Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

O PT como o grande derrotado das últimas eleições municipais. Críticas à postura da candidata Marta Suplicy na campanha eleitoral para prefeitura de São Paulo. (como Líder)

Autor
Demóstenes Torres (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • O PT como o grande derrotado das últimas eleições municipais. Críticas à postura da candidata Marta Suplicy na campanha eleitoral para prefeitura de São Paulo. (como Líder)
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 15/10/2008 - Página 39616
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • REGISTRO, DADOS, INSUCESSO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ELEIÇÃO MUNICIPAL, INFERIORIDADE, REPUTAÇÃO, ETICA, TENTATIVA, APROVEITAMENTO, APROVAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REPUDIO, ATUAÇÃO, MARTA SUPLICY, CANDIDATO, PREFEITO DE CAPITAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), OFENSA, ADVERSARIO, SEMELHANÇA, CAMPANHA ELEITORAL, SEGUNDO TURNO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO. Pela Liderança do DEM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, acabou a discussão sobre quem é o maior perdedor das eleições municipais de 5 de outubro. O grande derrotado foi o PT, porque um fracasso não se conta apenas pelos números, no caso, pela quantidade de prefeitos e vereadores que o Partido do Governo empurrou goela abaixo por meio do Bolsa Família.

O PT é o grande fiasco não apenas porque não confirmou nas urnas o que a máquina de publicidade mantida com dinheiro público tenta fazer crer: que Lula é mais popular no Brasil do que Saddam Hussein foi no Iraque. O PT é o grande perdedor por imaginar que elegeria até poste e não conseguiu, até porque muitos dos seus candidatos são piores que os postes, pois há postes com alguma luz. Então, o PT que supôs surfar na popularidade do Presidente da República passou a surfar na lama.

A sujeira petista é tão grande que se esparrama por seus aliados, como provam as atrocidades perpetradas contra Fernando Gabeira, no Rio de Janeiro, e Gilberto Kassab, em São Paulo. São ignomínias indignas de seus autores. O primeiro, o carioca, é um adesista de quinta categoria, que, dias atrás, na CPI dos Correios, xingava o Presidente da República e seu filho e, agora, desculpa-se em troca de vídeos e fotos constrangidas. A segunda é uma política cuja face se revela agora além das intervenções cirúrgicas reparatórias, uma madame que ainda usa o sobrenome do ex-marido, talvez por ser a coisa imaculada que lhe resta.

O rosto da sujeira não tem sobrenome, porque seria injusto envolvê-lo nessa podriqueira, mas tem um nome, Marta. Não o “mamífero carnívoro e digitígrado, de pele muito apreciada”, como os dicionários descrevem o animalzinho. Não. O sinônimo de sujeira hoje é a Marta humana, aliás, a Marta agora desumana, o mamífero carnívoro e herbívoro, cuja pele o eleitor de São Paulo vai apreciar nas urnas. É o nome que, neste começo de segundo turno das eleições municipais, significa nojeira. É Marta, a “Martaxa”, a Marta que, quando Ministra, humilhou o Brasil no escândalo do caos aéreo. Marta que, desesperada pela felicidade do povo de São Paulo com um Prefeito realizador, resolveu mostrar que, sob a crosta daquele capacete de laquê, há uma mente diabólica a serviço do que há de mais sórdido no chiqueiro do marketing. Marta, assombrada pelo sucesso de um Prefeito que deu nova cara a São Paulo, apresentou a São Paulo sua verdadeira cara. Marta, que poderia mostrar-se à altura ao menos dos votos recebidos, mesmo eles rareando, preferiu escapar de perecer de pé, lutando com as armas de honra, e optou pela guerra suja e por armas que só dão tiro no pé.

