Discurso durante a 206ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a situação do Porto de Salvador, considerada um dos maiores entraves para o crescimento da Bahia, bem como com vários segmentos de infra-estrutura do Estado. (como Líder)

Autor
Antonio Carlos Júnior (DEM - Democratas/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Preocupação com a situação do Porto de Salvador, considerada um dos maiores entraves para o crescimento da Bahia, bem como com vários segmentos de infra-estrutura do Estado. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 06/11/2008 - Página 44231
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ADVERTENCIA, PRECARIEDADE, PORTO DE SALVADOR, ESTADO DA BAHIA (BA), COMPROMETIMENTO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, PREJUIZO, EMPRESARIO, PRODUTOR, DIFICULDADE, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, EXTERIOR, INSUFICIENCIA, CAPACIDADE, ATENDIMENTO, DEMANDA, NECESSIDADE, BUSCA, DIVERSIDADE, PORTO, AUMENTO, CUSTO, PRODUTO NACIONAL, OBSTACULO, COMPETIÇÃO INDUSTRIAL.
  • COMENTARIO, ANUNCIO, COMPANHIA DOCAS DA BAHIA, INICIO, OBRAS, PORTO DE SALVADOR, EXERCICIO FINANCEIRO SEGUINTE, DEFESA, ORADOR, URGENCIA, CONSTRUÇÃO, SUPERIORIDADE, CAPACIDADE, TECNOLOGIA, CAIS, MOTIVO, IMPEDIMENTO, AGRAVAÇÃO, EXCESSO, PREJUIZO, FALTA, ESCOAMENTO, PRODUTO, AMBITO ESTADUAL.
  • APREENSÃO, PRECARIEDADE, RODOVIA, ESTADO DA BAHIA (BA), OBSTACULO, TRANSPORTE, PRODUÇÃO, PROVOCAÇÃO, PROTESTO, POPULAÇÃO, BLOQUEIO, TRANSITO, REGIÃO, CRITICA, OMISSÃO, GOVERNO ESTADUAL, CUMPRIMENTO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL.

  SENADO FEDERAL SF -

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O SR. ANTONIO CARLOS JÚNIOR (DEM - BA. Pela Liderança do DEM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Bahia, como a maioria dos Estados brasileiros, vem sofrendo as agruras típicas de uma economia que tenta crescer a despeito de contar com uma infra-estrutura aquém de suas necessidades.

Vejam o caso do Porto de Salvador - um problema que vem inquietando o empresariado baiano e que, se nada for feito para resolvê-lo, trará ainda mais prejuízos para a economia baiana do que já vem causando.

É vexatória a situação em que se encontra o Porto de Salvador, considerado, atualmente, um dos maiores entraves para o crescimento da Bahia.

Sua capacidade está esgotada e importadores e exportadores pedem uma solução.

Somente no primeiro semestre deste ano, 18% dos mais de sete milhões de toneladas de cargas do comércio exterior baiano foram desviados para portos de outros Estados - um prejuízo de R$50 milhões para o Estado.

De um lado, a Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) diz que a expansão do porto acontecerá, mas joga para 2009 o início do processo licitatório. De outro lado, a iniciativa privada se vê obrigada a buscar alternativas. Uma delas é a construção de terminais próprios, na tentativa de driblar a ineficiência dos equipamentos atuais.

Por ano, hoje, o porto consegue receber, para carga e descarga, algo em torno de 155 mil caminhões, e apenas a ampliação prometida elevaria a movimentação, a partir de 2014, para 450 a 500 mil carretas por ano.

O fato, Sr. Presidente, é que é fundamental para a Bahia expandir o comércio internacional e que a atividade portuária seja revitalizada imediatamente. Aliás, isso é fundamental não apenas para a Bahia, pois, hoje, mais da metade de tudo o que o Nordeste vende para outros países sai da Bahia.

Não há tempo a perder!

O porto recebe cada vez menos navios. O cais é acanhado, de baixo calado, incapaz de receber navios com tamanho superior a 210 metros - dimensões extremamente modestas para os padrões atuais -, por isso é urgente a construção de um novo cais, maior, que possa receber até dois supercargueiros simultaneamente. Só assim se atenderia a demanda atual: com navios de grandes dimensões, com capacidade, no mínimo, duas vezes maior, o que proporcionaria mais eficiência e queda de custos para os usuários.

Vejam este exemplo do agronegócio: 40% da uva produzida no Vale do São Francisco não são exportados pelo Porto de Salvador, pois o terminal não suporta a demanda. O resultado é um custo adicional de 35% ao frete rodoviário para que o produto seja escoado por outros Estados - um prejuízo não apenas para o empresariado baiano, mas para todo o País, vez que esse custo adicional, de 35%, diminui a competitividade do produto no mercado internacional.

O fato, Sr. Presidente, é que não se justifica um Estado com a pujança econômica da Bahia sofrer com a atual infra-estrutura portuária.

Como salienta o presidente da Associação Comercial da Bahia, Eduardo Morais de Castro, é inaceitável a Bahia investir no setor portuário, vital para o escoamento de mercadorias, menos do que investem outros Estados que apresentam menor desenvolvimento econômico, quer dizer, a Bahia não pode investir menos do que os outros Estados.

É preciso, insisto, uma solução urgente, que evite o completo estrangulamento do porto e que, mais do que trazê-lo para o presente, prepare-o para o futuro.

Sr. Presidente, um outro problema de infra-estrutura que aflige o empresariado e o povo baiano em geral é o péssimo estado das estradas federais que cruzam o nosso Estado. Nossas estradas chegaram a tal ponto de degradação, de abandono, que ameaçam levar ao colapso a economia de regiões inteiras da Bahia.

Em algumas regiões, a inoperância, a omissão do Governo estadual é tamanha, que a população, impaciente, se organizou para obstruir vias com acampamentos e protestos. É o que acontece com a BR-235. Cidadãos e empresas de cidades como Casa Nova, Remanso e Campo Alegre de Lourdes se mobilizam e pressionam o Derba, Departamento de Infra-Estrutura e Transportes da Bahia, para que, afinal, comece a agir.

Autodenominados membros do Movimento dos Sem-Estradas, esses baianos, desesperados por uma solução, interditaram a BR-235, que liga Casa Nova e Campo Alegre de Lourdes, já na divisa com o Piauí, e que, atualmente, não passa de um caminho. São 265 quilômetros sem asfalto. Uma vergonha!

É de estarrecer o descaso que o Governo estadual demonstra no trato dessa questão: para se ter uma idéia, o Derba, responsável pela manutenção de rodovias na Bahia, sequer digna-se a se pronunciar a respeito dos bloqueios que acontecem na BR-235.

A verdade é que, assim como acontece em outras regiões e segmentos econômicos baianos, os moradores do norte do Estado se ressentem das promessas feitas durante a campanha ao Governo do Estado, que jamais foram cumpridas.

Até quando o Governo baiano quedará inerte, indiferente ao que acontece, ignorando os prejuízos econômicos e sociais que as condições precárias dessas estradas trazem ao Estado? É hora...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS JÚNIOR (DEM - BA) - É hora de reagir, é hora de cobrar do Governo Federal uma posição.

Sr. Presidente, citei casos da minha Bahia, mas sei que problemas assim se repetem Brasil afora.

Fica, mais uma vez, o alerta: somente uma infra-estrutura moderna nos garantirá um desenvolvimento sustentado, com custos de produção menores e produtos mais competitivos.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/11/2008 - Página 44231