Fala da Presidência durante a 194ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a crise financeira mundial e o endividamento da população brasileira.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Considerações sobre a crise financeira mundial e o endividamento da população brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2008 - Página 40866
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • DEFESA, EFICACIA, PROVIDENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REDUÇÃO, EFEITO, CRISE, SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROBLEMA, RACIONAMENTO, ABASTECIMENTO, ENERGIA ELETRICA.
  • CRITICA, INCENTIVO, POPULAÇÃO, AUMENTO, CONSUMO, DIVIDA, DEFESA, CONTROLE, GASTOS PUBLICOS, REDUÇÃO, EFEITO, CRISE, PAIS.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Após brilhante análise da Senadora Marisa Serrano sobre economia, quero apenas complementar dizendo: para aonde nós vamos, Marco Maciel, nós levamos a nossa formação profissional. Eu sou médico cirurgião. Então, a gente tem que enfrentar as ocorrências, enfrentar o câncer, enfrentar a parada cardíaca e tal. Está na hora de o nosso ilustre Presidente da República ver a realidade. E quis Deus estar aí Wellington Salgado, que traduz a bravura do povo de Minas, que foi o primeiro a gritar contra o governo, contra a derrama, contra os altos impostos, o primeiro a se sacrificar. Agora, você pega a mídia aqui... Atentai bem! Este Senado é tão organizado que a gente recebe todos os fatos políticos do País retratados em todos os jornais - e quando a gente perde, a Cláudia Lyra tem uma de reserva.

            Mas, atentai bem! Fato nunca antes visto: a dívida social do nosso Presidente com o País é enorme. Tem esse negócio de dizer que pagou a dívida externa ao Bird, ao Banco Mundial, mas tem a dívida interna, a dívida com os aposentados, com a segurança, com a educação e a saúde. É uma dívida nunca antes vista!

            Ô Marco Maciel, nunca vi um negócio desse. Estudei no Rio de Janeiro. Wellington Salgado, o mar de Belo Horizonte é lá. Todos eles. O Aécio vive lá. Diz aqui: “A ausência de médicos fecha emergência no Miguel Couto”. No Rio de Janeiro! Miguel Couto é ali, em Ipanema com o Leblon. Não tem médico no hospital!

            E aqui o meu amigo, do meu Partido, Temporão, um grande médico, dizendo que... Está aí a dengue. Todo mundo apavorado, não conseguiram debelar, já houve mortes e vai voltar.

            Então, este é o País. Tem que dizer das dificuldades e não ficar naquela de Shakespeare, em Hamlet: “palavras, palavras, palavras”. E o pior é que as palavras estão se tornando mentiras, mentiras e mentiras. A realidade é essa.

            Chegou, não é marola, não. Chegou esse problema que é da economia global. Tem que se enfrentar isso, como o Fernando Henrique Cardoso enfrentou o apagão. O apagão foi uma crise horrível, o País sem energia, mas teve que ser enfrentada, não houve fuga. Criou-se uma câmara de gestão. Agora, como dizer que não vamos sofrer as conseqüências?

            Wellington Salgado de Oliveira, eu adverti aqui que eu nunca vi tanta irresponsabilidade na história da economia do mundo, como quando se estimulava a se comprar um carro em dez anos. Com R$200,00 uma pessoa sai - sem trabalho e sem segurança. É o subprime. Veja, Jefferson Praia: a R$200,00, um carro para pagar em 10 anos. A escravatura da vida moderna é a dívida. Aquele negócio dos negros - Abraham Lincoln resolveu, e a Princesa Isabel resolveu. É a dívida. Encaminhou-se o País para estar endividado. Os velhos aposentados estão todos endividados, o povo brasileiro está todo endividado. E eu não sei como sair da crise sem ter a economia dos gastos do Governo - isso nunca houve.

            Convidamos para usar da palavra o Senador Marco Maciel, do Democratas de Pernambuco. Marco Maciel foi Vice-Presidente da República, e eu acho que a história do Brasil o indica como o nosso mais perfeito Vice-Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2008 - Página 40866