Discurso durante a 202ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o resultado das últimas eleições e o desempenho de diversos partidos.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Comentários sobre o resultado das últimas eleições e o desempenho de diversos partidos.
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 31/10/2008 - Página 42311
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, PARTICIPAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELEIÇÃO MUNICIPAL, SUPERIORIDADE, VOTO, LEGENDA.
  • ANALISE, IMPORTANCIA, REUNIÃO, AMBITO NACIONAL, DEBATE, FUTURO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), DEFINIÇÃO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • CRITICA, CONDUTA, MICHEL TEMER, DEPUTADO FEDERAL, SOLICITAÇÃO, APOIO, CANDIDATURA, PRESIDENCIA, CAMARA DOS DEPUTADOS, DEFESA, NECESSIDADE, EMPENHO, RETOMADA, IMPORTANCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, a imprensa toda noticia que o resultado das últimas eleições foi muito positivo para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Fez o maior número de Prefeitos, o maior número de Vereadores e, o que é importante, foi o partido que teve o maior número de eleitores que votaram em sua legenda. Isso confirma o que dois anos atrás já tinha acontecido: na eleição em que ganhou o Presidente Lula, o PMDB foi o partido que fez o maior número de Deputados estaduais, maior número de Deputados federais, maior número de Senadores e maior número de Governadores.

E aí vem uma série de perguntas e uma série de interrogações feitas na imprensa com relação à conduta futura do PMDB. O primeiro comentário é de que o PMDB é a noiva que o PSDB de V. Exª, Presidente, e o PT querem levar ao altar e que haveria uma corrida para conseguir a simpatia do PMDB. De outro lado, há uma série de afirmativas no sentido de que isso estaria levando o PMDB a aumentar o seu cacife. A eleição presidencial passa pelo PMDB. Logo, ele tem mais condições de exigir vantagens.

Acho que seria muito importante que o nosso partido fizesse uma análise profunda da situação em que se encontra. O PMDB já foi um grande partido sob o ponto de vista político. V. Exª pertencia ao meu partido, Presidente, e sabe do que estou falando. Na hora da resistência, da redemocratização, na hora da luta, nos grandes momentos históricos deste País, foi o PMDB o partido que fez a transição.

Os historiadores dizem que não há nenhum acontecimento político, social e institucional na história do Brasil em que algum partido político tenha feito alguma coisa. Na República, na Abolição da Escravatura e na criação das leis sociais não se fala em partido político. Porém, na queda da ditadura e na volta à democracia neste País, há a história de um partido, que é o PMDB. Isso é uma unanimidade.

Será que não seria a hora de nós, do PMDB, pararmos para pensar? Será que não seria a hora de nós, do PMDB, entendermos a nossa posição? Diz-se que o PMDB perdeu as suas grandes lideranças nacionais: Dr. Ulysses, Dr. Tancredo, Dr. Teotônio, nomes que refletiam dentro do PMDB o pensamento nacional. Hoje, não há isso. Na verdade, há um sentimento de mágoa com relação ao comando nacional.

O comando nacional é indecifrável. Durante oito anos, no Governo Fernando Henrique, as pessoas comungaram do Governo, participaram do Governo, fizeram parte do Governo. Perdeu o PSDB, ganhou o Lula, e as mesmas pessoas participam do Governo, fazem parte do Governo.

Mas eu acho que agora é um momento novo; agora é um instante novo. Em primeiro lugar, há a realidade brasileira. Há que se reconhecer que o PMDB não teve competência para aceitar a ação do Presidente Itamar Franco, não ofereceu candidato a Presidente, que era para ser do PMDB na sucessão de Itamar - o próprio Fernando Henrique, Ministro da Fazenda, concordava com isso. O Presidente do PMDB, o Quércia, queria ser candidato, e o PMDB não teve competência. Já não tinha tido quatro anos antes, na eleição em que ganhou o Collor, quando o nosso querido Dr. Ulysses - um homem excepcional, mas não era a vez dele - quis se candidatar. Quatro anos depois, o Quércia, que teria sido Presidente na vez do Ulysses - e não quis -, candidatou-se à Presidência, mas o desgaste era muito grande.