Marta poderia muito bem perder com dignidade, porque insucesso em eleição nada diz sobre o caráter de quem o sofre. Mas perder apelando, perder regurgitando lama, conta tudo sobre a inconformada das gentes. O próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu um sem-número de eleições majoritárias e não consta que tenha mergulhado no ludreiro. A própria Marta perdeu a disputa de sua reeleição à Prefeita e caiu com o queixo trincado, mas sem o mergulhar no atoleiro. Marta foi derrotada por um magistral administrador, José Serra, que a sucedeu e fez um início de mandato tão aplaudido pelos paulistanos que os paulistas o tornaram Governador. O próprio Governador José Serra, depois de eleito o melhor Ministro da Saúde do planeta, não obteve êxito na eleição presidencial de 2002. Serra e Lula sacudiram a poeira e deram a volta por cima. Marta está se sacudindo na lama, esperneando histérica numa decisão sem volta.

Concedo um aparte ao ilustre Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Demóstenes Torres, a forma como V. Exª escolheu para criticar um episódio relativo à campanha de São Paulo transcende em muito aquilo que avalio foi um erro da campanha. V. Exª resolveu usar termos ofensivos, ofensivos a mim.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Não! A V. Exª?! Perdoe-me! Então...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Pois eu lhe digo que eu assim o senti.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Eu digo, inclusive, que...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Mas eu digo e digo por quê.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Pois não! A V. Exª peço todas as desculpas.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Primeiro, a mim e ao Partido dos Trabalhadores. V. Exª começou o discurso dizendo que o Partido dos Trabalhadores foi derrotado, quando V. Exª sabe que, nessas eleições, o Partido dos Trabalhadores foi o que mais cresceu em número de prefeitos, 33%. Não precisarei aqui mencionar o quanto decresceu em número de prefeitos o Partido de V. Exª. Então, já começa por uma inverdade o seu discurso.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Vou rebater daqui a pouco V. Exª.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Depois, sim, é fato que houve uma impropriedade de procedimento na campanha sobre a qual eu, aqui, hoje, por três vezes - V. Exª não estava em plenário -, já respondi aos Senadores Papaléo Paes, Arthur Virgílio, Sérgio Guerra e outros que o mencionaram. Então, tive que, por três vezes, dizer que recomendei à campanha de Marta Suplicy que não utilizasse mais aquela pergunta relativa ao estado civil e se tem filhos o candidato Gilberto Kassab, porque isso não é o mais importante. E recomendei fortemente que ela transmita aos eleitores aquilo que tenho a convicção de que é o mais importante. O que ela poderá fazer, tendo, inclusive, sido Prefeita e tendo conhecido tão bem o que é possível ser feito; por ter iniciativas, como os CEUs, que, primeiramente, o Partido a que V. Exª pertencia não reconhecia como bons, mas, até por causa das demandas populares na cidade de São Paulo, veio a reconhecer e, finalmente, construí-los, os CEUs, nessa gestão, nem sempre os fazendo de forma tão boa o quanto eram, nem no seu conteúdo e prática. Foi inovadora nos programas sociais, no programa Renda Mínima associado à educação, que continua a existir, junto com o Bolsa Família e outros. É perfeitamente possível se aperfeiçoar esse programa, caminhar na direção daquilo que tenho proposto, a Renda Básica de Cidadania. Ela tomou iniciativas muito importantes, reconhecidas inclusive pelo Prefeito Gilberto Kassab no que diz respeito aos corredores de ônibus, ao bilhete único.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - V. Exª está rebatendo o que eu disse ou está fazendo campanha para a Marta Suplicy?

