Maior São João do Cerrado, uma festa realizada pelo Ministério da Cultura em parceria com o GDF e diversas instituições.

            Tenho orgulho de dizer que ajudei a viabilizar a realização da festa, apresentando uma emenda individual ao Orçamento da União de 2008. O Maior São João do Cerrado reuniu cerca de 400 mil pessoas até o último dia do evento e tem tudo para se transformar em uma das mais tradicionais festas do Distrito Federal.

            Ao participar de eventos tão distintos nesse curto espaço de tempo e ver o brilho e a alegria nos olhos do público, pude mais uma vez acompanhar de perto como a cultura, nas suas mais diversas manifestações artísticas, é capaz de transformar a vida das pessoas.

            Estou certo de que a preservação da diversidade cultura e a superação das desigualdades socioeconômicas são um dos maiores desafios que a sociedade brasileira enfrenta neste século XXI. A inclusão social se faz por meio da cultura, da educação e do esporte. Fico feliz em constatar que Brasília tem feito a lição de casa ao democratizar o acesso à cultura.

            O investimento do Governo do Distrito Federal em cultura aumentou de forma significativa. Do início de 2007 ao início de 2008, o GDF tem promovido eventos culturais quase diariamente no Plano Piloto e nas regiões administrativas, que são as nossas cidades-satélites, incluindo música, teatro, arte, literatura, dança e tantas outras formas de manifestação cultural.

            O aumento no investimento na área cultural mostra o comprometimento do Governador José Roberto Arruda no que se refere ao conceito de gastar bem, investir no futuro e garantir um saldo positivo na cultura, como fonte de cidadania.

            Em 2007, foram investidos R$32 milhões na área da cultura. Em 2008, até o mês de agosto, já foram investidos R$20 milhões, e a projeção da Secretaria de Cultura do GDF para o final do ano é de R$35 milhões de investimentos só na área cultural.

            Felizmente, a cidade tem respirado cultura, Sr. Presidente.

            Eu, como Presidente do Sesc aqui no Distrito Federal, uma instituição reconhecida em todo o País por suas iniciativas de apoio e promoção da cultura, temos como prioridade incentivar e facilitar o acesso à cultura no Distrito Federal, ressaltando o caráter social dessas ações.

            Os palcos do Sesc são importantes espaços de criação para os artistas e agentes culturais, tanto no Distrito Federal quanto de outras localidades do Brasil - isso ocorre em todos os Estados brasileiros - e até, em alguns casos, em outros países. E, assim, a instituição passou também a ser formadora de platéia e de público, e platéias de público que gostam e merecem ter acesso à cultura.

            Tenho orgulho em afirmar que o Sesc do Distrito Federal é, hoje, referência cultural na nossa cidade, com espaços e parcerias consolidadas, não apenas aqui no Plano Piloto como também em outras regiões administrativas como Taguatinga, Ceilândia e outras, com pouca ou nenhuma ação cultural.

            Temos o Teatro Newton Rossi, no Sesc da Ceilândia, que é hoje um dos maiores exemplos do pioneirismo e compromisso sociocultural da instituição Sesc. Com capacidade para aproximadamente 500 pessoas, é o único grande espaço da região equipado com o que há de mais moderno em aparato tecnológico e conforto para o público.

            Esse equipamento na Ceilândia aumentou a auto-estima daquela população e tem proporcionado a pessoas que, muitas vezes, nunca tiveram acesso a uma sala de teatro, a possibilidade de assistir a peças teatrais; e percebemos o afã, o desejo da informação, o desejo de estar focado nas questões culturais. Isso é o que chamamos, Sr. Presidente, do processo de formação de platéias, do qual temos muito orgulho. A Ceilândia tem proporcionado um retorno que demonstra claramente que estávamos certos quando levamos para aquela localidade a possibilidade de a população ter acesso a essas manifestações culturais.

