Pronunciamento de Romero Jucá em 29/10/2008
Discurso durante a 201ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a perspectiva de independência econômica de Roraima, com a inauguração de uma usina de produção de etanol em Bonfim, na fronteira com a Guiana.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
POLITICA ENERGETICA.:
- Considerações sobre a perspectiva de independência econômica de Roraima, com a inauguração de uma usina de produção de etanol em Bonfim, na fronteira com a Guiana.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/10/2008 - Página 42139
- Assunto
- Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA ENERGETICA.
- Indexação
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- COMENTARIO, SITUAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), MANUTENÇÃO, DEPENDENCIA ECONOMICA, RECURSOS, UNIÃO FEDERAL, EXPECTATIVA, INICIO, PRODUÇÃO, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, CANA DE AÇUCAR, CONSTRUÇÃO, USINA DE REPROCESSAMENTO, MUNICIPIO, BONFIM (RR), FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, GUIANA, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, EMANCIPAÇÃO, NATUREZA ECONOMICA, CRIAÇÃO, EMPREGO, ABASTECIMENTO, REGIÃO, COMBUSTIVEL, EXTINÇÃO, DEPENDENCIA, REGIÃO SUDESTE.
- REGISTRO, PREVALENCIA, BENEFICIO, RESULTADO, TESTE, CULTIVO, ESPECIE, CANA DE AÇUCAR, SOLO, REGIÃO, DEMONSTRAÇÃO, VIABILIDADE, PLANTIO, REDUÇÃO, DESIGUALDADE REGIONAL, BRASIL, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, REALIZAÇÃO, ESTUDO, ENTIDADE, AMBITO ESTADUAL, MEIO AMBIENTE, CIENCIA E TECNOLOGIA, AVALIAÇÃO, IMPACTO AMBIENTAL, COMPROVAÇÃO, AUSENCIA, COMPROMETIMENTO, NATUREZA, FLORESTA AMAZONICA.
- COMENTARIO, POSIÇÃO, MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, ESTADO DE RORAIMA (RR), CONTESTAÇÃO, RESULTADO, ESTUDO, IMPACTO AMBIENTAL, ENTIDADE, AMBITO ESTADUAL, MEIO AMBIENTE, CIENCIA E TECNOLOGIA, ALEGAÇÕES, NECESSIDADE, LAUDO TECNICO, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), VIABILIDADE, IMPLANTAÇÃO, USINA, COMBUSTIVEL ALTERNATIVO, PLANTIO, CANA DE AÇUCAR.
SENADO FEDERAL SF -
SECRETARIA-GERAL DA MESA SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA |
O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há 20 anos, Roraima deixava o status de Território para se tornar um dos Estados da Federação brasileira.
De lá para cá, Sr. Presidente, muita coisa mudou, mas Roraima permanece ainda dependente economicamente da União. A maior parte de seu PIB ainda gira em torno de verbas públicas, especialmente de verbas federais. Mas quero crer que essa situação está prestes a se modificar drasticamente, com nosso Estado ganhando progressivamente, nos próximos anos, a independência econômica que virá coroar a emancipação política alcançada há 20 anos.
Essa revolução, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, virá graças aos investimentos que se anunciam na produção de biocombustível a partir da cana-de-açúcar, projeto que já está em andamento e deve concretizar-se até 2011 com a inauguração de uma usina de produção de etanol em Bonfim, na fronteira com a Guiana.
A idéia é que até 2015 sejam plantados mais de 70 mil hectares de cana em todo o Estado, o que tornará possível a produção de 550 milhões de litros de álcool por ano em Bonfim. Isso será suficiente para abastecer quase todo o mercado atual da Região Norte, que hoje está condenada a pagar mais caro por um produto que vem do Sul e do Centro-Oeste e chega a custar, nos postos de combustíveis, quase o dobro do que pagam os consumidores paulistas, por exemplo.
Mais do que isso, Sr. Presidente, a implantação dessa usina em Bonfim tonificará a economia da região com uma intensidade inédita até hoje, nestes 20 anos de história do Estado de Roraima. Imediatamente, prevê-se a criação de mil empregos diretos. Quando o projeto estiver plenamente implantado, esse número poderá chegar a 5 mil empregos nos setores agrícola e industrial - o que representará, sem dúvida, um impacto social cuja importância é desnecessário destacar.
Hoje já vemos os primeiros sucessos da empreitada. A cultura da cana está sendo introduzida no Estado, onde já existe um grande viveiro de mudas adaptadas para o solo e o clima da região. Segundo o Sr. Álvaro Callegari, que assumiu a vanguarda da produção de cana em Roraima, as oito variedades de cana plantadas experimentalmente em sua fazenda, oriundas do Mato Grosso do Sul, já deram mostra de excelente produtividade, demonstrando a viabilidade do empreendimento. Agora é transformar os 700 hectares da plantação pioneira do Sr. Callegari nos projetados 70 mil hectares que alimentarão a futura usina de Bonfim.
Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, todos acreditamos que um dos objetivos básicos que devemos perseguir é o do desenvolvimento econômico e social harmônico, ou seja, um desenvolvimento que equilibre a satisfação das necessidades econômicas da população com o atendimento de metas e de objetivos sociais de bem-estar, incluindo aí o respeito ao meio ambiente, o que é especialmente delicado e importante na região amazônica. Harmônico também no sentido de que deve estar bem distribuído pelo território nacional, de modo a que as desigualdades regionais não acabem se transformando em um peso inaceitável para toda a Federação ou partes dela.
Estou convencido de que o projeto de implantar essa usina de biocombustível em Bonfim, na fronteira norte de nosso País, contribuirá, em todos os sentidos, para atingirmos aqueles ideais de equilíbrio e harmonia. No que se refere especificamente ao meio ambiente, tanto o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) estão prontos, realizados pela Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia - Femact, divulgados e discutidos em audiências públicas. Recentemente, o Ministério Público Federal em Roraima protocolou uma ação civil pública, contestando a competência da Femact para elaborar o Rima/EIA neste caso, dada a abrangência do projeto, e alegando a necessidade de que o licenciamento seja concedido pelo Ibama. Tenho certeza, Sr. Presidente, de que o trabalho realizado pela Femact foi competente e rigoroso, e que o Ibama, com sua reconhecida competência técnica, caso seja efetivamente necessária sua participação no processo, certamente vai referendar o trabalho já realizado. Torço apenas para que não percamos nossas oportunidades por conta de questões de jurisdição - o que importa, afinal, é que o respeito ao meio ambiente seja garantido no processo, venha isso da esfera estadual ou federal.
Enfim, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, espero que, ao longo dos próximos anos, possamos vir a esta tribuna celebrar a conquista da independência econômica de Roraima, o que colocará nosso Estado no lugar que merece, por suas potencialidades, no contexto de nossa Federação.
Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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