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Também, porque V. Exª fez um ataque ofensivo a ela.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Merecidamente, e foi essa a intenção mesmo.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - V. Exª quis como que separá-la e criticá-la porque ela resolveu escolher o meu sobrenome para continuar a tê-lo, mas quero lhe dizer que, quando a Marta resolveu se separar de mim, pediu-me que pudesse continuar com meu nome, pois, tendo se casado comigo quando ela tinha 19 anos, desde dezembro de 1964 até o início de 2001 - portanto, foram mais de 36 anos, além de quatro anos de namoro -, então, ela se distinguiu na sua vida profissional, como psicóloga, psicanalista, como autora de inúmeros livros tão respeitados pela opinião pública brasileira, pela população brasileira. Foi apresentadora do programa “Conversando sobre Sexo”, foi Deputada Federal considerada tão boa que foi indicada pelo Partido para ser candidata ao Governo de São Paulo. Quase ganhou, ficando por cerca de 0,5% dos votos de Mário Covas, que, por isso, foi para o segundo turno versus Maluf. Quem dos dois fosse provavelmente teria vencido, como Mário Covas venceu. Então, na época, tanto a Marta quanto eu próprio recebemos a visita de Mário Covas em nossa residência e o apoiamos. Depois, por ela ter ido tão bem naquela campanha de 1998, ela foi escolhida candidata à Prefeita em 2000. Foi eleita, inclusive, com apoio do PSDB, versus Paulo Maluf, que foi, então, derrotado. Aí, aconteceu que ela fez uma gestão inovadora muito positiva. Sim, houve a separação. Houve situações que nem sempre, para mim, foram as melhores, que foram objeto inclusive de conseqüências políticas, porque isso naturalmente acaba tendo um efeito sobre a opinião pública. Mas continuo a ter pela Marta... E quero só complementar. Portanto, quando ela se separou, em virtude de ter tido - como é muitas vezes comum - a sua vida profissional com o meu sobrenome, ela pediu a mim que pudesse continuar, claro que eu autorizei, principalmente não apenas por ela ser uma pessoa que comigo compartilhou a minha companhia e foi muito querida por mim e tudo, mas ela é uma pessoa pela qual eu tenho o maior respeito, é a mãe querida de meus filhos. Qualquer coisa que acontece com ela de positivo, então eu acho importante, torço por ela. Inclusive, empenhar-me-ei, como tenho feito, para que ela seja eleita. Esse erro que aconteceu é algo que merece a reflexão. Pessoas do Partido recomendaram que saísse do ar. Já saiu do ar. V. Exª tem o direito de fazer a crítica, como outros aqui o fizeram hoje, do PSDB. Mas aqui eu recomendo a V. Exª: se é a sua intenção, então, partir para uma fórmula de ofensa, não é... Quer dizer, V. Exª está entrando por um caminho que, de um outro lado, condena e resolve aqui partir para a ofensa. Então, recomendo prudência e cuidado. E, por isso, eu me sinto na responsabilidade de muito firmemente dizer que também esse não é o caminho. O caminho para que o candidato do Partido de V. Exª vença é ele apresentar uma melhor qualidade de proposições e de ação em relação ao que o PT e a Marta vão apresentar. Mas eu tenho a convicção de que a proposta dela, o procedimento dela será o melhor para a população e vou batalhar por isso.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Senador Suplicy, agradeço a V. Exª a intervenção.

Primeiro, V. Exª está equivocado quanto ao resultado das eleições. V. Exª está dizendo que o PT cresceu em número de Municípios, é verdade. Mas perdeu as eleições. O próprio prestígio que o Presidente da República supunha que tinha para transformar isso em votos foi uma verdadeira surra. Lula foi impiedosamente surrado em São Paulo, foi surrado no Rio de Janeiro, foi surrado em Minas Gerais, onde se construiu uma aliança espúria para eleger um poste. Ao contrário do que V. Exª disse, o PT chegou aos grotões e chegou aos grotões com todos os vícios e fazendo alianças com quem?

os petistas repudiam de público. Toda espécie de aliança, financiamento espúrio, caixa dois, todo desastre que existe em se fazer qualquer tipo de aliança para se manter no poder. Então, não considero a análise de V. Exª a mais adequada. Segundo...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Nesse caso, convém que V. Exª, então, explicite e prove, porque não é o conhecimento que eu tenho dos fatos...

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Basta V. Exª...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - E com respeito à informação que V. Exª também fez no começo, de que haveria inadequação no Programa Bolsa Família, V. Exª é consciente de que o Programa Bolsa Família...

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - V. Exª talvez não tenha entendido meu pronunciamento.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - ...é administrado pelas prefeituras, inclusive prefeituras do Democratas e do PSDB, em todo o Brasil...

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Talvez, V. Exª possa recorrer às notas taquigráficas, porque V. Exª está colocando na minha boca o que eu não disse.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) -... em convênio com o Governo Federal e estão...

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Não falei em inadequação; falei em uso eleitoreiro, que é verdadeiro, Senador Eduardo Suplicy. E V. Exª não costuma distorcer fatos nem palavras.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Não. Uma coisa é...