E, de lá para cá, o PMDB nem candidato à Presidência da República tem. Mas, justiça seja feita, houve um momento, repito, que o PMDB, não tendo apresentado candidato a suceder o Itamar, o Fernando Henrique se impôs; e era o nome: Fernando Henrique. Depois o nome era o Lula, e não teve ninguém que ganhasse do Lula. Era o Lula. Mas hoje estamos num quadro muito importante. O Lula tem 80% de prestígio. Tem. Se fosse candidato à Presidência da República, ganharia. Seria uma desgraça, porque, com 12 anos no poder, haveria um desgaste, um desmonte, e a saída seria trágica! Felizmente, o Lula está tendo a competência e a sabedoria de entender que não é esse o caminho. É muito melhor ele sair, elegendo ou não o seu sucessor, mas botando o seu nome na História e podendo até voltar depois.

Com a saída do Lula... E é uma coisa interessante: cinco eleições! Acho que, no mundo inteiro, não tem similar; tem quatro anos, que foi o Mitterrand, mas cinco? O Lula esteve presente na cédula de cinco eleições seguidas: a que perdeu para o Collor, a que perdeu para o Fernando Henrique, a segunda que perdeu para o Fernando Henrique, a que ganhou e a segunda que ganhou. Então, faz 20 anos que o cidadão que vai votar encontra o nome do Lula. Agora não vai ter.

Então, esta eleição não tem candidato nato. O Lula primeiro falou na vinda do Aécio para o PMDB, e vindo o Aécio para o PMDB ele poderia ser o candidato numa união entre PMDB e PT. É uma hipótese. O Lula falou na candidatura do Jobim, é uma hipótese. O Lula está falando agora na candidatura da Ministra da Casa Civil, uma senhora muito competente, e é uma hipótese.

O PSDB está numa luta fratricida, primeiro em São Paulo, entre o ex-Governador, o atual Governador, que terminou até dando certo; a segunda é entre São Paulo e Minas Gerais, entre Aécio e Serra. Acho, Sr. Presidente, muito delicada a situação do Serra. Primeiro, porque ele foi Prefeito dois anos, se elegeu Governador; agora vai ficar Governador dois anos e vai para a Presidência da República? Não sei. E outra coisa que acho importante: São Paulo está com 16 anos na Presidência da República - oito anos do Fernando Henrique e oito anos do Lula. São Paulo está de tal maneira instalado na Presidência da República que, pela primeira vez - nem a ditadura militar fez isso e ninguém fez isso -, o Lula tem um gabinete da Presidência da República em São Paulo. Há quanto tempo que - vocês não repararam? - um homem, um economista, um empresário importante de São Paulo não vem a Brasília? Há quanto tempo? Vocês viram o Antônio Ermírio de Moraes? Vocês viram algum nome importante de São Paulo vir de São Paulo? Não, ele vai ali, na Avenida, está ali um enorme gabinete da Presidência da República, já está lá. Dezesseis anos de São Paulo, são 16 anos; mais oito anos de Serra serão 24.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Excelência, é a prova de que, quando Roma não vai ao Papa, o Papa vai a Roma.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - É o que está acontecendo, só que Roma é São Paulo, porque Lula vai a São Paulo e não São Paulo vem ao Lula. O Lula vai a São Paulo para falar com os paulistas, e não os paulistas vêm a Brasília para falarem com Lula. Mais oito anos de São Paulo? Vinte e quatro anos? O Brasil fez uma revolução em 30, São Paulo café com leite: quatro anos São Paulo, quatro anos Minas, quatro anos São Paulo, quatro anos Minas. O Brasil não agüentou e derrubou. Agora, são 24 anos só de São Paulo? Acho delicado.

Então, o que vejo, Sr. Presidente, é que essa foi uma eleição em que o PMDB... Não estou lançando candidato à Presidência da República do PMDB até por que tenho que pensar dez vezes. Das outras vezes, lancei candidato, porque o PMDB tinha que ter candidatura própria, e fiz o papel de bobo. Usaram-me para pegar cargo e dividir vantagem, e não quero ser usado de novo. Usar-me para tirar vantagem e fazer coisa, não quero isso. Apenas digo o seguinte: essa foi uma eleição em que o PMDB foi muito cortejado pelo PSDB e pelo PT.

