O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao ocuparmos esta tribuna, nesta data, queremos render homenagem a um dos principais e mais importantes veículos de comunicação do Brasil e do mundo contemporâneo, sobretudo quando se considera o alcance de seus exemplares: milhões de pessoas lêem a revista Veja todas as semanas.

            Queremos render homenagem a uma revista cujo compromisso sempre esteve associado a informar o leitor, custe o que custar, a transformar o importante em interessante com isenção e responsabilidade jornalística, voltado para a defesa intransigente dos interesses do Brasil.

            Queremos, Sr. Presidente, prestar tributo à revista Veja, que comemora quarenta anos de história, quarenta anos de serviços prestados à sociedade por meio de um jornalismo de qualidade, sem ideologias ou doutrinas.

            A propósito dessa comemoração, Sr. Presidente, é importante registrar que, nesses dias em que a revista Veja comemora quarenta anos, tomou a iniciativa de realizar um importantíssimo seminário, debatendo os mais importantes temas para o futuro do Brasil e do mundo, chamando especialistas e autoridades públicas para debaterem esses assuntos, quando apresentou um conjunto de quarenta grandes compromissos e propostas para o Brasil e o mundo nos próximos anos.

            Veja é uma dessas revistas que sempre primou pela coerência de princípios e de propósitos, porque, longe de “ismos” e “istas”, firmou um pacto com a informação veiculada em textos primorosos escritos por competentíssimos jornalistas e repórteres.

            As páginas de Veja sempre fizeram uso adequado da língua portuguesa, apresentaram textos escoimados de vícios e impropriedades e com conteúdo marcado pela visão objetiva e direta.

            Cremos que permanecerão válidas por muitas décadas as palavras de seu fundador, o saudoso Victor Civita, transcritas no editorial da edição comemorativa dos quarenta anos e que nos permitimos reproduzir desta tribuna: “O leitor sabe de que lado lutamos ao longo desses agitados, controvertidos, mas certamente estimulantes anos de vida. E sabe, também, onde nos encontrará amanhã.”

            E não poderia ser para menos o compromisso dessa revista, porque Veja nasce num dos mais importantes momentos da historiografia contemporânea. Veja nasce na década de 60, em meio a acontecimentos e fatos que alterariam o curso da história, pelos questionamentos, pelos conflitos, guerras, revoluções e movimentos populares. Veja nasce em 1968, o ano que não terminou. E não terminou, talvez, porque os eventos daqueles doze meses continuem, em grande medida, a influenciar o cotidiano de nossas vidas, a instigar-nos a percepção do bom e do ruim, do bem e do mal.

            O ano de 1968 representa o eclodir de uma série de episódios no Brasil e no mundo, de cuja memória não podemos nos apartar; marca os movimentos reivindicatórios dos estudantes nas ruas de Paris, simbolizados pela figura de Daniel le Rouge, pela morte de Bob Kennedy, assassinado pelo radical palestino Sirhan Bishara.

            Foi no ano de 1968 o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, da Passeata dos 100 Mil e da infeliz iniciativa do AI-5. Foi o berço da luta armada e do endurecimento da ditadura militar que calaria o Brasil por quase três décadas.

            As implicações desse contexto para a história são tamanhas que, aqui e acolá, somente a revisão de todos os episódios marcantes pode nos oferecer referencial didático para compreender o hoje e, sobretudo, nos prevenir em relação ao amanhã.

            E é exatamente o significado do momento histórico vivido pelo Brasil e o mundo...

(Interrupção do som.)

             O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO) - ... há quarenta anos que dá a justa medida da responsabilidade colocada à frente de qualquer revista cuja intenção fosse informar, oferecer os fatos para o leitor formar a sua própria opinião.

            Do momento em que se publicou a sua primeira edição, em setembro de 1968, Veja passou a ser uma referência para quem desejasse acompanhar a vida no Brasil e no mundo, com reportagens e imagens inigualáveis, como a chegada do homem à Lua e as memoráveis fotos dos Beatles, os inventores do pop, dentre outras.

            Veja fez história, porque buscou trazer ao leitor os detalhes do palco e dos bastidores em episódios como a luta de Martin Luther King pela defesa dos direitos civis dos negros e a expansão da Comunidade Econômica Européia, bem como a Glasnost e a Perestroika.

            A Jovem Guarda, o Tropicalismo, os anos de hiperinflação, a ditadura, a abertura política e a Nova República foram rigorosamente cobertos pelas páginas de Veja, sem brocados e refolhos, tão-somente com o objetivo de informar livre e abertamente o leitor.

            No contexto democrático estabelecido pela Constituição Cidadã de 1988, Veja tem dado contribuição significativa para a vida democrática do País, por meio do jornalismo investigativo. Veja tem contribuído, no mais amplo sentido, para a construção da liberdade e da cidadania, porque tem garantido ao leitor o acesso à informação, um dos pilares centrais do Estado democrático de direito.

            Por isso, Sr. Presidente, cremos que essas são apenas quatro décadas de uma história longa e perene.

            Mais dois minutos, Sr. Presidente, estou encerrando.

            O SR. PRESIDENTE (Epitácio Cafeteira. PTB - MA) - Lembro a V. Exª que há oradores inscritos. Vou dar mais um minuto a V. Exª.

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO) - Obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.

            Quatro décadas de uma revista cuja trajetória se confunde com a do Brasil contemporâneo e moderno; quatro décadas de inúmeros reconhecimentos, inclusive com incontáveis Prêmios Esso de Jornalismo.

            Portanto, queremos parabenizá-la por esse maravilhoso trabalho na pessoa do seu lúcido e ilustre Presidente e Editor, Dr. Roberto Civita, que nos brinda, esta semana, com quarenta propostas para o Brasil.

            São idéias oriundas de um seminário, como já disse, patrocinado pela revista Veja, cujo objetivo foi ofertar à sociedade um conjunto de quarenta propostas para pensar e construir um Brasil voltado à cidadania. Sem dúvida serão leitura obrigatória para todos que desejem superar os obstáculos ao pleno desenvolvimento.

            Quarenta anos de Veja é, portanto, um marco na história do Brasil, um marco que desejamos comemorar e celebrar!

            Parabéns a todos os editores, jornalistas e funcionários que compõem a equipe dessa valorosa revista!

            Parabéns aos leitores de Veja, que puderam desfrutar de informações tão importantes!

            Parabéns à imprensa brasileira pela qualidade desse veículo de comunicação!

            Parabéns a Victor e Roberto Civita!

            Parabéns à imprensa livre e democrática neste País!

            Muito obrigado.