O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Pela Liderança do PSDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Presidente Tião, sei que V. Exª ficou até um pouco incomodado com o tempo que usei fazendo uma questão de ordem, pois hoje há muitos oradores para falar - e V. Exª tem toda razão.

            Trata-se de um fato que não pode virar moda neste País. Um fato, Senador Renan Calheiros, extremamente grave. Não sei se isso acontece em Alagoas, mas no meu Estado está virando moda. E o Ministério Público do meu Estado, competente Ministério Público do meu Estado, tem tomado as providências necessárias. Mas a estrutura do Ministério Público do meu Estado ainda é pequena.

O meu Estado é muito grande, V. Exª sabe disso, pois o conhece. São 143 municípios e há uma grande distância de um para o outro, levam-se dias para chegar. O meu Estado é um país! E virou moda a questão de “não ganhei, queima tudo!”

            A cidade de Goianésia foi totalmente dilapidada. Totalmente! Todos os prédios da cidade de Goianésia, há uns três, quatro anos, foram destruídos. Agora, uma ameaça... e, neste momento, pode está acontecendo! O juiz já saiu da cidade de Novo Progresso corrido, para não morrer, Senador Flexa Ribeiro. O promotor público também saiu corrido para não morrer. O candidato, que é prefeito, de nome Tony Fábio, usou de todas as artimanhas para ganhar a eleição.

Eu não estou aqui fazendo política. A política já passou. Acabou! Estou aqui fazendo uma denúncia grave ao País, ao meu Estado! Eu iria falar hoje dos aposentados. Eu iria começar a nossa grande luta, hoje, em favor dos aposentados. Essa era a minha intenção maior. Mas amanhã farei isso. Hoje não poderia deixar de falar sobre esse caso grave, gravíssimo, porque as autoridades do meu Estado têm de tomar providência agora, de imediato! Já telefonei para todos, inclusive para os jornais; para o jornal O Liberal. Telefonei para fazerem a total cobertura e filmarem o que esse prefeito, que foi derrotado por mais de 60% dos votos, está fazendo. Foi uma vitória contundente, clara, absolutamente clara. Não tem o que espernear. Mas agora ele sai às ruas com seus seguranças, com seus capangas, tocando fogo nos prédios públicos ou tentando tocar fogo nos prédios públicos. E, uma hora dessas, pode estar acontecendo um desastre na pequena e calorosa cidade de Novo Progresso no oeste do Pará, Presidente! Não é a primeira vez que isso acontece no meu Estado. Já aconteceu em várias cidades, em vários municípios do meu Estado. Aonde nós chegamos? Qual é a segurança que nós temos no Estado do Pará?

            Senador Flexa Ribeiro, V. Exª ainda agora dizia que as eleições foram democráticas. É verdade. Mas quantos morreram? Quantos, ainda, estão nos hospitais? Quantos? Eu mesmo fui ameaçado de morte e recorri à Polícia Federal, à Polícia Estadual para me dar proteção, para eu poder terminar a campanha no meu Estado. Isso é brincadeira, Senador! Cadê a democracia? Como é que eu me sinto bem nessa democracia? Como é que eu me sinto tranqüilo em fazer uma campanha política, Senador Flexa? Só que eu conheço, há três hospitalizados. Bala! Bala! Bala em palanque!

            Esse é o meu Pará, Senador Renan Calheiros! Esse é o meu Pará. Se não bastasse, depois das eleições, aparece um dragão querendo queimar os prédios públicos da cidade, porque perdeu uma eleição com mais de 60%...

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Permite-me um aparte, Senador Mário Couto?

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Não posso conceder-lhe, infelizmente. Se o Presidente concordar...

             O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/PT - SP) - Infelizmente, o Regimento não aceita, Senador Flexa Ribeiro.

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Gostaria de ouvi-lo...

            O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Falarei pela ordem.

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - Gostaria de ouvi-lo como Senador pelo Estado do Pará. Precisamos que as autoridades deste País tomem providências. Presidente Lula, socorra a Governadora Ana Júlia Carepa - socorra, Presidente Lula. O Estado do Pará está tomando uma dimensão de ingovernabilidade. Socorra a Governadora Ana Júlia, proteja o Estado do Pará!

            Sr. Presidente, era o que tinha a dizer. Muito obrigado.