Discurso durante a 173ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelos 40 anos da revista Veja. Registro do artigo do advogado Luciano Saldanha Coelho, intitulado "O Estado Policial".

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelos 40 anos da revista Veja. Registro do artigo do advogado Luciano Saldanha Coelho, intitulado "O Estado Policial".
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2008 - Página 37828
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CRIAÇÃO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA, BRASIL, QUALIDADE, JORNALISMO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, INFORMAÇÃO, REGISTRO, HISTORIA, DADOS, EDITORA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, AUTORIA, ADVOGADO, FRUSTRAÇÃO, DESRESPEITO, ESTADO DEMOCRATICO, BRASIL.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, RENAN CALHEIROS, SENADOR.

O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ano de 1968 ficou marcado, para toda uma geração de brasileiros e para milhões de pessoas em todo o mundo, como um divisor de águas. Naquele ambiente conturbado, que marcaria o início de grandes transformações, sucediam-se as revoltas estudantis, as reivindicações pela igualdade dos direitos civis, os protestos contra o regime militar.

Foi também naquele ano de 1968 que surgiu a revista Veja, que se propunha a oferecer ao leitor brasileiro uma nova opção de informação, com aprofundamento do conteúdo e com análise crítica dos fatos. Essa é uma revista, Sr. Presidente, que, não obstante sua qualidade e seus propósitos elevados, logrou muitas dificuldades até afirmar-se e tornar-se o que é hoje: uma campeã de vendas, com mais de um milhão de assinantes, com cerca de cinco milhões de leitores e com uma extensa folha de inestimáveis serviços prestados à Nação.

A história dessa revista, que agora celebra 40 anos de circulação, tem todos os ingredientes de uma grande epopéia. Nessas quatro décadas, Veja tem marcado presença com brilhantismo na imprensa brasileira, mas, para analisarmos sua origem, precisamos retroceder mais alguns anos, precisamos voltar ao ano de 1950, quando o saudoso Victor Civita fundou o Grupo Abril, um poderoso grupo de comunicação que emprega mais de sete mil pessoas e que é integrado pela Editora Abril; pelas editoras de livros escolares Ática e Scipione; pela TVA, que opera a TV por assinatura e Internet em banda larga; pela Abril Digital e pela MTV.

O Grupo Abril está presente, Srªs e Srs. Senadores, em praticamente todos os lares brasileiros, por meio de suas publicações, de suas operações na Internet e de seus programas televisivos. A Editora Abril, que, entre outras publicações, produz a revista Veja, é líder em todos os segmentos em que atua. É responsável por sete das dez revistas mais lidas do País, e suas publicações, somadas, alcançam a espantosa cifra de 3,7 milhões de assinaturas e de 22 milhões de leitores. A Abril é também líder no segmento dos livros escolares: em 2006, as editoras Ática e Scipione, que detêm 30% do mercado, publicaram mais de 30 milhões de livros destinados aos estudantes.

O grupo foi pioneiro no setor de TV por assinatura, com o lançamento da TVA, em 1991, e também opera a MTV, a primeira TV segmentada do País, com cobertura em 18 milhões de lares. Não se pode esquecer, além disso, de que a Fundação Victor Civita, criada em 1985, representa uma notável contribuição do grupo para o aprimoramento da educação básica. A revista Nova Escola, com tiragem de 560 mil exemplares por mês, chega a 200 mil escolas públicas e particulares de todo o Brasil, alcançando nada menos que 1,5 milhão de professores e mais de 25 milhões de alunos. Entre outras ações, a Fundação Victor Civita ainda mantém o programa Reflorestamento da Mata Atlântica; o Projeto Mãos à Obra, de apoio ao voluntariado; o Projeto TV na Escola e a Campanha de Desarmamento Infantil.

Todo esse império de comunicação surgiu do descortino de Victor Civita, um visionário que, nas palavras do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, via oportunidades onde outros viam crises; e a Revista Veja, cartão postal desse império, nasceu do sonho e da persistência de Roberto Civita, que pretendia oferecer ao leitor um jornalismo de qualidade, que contribuísse para sua compreensão e interpretação dos fatos num mundo em permanente transformação.

O sucesso de Veja leva a imaginar que sua trajetória não ofereceu percalços. Veja teve dificuldades com a censura do regime militar, que freqüentemente proibia a divulgação de informações contrárias aos seus interesses, chegando a apreender edições da revista. Recentemente, no seminário que a Editora Abril promoveu para debater grandes temas nacionais, em comemoração aos 40 anos da revista Veja, Roberto Civita lembrou esses fatos, ressalvando: “A angústia e aflição da primeira década da revista serviram para reforçar as nossas convicções democráticas e aumentar a capacidade de enfrentar a raiva de governantes contrariados”.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, seria uma tarefa gigantesca enumerar as grandes e históricas reportagens da revista Veja nessas quatro décadas, bem assim suas contribuições para o aprimoramento da democracia e para a conscientização popular, assuntos que, paulatinamente, dadas as circunstâncias, cedem espaço atualmente para temas como comportamento e qualidade de vida.

Infelizmente, Sr. Presidente, não tive oportunidade de participar em São Paulo das comemorações dos 40 anos da revista Veja. Aproveito, pois, esta sessão de hoje do Senado para cumprimentar o Presidente da Editora Abril, Roberto Civita, os jornalistas e todos os funcionários que produzem a revista, pelo seu quadragésimo aniversário, bem como para me congratular com os milhões de leitores brasileiros que já fizeram dessa publicação uma fonte habitual de informação e de cultura.

Sr. Presidente, eu gostaria também, nesta oportunidade, de transcrever nos Anais do Senado o excelente artigo “O Estado Policial”, escrito pelo jovem e competente advogado Luciano Saldanha Coelho, que reflete amplamente o sentimento da sociedade brasileira em relação aos atos de desrespeito aos princípios básicos do Estado Democrático que têm ocorrido recentemente no Brasil.

Cumprimento o advogado Luciano Saldanha Coelho pelo brilhantismo de seu artigo, que encaminho a V. Exª, para que seja inserido nos Anais do Senado.

Para finalizar, Sr. Presidente, quero também cumprimentar o Senador Renan Calheiros por mais este aniversário, desejando-lhe muito sucesso e muitas felicidades em sua vida pública.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR FRANCISCO DORNELLES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

- “O Estado Policial”, de Luciano Saldanha Coelho.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2008 - Página 37828