Então, vamos discutir, vamos sentar à mesa, vamos fazer um projeto e discutir, na oportunidade, quem vai ser o candidato do nosso partido. Qual é a nossa aliança se ficarmos com o PT? É PT, é PMDB, é Partido Socialista, é PcdoB. Muito bem! Cada um apresenta um nome e fazemos uma grande pesquisa para escolher quem será o candidato. Isso é democrático; isso é positivo. E, se for o caso do PSDB, a mesma coisa. Acho que isso o PMDB tinha o direito de exigir e deveria exigir e precisava exigir. Mas não. De repente, já tenho o homem da Bahia que vai ter o Ministério, o homem do Pará que vai ter outro Ministério, o homem não sei da onde que vai ter outro Ministério. Isso fica feio! Isso fica muito feio!

Vejam a posição do Presidente Nacional do nosso PMDB, que é um homem de respeito, um homem muito competente. Não foi muito feliz no Estado dele. O PMDB, Sr. Presidente, tinha 40 Deputados Federais em São Paulo. O PMDB de São Paulo, 42 Deputados Federais; hoje tem 3. Dois foram eleitos por duas Igrejas Evangélicas: um com 300 mil votos, outro com 200 mil votos. O terceiro é o presidente do partido. Foi eleito na sobra, e tivemos que entrar em juízo para anular os votos de não sem quem para ele, na sobra, entrar. Esse é o Presidente do partido, que é Deputado Federal, mas é candidato à Presidência da Câmara. E tem todas as condições para ser Presidente da Câmara. É muito competente, é capaz, é um grande jurista, é um homem íntegro, é um homem sério, presidente do maior partido, a maior bancada, ninguém é mais competente que ele, tem o apoio do PT, tem o apoio do Presidente da República, mas age no jornal como se estivesse mendigando a Presidência. Parece que vão fazer um gesto de caridade. Ah, mas o PT está exigindo a Presidência do Senado!? Então, vamos acalmar o... É ridículo, Senador! Ele tinha que ter uma posição mais altaneira, mais firme, mais correta, de acordo com a sua posição. Parece que ele vai ganhar a Presidência mendigando. Parece que vão fazer uma caridade dando a Presidência para ele, enquanto ele tem direito à Presidência. E deixa o Senado seguir o seu rumo. Vamos seguir o nosso rumo, mas não a obrigatoriedade de não termos candidato a Presidente, o que não estou nem discutindo, mas para ganhar a garantia da Presidência dele.

Eu acho, Sr. Presidente, que o nosso Partido, a começar pelo Presidente Temer, tinha que ter mais grandeza. E se o Temer não se acha em condições disso, que se licencie, que se licencie. Mas o PMDB tinha que ter mais grandeza.

A imprensa vem ridicularizando o PMDB e o partido não merece isso. Essa eleição foi muito importante. Até lá em São Paulo, ganhou o PFL - o Deputado Federal é Prefeito de São Paulo, mas o seu vice é do PMDB. Aliás, um dos grandes quadros do PMDB é aquela moça da mais alta competência, diga-se de passagem. Ninguém entende mais o problema do menor e da infância desamparada do que aquela senhora.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Permite V. Exª um aparte?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Pois não. Ouço o aparte de V. Exª.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Pedro Simon, a história do PMDB é bela...

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Eu tive sorte, porque o Senador Alvaro Dias foi chamado e estou com o irmão dele, que é irmão dele, mas é muito mais positivo na Presidência, porque o outro conta os segundos.

O SR. PRESIDENTE (Osmar Dias. PDT - PR) - Obrigado, Senador Pedro Simon, é porque sou mais novo e tenho mais tempo para esperar.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Obrigado a V. Exª.

