Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise sobre o desempenho do PMDB nas eleições municipais em particular no Estado de Mato Grosso do Sul.

Autor
Valter Pereira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Valter Pereira de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Análise sobre o desempenho do PMDB nas eleições municipais em particular no Estado de Mato Grosso do Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/2008 - Página 39081
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), SUPERIORIDADE, VOTO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL, ELOGIO, ORADOR, COMPETENCIA, JUSTIÇA ELEITORAL, AGILIZAÇÃO, RESULTADO, ELEIÇÕES.
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), COMPARAÇÃO, ANTERIORIDADE, RESULTADO, ELEIÇÕES, REGISTRO, CANDIDATO, SEGUNDO TURNO.
  • COMENTARIO, VITORIA, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), MUNICIPIO, APARECIDA DO TABOADO (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), IMPORTANCIA, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, REELEIÇÃO, PREFEITO.
  • IMPORTANCIA, DEBATE, CONGRESSO NACIONAL, NECESSIDADE, REFORMA POLITICA, ANALISE, LEGITIMIDADE, REELEIÇÃO.
  • COMENTARIO, EFICACIA, ADMINISTRAÇÃO, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), ELOGIO, ATUAÇÃO, GOVERNADOR, BUSCA, AMPLIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, SAUDAÇÃO, EMPENHO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL, FORMAÇÃO, COMPOSIÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.

            O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, quero fazer uma breve intervenção, para comentar o evento que talvez tenha sido o mais importante deste ano: a realização de eleições para Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores, que ocorreu neste domingo e que marca mais uma regularidade no processo político brasileiro. A segurança do voto, a regularidade do pleito e a rapidez dos resultados desta eleição demonstraram, mais uma vez, as virtudes da tecnologia e, sobretudo, a competência da Justiça Eleitoral.

            Sendo eu, Sr. Presidente, um militante partidário nato e um dos fundadores do antigo MDB, posteriormente transformado em PMDB, não posso deixar de analisar o desempenho do meu Partido nesta eleição. A minha avaliação começa pela votação que o meu Partido alcançou. Foram quase 18,5 milhões de votos conquistados em todo o território nacional. Nenhuma outra agremiação conseguiu tanto.

            Os dados publicados pela Folha de S.Paulo de hoje dão conta ainda de que mais próximos do PMDB aparecem o PT e o PSDB. O PT, próximo dos 16,5 milhões de votos, e os tucanos, na casa de 14,5 milhões.

            A capilaridade do meu Partido é resultado das extensas raízes que espalhou ao longo de sua história. Desde a época da ditadura, em que resistiu heroicamente para restabelecer a liberdade e a democracia no País, o PMDB vem consolidando essa sua verdadeira epopéia. A cada eleição, o Partido comprova a sua extraordinária capilaridade e a sua força eleitoral.

            Agora mesmo, o PMDB exibiu uma formidável musculatura. Pelos números antecipados pela Folha de S.Paulo, seriam quase 1.200 Prefeitos eleitos pelo meu Partido, Sr. Presidente. A tais cifras, certamente haverão de ser acrescidos ainda outros dados decorrentes de mais onze candidatos do PMDB, que estão na disputa do segundo turno em vários pontos do território nacional.

            No meu Estado, Mato Grosso do Sul, dos 78 Municípios, o PMDB teve participação, de uma forma ou de outra, em 77. Em apenas um Município não lançou candidatura. Em 63 deles, teve candidatos a Prefeito ou a Vice-Prefeitos, indicados em coligação encabeçada por outros Partidos. Em 14 Municípios, participou de coligações, concorrendo tão-somente com candidatos a Vereador. Os candidatos próprios a Prefeito foram distribuídos em 42 Municípios, sagrando-se o PMDB vencedor em 28 deles. Esses números são importantes, especialmente se comparados com a eleição passada. Naquela ocasião, foram apenas 13. Saltamos, portanto, de 13 para 28.

