Discurso durante a 205ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância do início da produção de petróleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, integrante da Bacia de Campos, no litoral sul do Estado do Espírito Santo.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Considerações sobre a importância do início da produção de petróleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, integrante da Bacia de Campos, no litoral sul do Estado do Espírito Santo.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/2008 - Página 44181
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • REGISTRO, INAUGURAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PRODUÇÃO, PETROLEO, PERFURAÇÃO, RESERVATORIO, SAL, LITORAL, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), TESTE, LONGO PRAZO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), APERFEIÇOAMENTO, TECNOLOGIA, APRESENTAÇÃO, DADOS, INVESTIMENTO, PREVISÃO, EXTRAÇÃO, MELHORIA, CLASSIFICAÇÃO, ECONOMIA, BRASIL, COMENTARIO, ESTUDO, ECONOMISTA, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES).

  SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, no começo de setembro, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de início da produção de petróleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, integrante da Bacia de Campos, no litoral sul do Estado do Espírito Santo.

            A produção em Jubarte é um teste de longa duração, a ser realizado pela Petrobras, que deverá se estender por um período entre seis meses e um ano. O objetivo desse teste é a obtenção de conhecimento, que permitirá à Empresa seguir na exploração das reservas de petróleo da camada do pré-sal, situadas na costa do Espírito Santo e em outros pontos do litoral brasileiro.

            Nessa operação, que deverá resultar na extração de cerca de dezoito mil barris de petróleo por dia, foram investidos cinqüenta milhões de reais para adaptações na planta de processo da plataforma e na finalização e interligação do poço ao sistema de produção. Com isso, o petróleo extraído em Jubarte virá de uma profundidade de mil trezentos e setenta e cinco metros abaixo do nível do mar.

            De acordo com declarações recentes do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, até o fim de 2010 cerca de cem mil barris de petróleo estarão sendo retirados da camada do pré-sal. Ainda de acordo com o presidente da Petrobras, isso será possível porque, apesar da crise econômica mundial, os investimentos da Empresa no pré-sal serão todos mantidos.

            Trata-se, Sr. Presidente, Srªs. Senadoras, Srs. Senadores, de uma ação importantíssima da Petrobras, que permitirá dimensionar o volume de petróleo e gás natural disponível nesses campos do pré-sal. Além disso, nesse processo, a Empresa está adquirindo o conhecimento necessário à exploração dessa riqueza, o que coloca o Brasil na condição de “economia petrolífera”, de acordo com um estudo do BNDES.

            Trabalho recente do economista Antonio Barros de Castro, assessor da presidência do Banco, mostra que o Brasil poderá alcançar a condição de “economia petrolífera” por volta de 2020. Naquele momento, ele estima que o País deverá estar exportando cerca de um milhão e quatrocentos mil barris de petróleo por dia, o que nos proporcionará uma receita anual com variação entre 37 e 63 bilhões de dólares.

            Esse cenário foi montado pelo economista sobre uma estimativa de que haja, na camada pré-sal, cerca de 70 milhões de barris de petróleo - estimativa, aliás, endossada por outros especialistas do mercado. Assim, é possível calcular, também, que as nossas exportações de petróleo poderão chegar, em 2025, a três milhões e trezentos mil barris por dia.

            Esse volume de petróleo vendido ao exterior geraria uma receita estimada entre 93 bilhões e 158 de dólares por ano. Nesse caso, ainda de acordo com a projeção do economista, a exportação de petróleo responderia por 43,8% das exportações totais do País, o que daria ao Brasil a condição de “economia petrolífera”.

            Esse é, sem dúvida, um cenário alvissareiro, que permite vislumbrar o Brasil como um país privilegiado em matéria de energia. A se confirmar o volume das reservas de petróleo do pré-sal, estaremos muito bem situados nesse campo.

            Além disso, a posição geográfica do Brasil e sua aptidão para a produção de biocombustíveis também é invejável. Mas não é só. Nenhum outro país do mundo dispõe de potencial hidrelétrico semelhante ao do Brasil. A produção de alimentos nacional, com recorde após recorde nas safras agrícolas, também nos coloca em posição privilegiada no quadro mundial.

            O Brasil já foi o país do futuro. O futuro do Brasil chegou, e está começando agora. Resta-nos construir e aproveitar com inteligência toda a riqueza que a natureza nos deu.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/11/2008 - Página 44181