Ouço o aparte de V. Exª, Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Pedro Simon, a história do PMDB é a história de Pedro Simon - com suas lutas etc. -, mas Ortega y Gasset diz, Pedro Simon, que o que vale mesmo não é o passado, e sim o porvir; é o vir a ser. Nós, então, temos que entender. Quantitativamente, está aí: o PMDB é maior, há os números. E nós somos qualitativamente também. Eu continuo como pensava. Até o último momento defendi a candidatura do partido para a Presidência da República. Participamos daquelas prévias: Garotinho e Rigotto. Depois, o Plenário teve a sábia decisão de V. Exª ter sido aclamado. A Executiva errou, não permitindo a candidatura de V. Exª. Quero dizer que continuo onde estou. O PMDB, quantitativamente e qualitativamente, é melhor. Então, lanço aqui e agora: vamos fazer... Temos que inovar! Vamos inovar, vamos fazer como nos Estados Unidos: primárias. Vamos sair por aí. Quero sair logo, na frente, com nosso candidato à Presidência da República: Pedro Simon. Primárias lá, no Rio Grande do Sul, V. Exª vitorioso. E aqui não podemos abdicar. Está aí o PDT, símbolo de Brizola, que veio também do Rio Grande do Sul. Atentai bem: o absolutismo acabou, dividiram-se os poderes. O Executivo é o mais forte porque é ele que tem dinheiro nesse mundo materialista. Ele é que tem o BNDES, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil. O Poder Judiciário é muito forte porque ele prende, cassa e tal, mas não no erro da Constituição e dos Constituintes, porque ela previu um mandato de quatro anos. Mas isso foi alterado de tal maneira que o Luiz Inácio, no qual votei em 94, já indicou oito membros do STF. Então, ele não pode ter terceiro mandato, seria uma loucura, porque aí seria todo, e aí acabou o equilíbrio. Eu queria lembrar a V. Exª que não podemos entregar isso tudo ao PT, não. Não existe. Seria acabar a luta do absolutismo, da divisão do Poder. E aqui é o símbolo. Vamos buscar a história para nos inspirar. Juscelino Kubitschek, o melhor de todos nós, o de maior visão de futuro, o mais democrata, só presidiu porque houve equilíbrio aqui: o Presidente do Senado, Nereu Ramos, garantiu a posse de Juscelino. E não pode ficar tudo com o PT, não: o Poder Executivo, o Poder Judiciário, para o qual ele já nomeou oito, tem gente de carteirinha há 20 anos do PT. Quanto a isso, não venha não, porque eu estou para ensinar. A psicologia diz que, se o sujeito é por 20 anos Flamengo, não torce para o Fluminense no mundo; se ele é Internacional 20 anos, jamais vai torcer para o Grêmio. Essa é a realidade, isso aconteceu. Então, a presença do Presidente do PMDB nesta Casa pode não ser melhor para o PT, pode não ser melhor para o Luiz Inácio, mas é melhor para a democracia, é melhor para o equilíbrio. E tem razão o partido sonhar com isto, o sonho da Presidência. E eu tenho um sonho: para Presidente da República do meu partido Pedro Simon, que aí está. E vamos disputar aqui. Por que nós vamos abdicar? Isso é costume, tradição, o País tem que ter isso. Esta Casa tem essa tradição de a maior bancada indicar. Rui Barbosa está ali porque ele disse: “O homem que não luta pelos seus direitos não merece viver”. Então, esse é um direito da nossa bancada e de 21 homens. Como é que não tem? V. Exª vai à Presidência da República. O Camata, já estou pedindo voto para o lugar dele, já pedi a V. Exª. Então, ele pode almejar também a Presidência.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Muito obrigado a V. Exª.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - O Presidente Sarney e tantos outros, todos são dignos.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Meu amigo Presidente, a minha tese é diferente: eu não falo em candidatura própria do PMDB porque não quero fazer o jogo daqueles que terminam usando isso para negociar. “Ora, já tem gente querendo candidatura própria. Quem dá mais?” É triste se nós formos reduzidos a isso.

Acho que o PMDB podia fazer uma grande reunião. Nós podíamos convocar as lideranças, meu querido companheiro, do Brasil inteiro, Camata, fazer aqueles velhos congressos que o PMDB fazia. Vamos sentar, vamos nos reunir e vamos debater. Vamos falar de temas, de idéias, dessa crise toda; vamos dar outro sentido para o nosso partido; vamos mostrar que nós somos um grande partido; vamos ser justos com esse eleitorado fantástico de não sei quantos milhões que nos escolheu, de novo, o grande partido.