            Nas coligações que o Partido celebrou, oferecendo vice para outras agremiações, alcançou a cifra de 21 eleitos. Há quatro anos, Sr. Presidente, foram apenas nove.

            Em 2004, o Partido elegera 104 Vereadores em meu Estado, e, nesta eleição, foram 146. Cento e quarenta e seis são as vagas conquistadas neste último domingo! Portanto, ao mesmo tempo em que o meu Partido manteve sua monumental performance no País, em Mato Grosso do Sul, deu um salto significativo.

            As vitórias de Campo Grande, onde reelegeu o Prefeito Nelsinho Trad, e a de Três Lagoas, cuja população reconduziu a Prefeita Simone Tebet, estavam previstas, mercê da extraordinária administração que ambos os Prefeitos estão desenvolvendo, estão implementando em suas comunas.

            Entre sucessos anunciados e as surpresas costumeiras nesses processos, chamou-me a atenção o resultado de uma pequena cidadezinha localizada lá no bolsão mato-grossense. Nesse Município de Aparecida do Taboado - V. Exª conhece a história de lá -, havia um candidato forte do meu Partido que se recusara a disputar a eleição. Era o Vilson. Todos os partidos que têm diretório lá se empoleiraram numa grande coligação para reeleger o atual prefeito. E isso decorrente do afastamento da disputa daquele que seria o candidato forte do PMDB. Havia forte pressão das forças políticas para que o PMDB também fizesse parte dessa poderosa coligação.

            No entanto, um antigo militante partidário, inconformado com a solução adesista que lhe queriam impor, decidiu entrar na disputa. Sem parceiro para coligar e sem recursos para tocar a campanha, o professor e Vereador André Alves Ferreira entrou na disputa. Acreditando na força das palavras e na prevalência das idéias, acabou vencendo o desafio, elegendo-se Prefeito e levando em sua companhia o Vice Gustavo Carvalho Rodrigues, também do meu Partido, já que disputara a eleição em chapa pura.

            Fiz questão de dar ESSE exemplo, Sr. Presidente, porque o que se observa na análise política, no comportamento político lá no Estado e em outras unidades da Federação é uma certa acomodação, em função da exibição de força que hoje se tornou muito comum em razão do instituto da reeleição. Aliás, acho que está na hora de o Senado, de o Congresso Nacional iniciar essa discussão sobre a reforma política, e precisamos analisar com muita frieza não só a legitimidade como a oportunidade da reeleição. A reeleição, pelo que estou observando nas minhas andanças por aí, tem uma virtude, que é a do julgamento daquele que está concluindo a sua administração. No entanto, está, ao mesmo tempo e ao lado dessa virtude, trazendo uma desigualdade, um desequilíbrio na disputa eleitoral. E isso não faz bem ao processo democrático. Além do mais, tem sido uma fonte permanente de tentação para o uso da máquina em favor de determinadas candidaturas.

            Sr. Presidente, ao encerrar as minhas palavras, quero aqui deixar consignado que esse resultado, além de contemplar bons administradores, revela outro cenário que é preciso também ficar registrado. Mato Grosso do Sul passa hoje por uma experiência extraordinária. Uma administração jovem, moderna, que está mudando a forma de se fazer política no Estado e que está alavancando o PMDB: a administração do Governador André Puccinelli, que tem feito um trabalho extraordinário em favor do desenvolvimento do Estado. E sempre que isso acontece repercute, inevitavelmente, nos resultados das eleições, no entusiasmo da militância partidária. E ele é um militante do meu Partido, o PMDB. É claro que traz esses efeitos, como traz efeitos também em favor do PT de V. Exª a administração do Presidente Lula, que, em todos os cantos, tem produzido também as suas repercussões.

            No mais, Sr. Presidente, não vou comentar sobre a crise econômica, porque quero falar especificamente sobre ela em outra oportunidade.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/2008 - Página 39081