Pronunciamento de Gerson Camata em 16/10/2008
Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem pelo transcurso do bicentenário do Banco do Brasil.
- Autor
- Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
- Nome completo: Gerson Camata
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem pelo transcurso do bicentenário do Banco do Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/10/2008 - Página 40670
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, CENTENARIO, FUNDAÇÃO, BANCO DO BRASIL, INICIATIVA, PRINCIPE REGENTE, IMPERIO, OPORTUNIDADE, TRANSFERENCIA, CORTE, BRASIL, COMENTARIO, HISTORIA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
- APRESENTAÇÃO, DADOS, ATUALIDADE, BANCO DO BRASIL, ELOGIO, FUNDAÇÃO, RESPONSABILIDADE, NATUREZA SOCIAL, INCENTIVO, CULTURA.
O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ano de 2008 marca o bicentenário de uma instituição que faz parte da história do Brasil. Juntamente com os 200 anos da mudança da família real portuguesa, comemoramos os dois séculos do Banco do Brasil, fundado em 12 de outubro de 1808 por iniciativa do príncipe regente Dom João VI, para financiar a indústria, que até então não existia no País.
A abertura dos portos terminou por prejudicar a intenção de estabelecer a curto ou médio prazo um parque industrial no Brasil, já que fomos inundados por mercadorias procedentes da Inglaterra, então a única nação amiga de Portugal. Mas o Banco do Brasil, criado com um capital de 1.200 contos de réis, formado por igual número de ações de um conto de réis cada, consolidou-se, dando ao Brasil seu primeiro sistema financeiro.
Essa consolidação não durou muito tempo, já que, em 1821, ao retornar a Portugal, Dom João esvaziou os cofres do banco. Lisboa voltou a ser a capital do império, e para lá retornou também o dinheiro. Fechado em 1829, o Banco do Brasil reabriria em 1851, como banco particular, e dois anos depois voltaria a ser estatal. Foram muitas crises, fechamentos e mudanças de atribuições, que não cabe detalhar aqui, até o fortalecimento definitivo do Banco como uma instituição-símbolo do País.
As sementes do que viria a ser a Nação brasileira plantaram-se quando da chegada ao País da corte portuguesa, em 1808. Sem a vinda de Dom João VI, dificilmente o Brasil existiria tal como o conhecemos agora. A consolidação como País único de um território tão extenso, formado por províncias distantes entre si e com grandes diferenças culturais, é, em grande parte, produto de medidas tomadas por Dom João durante o período que passou no Brasil. A presença da sede política do governo português no Rio de Janeiro foi a fonte de legitimidade que, naquele momento e nos anos seguintes, mesmo depois da partida da Corte, permitiu evitar a fragmentação do nosso País.
Comecei por destacar um aspecto positivo da vinda da família real portuguesa porque o bicentenário dessa efeméride está fazendo com que muitos historiadores reavaliem o episódio e passem a perceber os benefícios que dela resultaram para o Brasil. Como um historiador ressaltou, a Corte portuguesa não era nenhum modelo de modernidade. Dom João VI tampouco era exemplo de capacidade política. Mas é indiscutível que, ao fugir das tropas de Napoleão, acelerou em décadas a independência, primeiro econômica, depois política, do Brasil.
Fatores dessa aceleração foram medidas como a abertura dos portos, a assinatura de tratados comerciais e, claro, a criação do Banco do Brasil. Sua existência pode ter sido descontínua, mas são raros os períodos decisivos da história econômica do País em que o Banco não esteve presente, seja na liberação de crédito para agricultura - desde a abolição da escravidão, em 1888 -, seja na atuação fundamental para amenizar os impactos financeiros provocados pelo fim da monarquia, em 1889.
Passados 200 anos, o Banco do Brasil é hoje a maior instituição financeira do País, com quase 25 milhões de correntistas, 79 mil funcionários, mais de 15 mil pontos de atendimento em todo o Brasil, muitos deles em lugares remotos, e presença em 22 países. Comprometido com o desenvolvimento brasileiro, tem-se caracterizado nos últimos anos também pela responsabilidade social e pelo incentivo à cultura.
A Fundação Banco do Brasil, criada em 1985, já alfabetizou mais de 140 mil pessoas, além de investir em projetos de apoio comunitário, de inclusão digital a reciclagem de materiais. Os Centros Culturais Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, tornaram-se pólos de atração e de difusão cultural, e o Circuito Cultural Banco do Brasil organiza mostras de arte, espetáculos teatrais e outras manifestações que percorrem o País. Além disso, o Banco é pioneiro, entre as empresas brasileiras, na criação de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, com responsabilidade sócio-ambiental.
Líder em ativos, em depósitos totais, em carteira de crédito, na base de correntistas e na rede própria de atendimento no País, o Banco do Brasil é um patrimônio do povo brasileiro. Poucas instituições podem orgulhar-se de tão longa existência, e pouquíssimas de terem prestado tantas e tão significativas contribuições para o nosso crescimento.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.