Volto a repetir: o Lula deu o exemplo. Quando o Lula lançou a candidatura do Aécio - “venha para o PMDB e seja candidato” -, eu falei com o Aécio. Ele disse: “Eu não vou, porque quem me garante que eu saio candidato no PMDB?”. Qual a convenção que garante ao Aécio que ele sai candidato no PMDB? Nós sabemos que essa é a verdade. Mas, no momento em que nós sentarmos para discutir, vamos fazer um grande entendimento, vamos fazer uma grande plataforma, vamos fazer uma grande discussão e, na hora, vamos analisar.

A Chefe da Casa Civil? Sou fã dela. É uma grande candidata; uma grande candidata. Eu digo e repito que o Governo mudou quando ela assumiu. É outro Governo. É o mesmo Lula, é o mesmo PT, mas a Chefe da Casa Civil é diferente, e o Governo é diferente. Portanto, eu veria com a maior simpatia sua candidatura, mas, por que não sentar à mesa também? E por que não o Governador do Rio de Janeiro, para discutir? O povo diria, numa grande pesquisa comandada pelo Lula, quem seria o candidato.

Vamos dizer que o caminho nos leve para outro lado, e aí vamos discutir com o PSDB: por que o Serra? Eu não sei, numa pesquisa nacional entre o Serra e o Governador do Rio, quem vai ganhar. O que estou propondo é sentar numa mesa com igualdade de condições, com respeito recíproco, e não na base de quem paga mais para o PMDB: o PMDB ou o PT.

Grandeza às lideranças do PMDB! Grandeza às lideranças do PMDB! Vamos fazer jus a um partido que tem história, que tem biografia. Porque, apesar de tudo, dos nossos erros, o povo está com a gente. Imaginem os senhores: o Presidente Lula tem 80% de credibilidade, e quem faz os votos é o PMDB. É uma coisa impressionante, digna de ser analisada.

Temos de estar à altura, a começar do Presidente Michel. Que ele queira ser Presidente da Câmara pelo quinto ano - já foi por quatro anos -, tudo bem, que seja pelo quinto ano!

(Interrupção do som.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Vai bater um recorde? Que seja! Vai ganhar do Alckmin? Que seja! Com grandeza. Com grandeza! Quem tem o apoio de toda a bancada, de todo o partido, quem tem o apoio do PT, quem tem o apoio do Presidente da República não precisa mendigar! Não precisa se baixar a mendigar como se fosse pedir caridade. Ele não vai ser eleito Presidente da Câmara por caridade, ele vai ser eleito Presidente da Câmara pelos méritos, que são muitos, e pelas forças políticas que o apóiam, que também são muitas. Então, assuma uma posição de verticalidade, que é o que eu acho que o PMDB deve fazer. É o que eu acho que o PMDB deve fazer.

Seria uma pena muito grande! Já fizemos isso. Ganhamos a eleição, o maior número de Deputados, o maior número de Senadores, o maior número de Governadores, e não fizemos nada. Claro que alguém vai responder: “Como não fizeram? O PMDB tem seis ministros”. É, tem seis ministros, tudo bem. Nem discuto. Mas o PMDB não tem...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Osmar Dias. PDT - PR) - Senador Pedro Simon, agora, mesmo sendo um fã, um admirador de V. Exª, sou obrigado a pedir que V. Exª encerre, porque o Senador Gerson Camata quer falar também sobre o PMDB.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - E mesmo que eu soubesse que, se eu pedisse, V. Exª me daria mais tempo, eu não vou pedir.

O SR. PRESIDENTE (Osmar Dias. PDT - PR) - Eu daria mais tempo.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Eu não vou pedir. Em respeito a V. Exª, vou encerrar. Eu encerro, com toda sinceridade.

Vamos fazer, Camata, uma grande reunião nacional, ou voltar aos velhos tempos: vamos chamar as bases. Vamos chamar esse pessoal do Brasil inteiro. Vamos nos reunir dois dias num hotel, ou, como a gente fazia, num seminário, e vamos conversar. Vamos conversar, vamos debater, vamos analisar. Seria muito bom, Sr. Presidente. Seria muito bom! O povo merece e o PMDB também.

Obrigado a V. Exª.


Modelo1 5/18/2410:13



Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/10/2008 - Página 42311