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Outra coisa, quero dizer a V. Exª, para ficar bem claro, que não o ofendi e jamais o ofenderia. V. Exª se considerou ofendido por outras razões, e eu não entro em razões de caráter pessoal.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Pela forma como se referiu a Marta, não a mim.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Exatamente.

E a forma como ela, indiretamente, se referiu ao Kassab? Foi uma forma elegante? Foi uma forma altaneira? Foi uma forma, aliás, que mereceu repulsa de V. Exª.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Minha recomendação para a campanha foi que não continuassem. E não continuaram!

 O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Exato.

E é o que eu estou dizendo. Ela fez uma opção. Poderia cair de pé. Poderia cair, ou poderia ganhar.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Pode ainda ganhar. A eleição será dia 26.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Acho difícil!

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - A eleição é dia 26.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Exatamente, mas é praticamente impossível, porque partiu para o caminho do pântano.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - É o que veremos.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - V. Exª recomenda proposta, eu recomendo também. Por que ela não fez isso? Talvez V. Exª não tenha ouvido. A primeira vez que ela perdeu a eleição, caiu, caiu de pé; agora, partiu para o quê? Partiu para aqueles que estão fazendo a mesma coisa no Rio de Janeiro, atacando Fernando Gabeira gratuitamente. Atacar Kassab em quê? O fato de ele ser solteiro? V. Exª hoje também é solteiro.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu tenho namorada.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - V. Exª está, então, me parece, fazendo coro, não é?

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - E mais uma coisa.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Então, quero dizer para V. Exª...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - No que diz respeito ao Fernando Gabeira, quero lhe transmitir que eu próprio o cumprimentei quando ele venceu. Tenho por ele estima, afinidade. Fernando Gabeira, nas diversas ocasiões em que fomos candidatos, ele no Rio e eu em São Paulo, por exemplo, em 1986, quando eu era candidato ao Governo, ele veio a São Paulo para apoiar-me publicamente; veio ao comício, apoiou-me, participou.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - V. Exª, então, concorda que os ataques contra Fernando Gabeira são ignominiosos. Não concorda?

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu tenho o maior respeito por Fernando Gabeira, acho que ele poderá ser um excelente prefeito do Rio de Janeiro. 

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - E concorda, tenho certeza, que os ataques contra Kassab são ignominiosos. Ou não concorda?

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - A referência ao Prefeito Gilberto Kassab tem de ser feita com respeito ao seu programa, à sua história política e não às questões de natureza pessoal. E também no caso de Fernando Gabeira, sem dúvida.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - É exatamente o que estou pregando.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Condeno os panfletos apócrifos, ofensivos ao Fernando Gabeira.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - E V. Exª não pode ter outro comportamento em São Paulo, concorda?

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Então, de maneira alguma, concordo com tais procedimentos.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Não podemos pular a fronteira e ter outro posicionamento.

Então, digo a V. Exª, para concluir...

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - E, para concluir, quero dizer que, inclusive, convidei Fernando Gabeira e Eduardo Paes para dialogarem sobre aquilo que tenho proposto a todos os candidatos a Prefeito no Brasil, especialmente do meu Partido: a transição do Programa Bolsa Família para a Renda Básica de Cidadania, tema que foi objeto de minha palestra ontem na Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, no Rio de Janeiro.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO) - Perfeitamente.

Senador, para concluir, digo o seguinte: ao partir para a perfídia, Marta marchou definitivamente para o pântano. Mais do que eleição, vai perder o futuro. Mais do que votos, vai ficar sem o direito ao sono dos justos. Se não tivesse decidido pelo pântano, Marta poderia calçar a sandália da humildade, certamente comprada em Paris ou na Daslu, e, em sua próxima autobiografia, se resignar de ter sido derrotada, sim, mas por dois dos melhores Prefeitos da história de São Paulo: Serra, em 2004, e Gilberto Kassab, em 2008.

Assim como a glória de Kassab não vai ser derrotar Marta, mas vencer a baixaria, o enterro de Marta não será a derrota para Kassab, mas a rendição ao esterco.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/10/2008 - Página 39616