O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a profissão de administrador, no Brasil, é relativamente nova e só foi regulamentada em 9 de setembro de 1965, data em que se passou a comemorar o Dia do Administrador. Por isso, minha manifestação nesta tribuna, reforçada pelo fato de ser, eu mesmo, bacharel em Administração de Empresas.

            Sob o prisma histórico, os primeiros administradores reconhecidos como profissionais - aqueles contratados e que não são donos do negócio - foram os que geriram as companhias inglesas de navegação a partir do século XVII. A profissão é, pois, antiga, de mais de 400 anos.

            Sua formalização como habilitação profissional, e depois acadêmica, deveu-se à crescente complexidade das sociedades após o final da Idade Média, ao findar o Século XV, quando as nações européias começam a se estruturar e concorrer fortemente entre si. Em conseqüência, gerir mais e melhor seus interesses passou a ser um imperativo dos povos que queriam estar à frente do mundo competitivo que se instalava.

            A criação das grandes companhias de navegação, talvez o primeiro negócio transnacional do mundo, exigiu que fossem colocadas à testa pessoas capacitadas a gerir os enormes recursos empregados por seus donos, nem sempre familiarizados com os mares e seus perigos.

            Assim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o mundo dos negócios foi-se tornando domínio de profissionais, deixando, paulatinamente, as mãos talentosas dos empreendedores empíricos e passando para as mãos profissionais de executivos qualificados por estudos e experiência para exercerem suas funções.

            Hoje, não se cogita mais da gestão amadora de empresas, baseada apenas na capacidade pessoal empírica de empreender. A presença de profissionais de administração, muitas vezes contratados a peso de ouro, é condição sine qua non para o sucesso e a longevidade de qualquer empreendimento.

            Na realidade, a qualidade administrativa se aplica tanto à iniciativa privada quanto ao serviço público. Neste, diferentemente do setor privado, não se vende mercadoria a um público determinado, mas se presta serviço em escala nacional, atividade essencial para toda a população.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, "o êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da capacidade dos seus gerentes no papel de educadores. Cada superior assume este papel quando ele procura orientar e facilitar os esforços dos seus subordinados para se desenvolverem". Assim se expressou John Riegel, em um de seus inúmeros trabalhos sobre a atuação dos administradores empresariais.

            A atualidade dessa assertiva é inconteste, válida para a iniciativa privada, mas, talvez, ainda mais válida para o serviço público. Gerir e educar são tarefas que andam cada vez mais juntas, para o sucesso das empresas e dos serviços que prestam.

            Srªs e Srs. Senadores, como freqüentemente acontece por aqui, muito se criticou e se critica os cursos de administração espalhados pelo País. Todavia, a experiência internacional tem demonstrado cabalmente que investir em bons cursos para administradores nunca é mau negócio.

            Universidades como a de Stanford, nos Estados Unidos, formam os mais requisitados executivos do mundo. A Escola Nacional de Administração (ENA), fundada por De Gaulle, em 1945, é o celeiro dos melhores administradores públicos que a França e a Europa possuem.

            O Brasil também tem a sua Escola de Administração Pública, a ENAP, que precisa apenas ser mais prestigiada para prover o Estado brasileiro dos gestores de que tanto precisa. As universidades privadas e públicas de boa reputação nos provêm com os administradores que precisamos para nosso desenvolvimento.

            Srªs e Srs. Senadores, é com grande orgulho que festejo este nove de setembro dedicado ao administrador. Como membro da classe e como Parlamentar, saúdo todos os administradores deste País, brasileiros e brasileiras que trabalham em prol não somente do bom desenvolvimento das organizações que estão sob sua responsabilidade, mas sobretudo em prol da Nação brasileira, ajudando-a a alcançar seu objetivo maior de progresso econômico e social.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado!