Discurso durante a 190ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia da Criança, com objetivo de se discutir e encontrar meios para inclusão social das crianças do nosso País, e do Dia do Professor.

Autor
Leomar Quintanilha (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/TO)
Nome completo: Leomar de Melo Quintanilha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. EDUCAÇÃO.:
  • Comemoração do Dia da Criança, com objetivo de se discutir e encontrar meios para inclusão social das crianças do nosso País, e do Dia do Professor.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2008 - Página 39783
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SOCIAL. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, PROFESSOR, CRIANÇA, ELOGIO, INICIATIVA, SESSÃO ESPECIAL, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, REALIZAÇÃO, EMPENHO, ATUAÇÃO, DEFESA, EDUCAÇÃO, COMENTARIO, IMPORTANCIA, SENADO, DEBATE, CRIAÇÃO, LEGISLAÇÃO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, PROTEÇÃO, INFANCIA.
  • COMENTARIO, COMPROMETIMENTO, ORADOR, APOIO, CRIANÇA, DEFESA, CRIAÇÃO, PROGRAMA, PROTEÇÃO, INFANCIA, ADOLESCENCIA, ESFORÇO, MELHORIA, EDUCAÇÃO, QUALIDADE DE VIDA.
  • COMENTARIO, EXPERIENCIA, MÃE, ORADOR, MAGISTERIO, ENSINO FUNDAMENTAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, CRIANÇA.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, PROFESSOR, DESENVOLVIMENTO, BRASIL, NECESSIDADE, VALORIZAÇÃO, PROFISSÃO, IGUALDADE, CATEGORIA PROFISSIONAL.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PMDB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão especial, Senador Mão Santa, caros colegas Senadores e Senadoras, queridas crianças do Centro Educacional Arapoanga, de Planaltina, e da Escola 619, de Samambaia, do DF, queridos professores, senhores e senhoras, é certamente, Senador Cristovam Buarque, um dia para o Senado festejar, porque seguramente esta é uma das sessões mais importantes que o Senado pode realizar, exatamente pelo foco, exatamente pelo objeto da sessão, que é de homenagear as nossas crianças e homenagear os nossos professores. Aliás, V. Exª já conquistou, dentre seus pares, um respeito muito grande, uma admiração muito maior exatamente por desfraldar, como prioridade da atividade parlamentar, a defesa da educação brasileira.

Não há como se comentar no Senado, em foro de discussão, em debate, temas mais importantes, que envolvem a sociedade, que dizem respeito ao ser humano, que dizem respeito ao homem e à mulher, que constroem a grandeza do Brasil, sem questionar, sem discutir a educação. E V. Exª aborda esse tema com muito brilho, com muita experiência e com muita propriedade. Por isso, merece nossos elogios, nossas homenagens. Quando, hoje, homenageamos nossos professores, destacamos, sem sombra de dúvida, o educador, o educacionista, o nosso colega, para satisfação e orgulho nosso, Senador Cristovam Buarque.

Eu comentava, há pouco, com algumas crianças que estão aqui presentes, que somos investidos de uma função relevante para o País. Somos 81 Senadores, representantes dos Estados brasileiros, e aqui discutimos questões relacionadas a cada cidadão, inclusive às crianças, muitas vezes sem termos tido oportunidade de ouvir a opinião, o sentimento das crianças e dos adolescentes. Tomamos decisões sobre o que entendemos ser o melhor para a criança e para o adolescente. Talvez a experiência de pai nos confira alguma condição, por meio da convivência com a criança e com o adolescente, para traduzirmos o sentimento da nossa criança, da criança e do adolescente brasileiro, em relação àquilo que eles acham que é significativo e importante para sua vida.

Conversei brevemente com algumas crianças. Comprometi-me com elas no sentido de ouvir delas o que pensam sobre sua escola, sobre seu convívio com a família, sobre seu convívio com a comunidade. Pedi que nos transmitissem isso, porque estamos aqui imbuídos do dever e da obrigação de normatizar, de transformar em lei, em obrigação, aquilo que é importante na relação da criança com os demais membros da sociedade.

O Senador Cristovam falou aqui com muita propriedade sobre esta grandiosa Pátria, este gigantesco Brasil, tão amado, mas de tantos contrastes, que ainda penalizam muitas - satisfazem algumas e penalizam muitas - crianças. S. Exª comparou a criança bem protegida com a abandonada, o que nos remete à reflexão do nosso compromisso e da nossa responsabilidade para com a criança brasileira.

Seguramente, precisamos realmente nos dedicar muito mais. Defendo uma tese parecida com a do Senador Cristovam Buarque com relação à criança; e o faço com relação ao cidadão, ao lembrar que o Estado brasileiro deve ter a responsabilidade de estabelecer um programa de proteção ao cidadão exatamente durante sua fase de formação, que vai de 0 aos 18 anos de idade. É nessa fase que ocorrem as maiores mutações do cidadão, do ser humano. É quando experimentam as grandes transformações, de 0 a 18 anos. É o período em que o cidadão precisa de orientação, de apoio, para que possa, efetivamente, dar prosseguimento ao curso da sua vida da melhor forma possível, aproveitando nesse período de 0 a 18 anos as melhores orientações que poderiam receber da sua família, da sua escola e do Estado brasileiro. Entendo que esse colchão de proteção ao cidadão precisa ser discutido, para que o Estado brasileiro assuma sua responsabilidade em todo esse período e para que não continuemos a ver os desastres, as situações perversas que agridem a dignidade humana, como tantas crianças ao abandono, ao relento, nesse nosso gigantesco, próspero e rico Brasil.

Portanto, é com muita alegria que empresto minha modesta contribuição a esta homenagem que o Senado brasileiro faz às nossas crianças, ao futuro deste nosso grandioso País; e o faz concomitantemente com a homenagem ao professor.

Eu gostaria de dizer, meu caro, querido educador, educacionista, colega Cristovam Buarque, Marisa Serrano, senhores professores aqui presentes, que não consigo pensar em educação sem lembrar imediatamente na minha mãe. Acho que, se há um sentimento muito forte e muito profundo em qualquer um de nós, é exatamente a ligação que cada um de nós tem com sua mãe. O pai é importante, os irmãos, todos os parentes são importantes para todos nós, mas a ligação mais forte que cada um de nós tem é com sua mãe.

E não consigo me lembrar da minha mãe com muita saudade - porque Deus já a levou - sem lembrar da educadora emérita do ensino fundamental que conheci. Ela dedicou sua vida inteira a investir na inteligência, a investir na formação do caráter, a investir na capacitação das novas gerações com a intensidade que só fazem aqueles que têm vocação para ensinar, aqueles que têm vocação para educar. E isto é parte da idiossincrasia das pessoas: ter vocação para fazer aquilo que fazem. E só se faz bem feito, só se faz colhendo bons resultados e bons frutos quando há paixão, quando há amor naquilo que se faz. Por isso, eu me lembro com muita saudade da minha querida mãe, da Professora Lili, porque ela fazia educação por vocação, com muito amor, com muito carinho, com responsabilidade. Ela queria ver a criança que está recebendo suas informações, suas orientações bem encaminhada, para desenvolver-se de forma feliz na sua vida futura.

Por isso, meus queridos e eméritos professores, quero render minha mais profunda e respeitosa homenagem aqui, hoje, nesta sessão do Senado, a essa categoria profissional. Qualquer nação, qualquer povo que quer se desenvolver sabe da sua importância, do seu significado. O próprio professor sabe da sua importância e do seu significado, porque ele se dedica por inteiro à função, pois reconhece a importância da sua atuação na formação das novas gerações, e menos pelo salário que recebe.

Aliás, o Brasil precisa, para crescer, para amadurecer, para tornar-se uma Nação grande, eliminar uma diferença muito grande que ele estabelece nas suas categorias profissionais. No meu entendimento, é o educador, é o professor o profissional de primeira categoria, e não outras categorias...

 

(Interrupção do som.)

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PMDB - TO) - ... profissionais que aqui o Brasil elege, começando pela remuneração e pelas condições de trabalho. Nota-se que o Brasil elege como prioritárias outras categorias profissionais, mas não é esse meu entendimento. Vou ficar muito feliz o dia em que o Brasil, no mínimo, nivelar as categorias profissionais, elegendo o professor como o profissional de primeira categoria nessa nossa querida Nação brasileira.

Meus parabéns, meus queridos professores. Meus parabéns, minhas queridas crianças. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2008 - Página 39783