            Diversos shows têm sido realizados nesse espaço, com artistas de ponta da nossa música popular brasileira, como Guilherme Arantes, Paulo Moska e Flávio Venturini; shows que os moradores da Ceilândia nunca teriam a oportunidade de ver em sua cidade, num ambiente tão acolhedor.

            Em agosto, será a vez da cantora Leila Pinheiro se apresentar; e, em setembro, os moradores de Ceilândia serão presenteados com a apresentação do cantor e compositor João Bosco.

            Quem vai a esses shows paga apenas R$1 e leva normalmente um quilo de alimento não perecível para ser doado a essas instituições assistenciais a que fiz referência, do Projeto Mesa Brasil Sesc. É, mais uma vez, o casamento da cultura com a questão social.

            O Sesc Ceilândia também vai participar da I Bienal Internacional da Poesia, que será realizada em Brasília no início de setembro. Lá, faremos um encontro inédito entre cantores repentistas do meu querido Nordeste e os meninos cantadores de rap e de hip-hop.

            Tudo isso, Sr. Presidente, é inclusão social, e é nesse processo que estamos envolvidos na nossa Capital.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais do que encantar e emocionar as pessoas, as ações culturais têm servido de base para a inclusão de verdadeiras legiões de jovens que, por questões econômicas e sociais, estavam correndo o risco de cair no descaminho da violência urbana. Quantos jovens são retirados do tráfico graças a uma oficina de teatro, de dança, de cinema, uma banda de música, enfim, ao participarem de uma ação de arte e cultura?

            Dentro da sua política de inclusão social, o Sesc vai dar início, nos próximos dias, ao projeto Cine Periferia Criativa, realizado em parceria com a Central Única das Favelas do Distrito Federal (Cufa). O objetivo é democratizar o acesso à produção cinematográfica e incentivar a participação em produções locais.

            A cada quinze dias, até o mês de outubro, também serão exibidos nas unidades do Sesc filmes nacionais e estrangeiros para adultos e crianças, sendo o público-alvo as comunidades em situação de vulnerabilidade social.

            Com ações afirmativas contínuas e inclusivas no mundo cultural, o Sesc se firma como instituição plural e dinâmica, na certeza de que está cumprindo a sua missão mais importante, que é a de servir a milhões de brasileiros.

            Claro que não queremos nem desejamos que o Sesc ocupe o espaço que é reservado à ação governamental, por meio da Secretaria de Cultura. Isso é apenas uma questão complementar, porque esta cidade pulsa cultura e deseja uma participação cada vez maior.

            A nossa Secretaria de Cultura, como eu disse no início do discurso, tem aumentado sensivelmente a sua ação nos movimentos culturais em todas as regiões administrativas.

            O Governador José Roberto Arruda tem tido a perspicácia e a sabedoria de entender a importância disso, dotando essa Secretaria de maior volume de recursos - que, em 2008, são superiores a 2007 em mais de 50% - para que cidades como Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho e Taguatinga tenham a participação da sua população nesses movimentos.

            Ainda este ano, ocorreram ações coletivas de arte cultural em praticamente todas as cidades. A dança foi uma inclusão também itinerante em praticamente todas as demais cidades-satélites.

            Há uma conscientização na forma de ações temáticas, formando, dando palestras e oficinas no Dia da Consciência Negra, Dia do Adolescente, Dia Mundial de Luta contra a Aids, Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, Encontro Cultural da Cultura Hip-Hop, Encontro dos Povos da Floresta, apenas para citar algumas ações que estão sendo desenvolvidas na área da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.

            Isso tudo é muito pouco. Mesmo com todas essas ações a que fiz referência aqui, do Sesc e da Secretaria de Cultura, é importante que estejamos focados nessa fome da população de Brasília, a fome pela cultura, pela vontade de mostrar suas manifestações, das mais simples, que ocorrem em todas as cidades-satélites do Distrito Federal.

            Louvo, portanto, a visão do nosso Governador e a ação do Sesc, que se complementam em dotar o Distrito Federal de ações na área cultural.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2008 - Página 36814